é goleada tricolor na internet

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Coluna

Cássio Nascimento
Publicada em 28/11/2016 às 12h03

O ano seguinte começa no dia seguinte

Desta vez não teve xalaialalá, não teve choro copioso, não teve feriado em Salvador. Apenas o indefectível trio elétrico, uma recepção calorosa dos mais apaixonados no Aeroporto Dois de Julho e a subida à Colina Sagrada, de bônus, na próxima sexta-feira, como manda a tradição desta baianidade tão única e singular que é o nosso jeito de ser.

Percebe-se, diante do terceiro acesso conquistado dentro de campo, que a Série B já faz parte do anedotário não apenas tricolor, como também nordestino, sendo que, usualmente, metade dos disputadores da Segundona representam centros secundários do futebol brasileiro como Bahia, Pernambuco, Ceará, Goiás e Paraná/Santa Catarina.

Fora do verdadeiro grupo dos treze maiores clubes nacionais, disputando o posto de décimo terceiro com os maiores clubes dos Estados em epígrafe, aos poucos o Bahia vai recuperando sua autoestima e tenta adaptar-se à nova realidade da gangorra, a qual fora ampliada em razão do aumento do abismo econômico entre os clubes do Eixo RJ-SP-MG-RS. O formato de pontos corridos, sempre premiando os mais organizados e/ou ricos, torna o sonho do tri uma realidade cada vez mais distante para as novas gerações, as quais, de forma sintomática, elegem Soratos dentre “os maiores de todos os tempos”.

Não preciso fazer resenhas ou retrospectivas no sentido de apontar as causas do declínio do futebol baiano, agora tendendo à recuperação. Entretanto, o presidente, democraticamente eleito, que sempre defendeu o futebol enquanto carro-chefe de sua gestão, não ganhou um título sequer neste ano e ainda conquistou o acesso como último colocado a subir -  isso porque o desacreditado e atlético técnico tricolor, a despeito de suas convicções de jegue empacado, conseguiu fazer com que o Bahia fizesse valer seu mando de campo nesta Série B: coisa que há muito tempo não se via, nem na Terceirona de triste memória (não é, Ipatinga?).

Mais da metade dos torcedores tricolores, que haviam jogado a toalha ao final do primeiro turno, vivenciaram fortíssimo autochurrasco de língua ao crepúsculo da competição, quando, depois de perder pontos preciosos fora de casa, venceu quando era necessário, com direito a umas duas ou três epopeias raudinéicas que certamente mandaram os mais sensíveis à UTI coronariana e consequentes pontes de safena.

A torcida quer mais: quer subir para não mais cair, contrariando o que é uma tendência real e verdadeira a todos os clubes do Nordeste. Particularmente, a vez do futebol ainda não chegou nem perto de acontecer, posto que tantos valores de patrocínio, tantos anúncios de contas equilibradas e tantas ações administrativas profissionais não foram convertidas em resultados expressivos, sendo que o acesso não ocorreu por pouco e graças – ironicamente – a um time vermelho e preto do interior paulista contra o equivalente pernambucano do nosso rival em termos do espírito inato de pequenez que habita clubes como aqueles.

Não tá legal ainda não, Presidente Apóstrofo. Você bem sabe que, se não investir à altura, as contas para o ano que vem serão de escapar do rebaixamento. A não ser que você tenha contrato com a Arquidiocese de Salvador para subir e descer tanto a Colina do Bonfim. Ou goste de emoções fortes. Ou seja contratado da torcida do Vice para extinguir a torcida do Bahia com vários infartos.

Não há desculpas para a mediocridade com esse equilíbrio financeiro tão cantado em verso e prosa. A torcida não aceitará outro resultado senão a manutenção na primeira sem sustos, juntamente aos títulos estadual e regional. Dê seus pulos, rapazinho. Assumistes o Bahia porque  quiseste.

Não queremos ser protagonistas da Série B nem rebarba da Série A. Queremos muito mais.

E seguimos em frente.

PS: em razão de compromissos profissionais e familiares minha frequência de colunas neste site tem se reduzido visivelmente. Vivo longe da Bahia, mas o Bahia vive dentro de mim. Saudações Tricolores da Elite!

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