é goleada tricolor na internet
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Publicada em 30 de março de 2016 às 10:33 por Marcelo Barreto

Marcelo Barreto

Os jumentos desfilam no Domingo de Ramos

Há quase dois mil anos, pelo menos nas contas do Instituto DataGregório, Djísus Cráisti chegou causando em Ieruxaláim, montado num jegue, aclamado pelo povaréu local (que abanava Ramos de Palmeiras…) como o Messias, o grande Profeta e Salvador. É claro, depois de ressuscitar morto, curar cego e aleijado; e depois de realizar o sonho de todo pé-de-cana em Caná, o cara tava com moral e não poderia ser diferente. Mas, como diria aquela rádia, “em vinte minutos tudo pode mudar”.

Como é de amplo conhecimento, em menos de uma semana o então Messias viveu do céu ao inferno, passando de herói a bandido graças à delação premiada de um dos assessores perante o Império Romano. Não, não estou comparando o caso do proclamado Filho de Deus com o de certos políticos que querem fazer crer – na marra – que são santos. Apenas mostrando que a História sempre se repete, posto que os verdadeiros articuladores de todo o esquema de delação, prisão, morte e ressurreição do Jeová encarnado foram os véios do Sinédrio. No caso brasileiro, os articuladores foram as forças de matriz liberal que aproveitaram o momento para fazer uma limpa no sistema político atual, este contrário a seus interesses de mercado.

O Sinédrio, diga-se, era composto por uma espécie de Colegiado judeu, no qual havia um chefe, um adjunto e sessenta e nove (opa!) membros que sentavam-se dispostos em semicírculo. Jesus já incomodava os filhos de Abraão fazia tempo, no que para eles era uma heresia inominável. Depois de enxotar os vendilhões do templo, de negar propina de Satanás e de angariar mais seguidores que o Twitter de Marcelo Sac’Ana, aquele barbudo cabeludo já tava realmente incomodando e precisava levar um chega pra lá. Acho que exageraram na dose… mas “eles não sabiam o que estavam fazendo”. Será que não?!

Enfim, longe de pretender dar uma aula de religião, filosofia, história ou ciência política, todo esse rodeio foi para refletir a respeito do nosso Sinédrio futebolístico, composto pela alta cartolagem baiana. O mesmo Sinédrio que não consegue efetivar uma simples burocracia ao transferir o vínculo de um atleta ao nosso querido Vice-de-Tudo. Inclusive com indícios de que o assunto fora tratado por email finalizado com um beijo-me-liga!

Quero, nesse momento, fazer-me de inocente e duvidar que o futebol baiano não oscile de divisão à toa, e sim por conta de dirigentes amadores, cartolas coniventes e imprensa idem. O futebol baiano, inclusive, não consegue emplacar um clube sequer fora da dupla maior pelo mesmo motivo. Posto isso, a briosa Federação Bahiana de Phutebol, através de sua procuradoria, deve pronunciar-se sobre este caso com os devidos fundamentos jurídicos, provando que o que ocorreu foi apenas uma questão jurisprudencial.

Já o presidente do Bahia, contrariando o afã de jogar para a torcida diante da possibilidade de mais uma eliminação precoce do rival no Campeonato Baiano, poderia evitar qualquer menção a um posicionamento proativo no imbróglio rubro-negro, sob pena de parecer temer o Canabrava numa inevitável (dentro de campo) final. No ordenamento jurídico brasileiro, mormente o desportivo, jurisprudência não é uma ciência exata. Claro que o Bahia deve estar sempre do lado da legalidade, mas nesse caso o Guanambi sabe bem o que fazer, e os tribunais desportivos não são muito confiáveis haja vista recente episódio envolvendo um clube carioca tetrarrebaixado, escapando graças a manobras advocatícias extracampo, não obstante a ajuda do próprio Bahia de Cristovão Borges.

Em havendo grandes interesses contrariados, não exatamente há flagrante descumprimento; mas aos amigos, tudo; e aos inimigos, a Lei, a Jurisprudência e todas as Súmulas vinculantes, desvinculantes e recursos especiais possíveis.

Melhor que o Bahia concentre seu foco no acesso à Série A e em vencer as competições que disputa. Jogos contra o rival, no momento, apenas testam popularidade e confiança da torcida. Precisamos de contratações e de mostrar em campo que queremos sair do padrão de clube regional. Muito trabalho pela frente; apesar de, por vezes, não manterem silêncio.

Saudações Tricolores!

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