é goleada tricolor na internet
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Publicada em 16 de setembro de 2021 às 14:25 por Marcelo Barreto

Marcelo Barreto

Pílulas tricolores: Bahia x Santos

Com calma, longe da empolgação com a boa primeira etapa e com a frustração com a queda do segundo tempo, resolvi trazer minhas impressões sobre a última partida tricolor. Vamos lá.

A escalação

A primeira surpresa para aquela partida veio logo na escalação, que indicava uma equipe bem ofensiva, com dupla de atacantes clássicos (Rodallega e Gilberto), dois atacantes de beiradas compondo a linha de meio (o estreante Isnaldo e o questionado Ruiz), além do argentino Mugni centralizado como segundo homem de meio. Além disso, no banco de reservas, chamou minha atenção (de forma bastante positiva) a ausência de Jonas, Galdezani e Edson.

Minha primeira reação foi de certo espanto, principalmente depois de ter ouvido muita gente falando que Dabove seria um treinador que privilegiaria um jogo mais defensivo, ainda que intenso. A segunda, assimilada a surpresa, foi positiva, já que mostrava a audácia do argentino.

O primeiro tempo da partida

E a boa impressão já aumentou logo no início do jogo, quando Mugni já chegou chutando logo no primeiro minuto de jogo, para boa defesa do goleiro santista. E ela continuou aumentando ao longo de toda a primeira etapa da partida, afinal o Bahia se mostrava um time vibrante sem a bola, mordedor, intenso, pra usar o termo da moda.

E essa intensidade era vista com a bola no pé, já que o time era objetivo e vertical, o que não significava um time meramente reativo e refém de chutões e casquinhas. E foi assim que quase virou o jogo na frente, após boa e vertical trama ofensiva, que terminou em passe de Rodallega para péssima definição de Gilberto cara a cara com o goleiro adversário.

É bem verdade que, apesar da boa atuação, em certos momentos visualizava algumas falhas na recomposição e até no melhor entendimento entre Rodallega e Gilberto. Às vezes sentia que os dois atacantes não sabiam bem quem deveria vir buscar mais o jogo, o que acabava gerando, em alguns momentos, um espaço entre a linha de meio e os dois centroavantes.  Mas essas dificuldades eram naturais, afinal era a primeira partida deles juntos.

Em suma, o saldo da atuação nesta primeira etapa me pareceu positivo.

A queda no segundo tempo

Não sei se por cansaço, acomodação ou até crescimento do adversário, mas ficou clara a queda de rendimento da equipe logo na volta do intervalo. Após passar um tempo inteiro sem ceder finalizações, deu oportunidades para os santistas levarem perigo ao gol tricolor ainda nos primeiros minutos da segunda etapa.

Contudo, vi uma coisa positiva: a rápida resposta do treinador tricolor à queda de pegada do meio campo, com a dupla substituição que trouxe Patrick e Raniele (temos que ser justos e reconhecer que não entrou bem, ainda que tenha evoluído na parte final do jogo) nos lugares de Lucas Araújo e do estreante Isnaldo (achei que fez um jogo de regular para bom e pode se mostrar útil).

Apesar de não mostrar o mesmo futebol do primeiro tempo, após essas mexidas o jogo deu uma reequilibrada e, ao final, Rodriguinho, que mais uma vez não entrou bem, ainda teve chance claríssima para trazer o triunfo.

Penso que cabe à comissão técnica investigar o que levou a tamanha queda de rendimento no segundo tempo, mas penso que, diante do que o Bahia vinha jogando nas últimas rodadas, a atuação contra o Santos mostrou uma importante evolução no quesito disposição. Era um time claramente mais ligado, menos acomodado, muito mais participativo e ativo na fase defensiva.

Destaques positivos

Os dois grandes destaqueis individuais desta partida, na minha modesta opinião, foram Luis Otávio (esse parece meio óbvio) e Lucas Mugni.

O zagueiro tricolor fez uma partida monstruosa, principalmente no jogo aéreo defensivo, quando ganhou praticamente todas as bolas. Além disso, o sistema defensivo mais equilibrado e o time mais compacto montado por Dabove, com linhas bem mais próximas e definidas, parecer ter ajudado demais o zagueirão tricolor. Vale notar, também, que ele mostrou algumas boas bolas longas invertidas. Partidaça de Luis Otávio.

Além dele, como antecipei, me chamou a atenção a partida de Mugni. O cara correu o campo inteiro, marcando e atacando. Engraçado que a imagem que tinha dele era a passada por parte da torcida do Flamengo, que vendia um jogador acomodado. Pois, no Bahia (confesso que não acompanhei nada dele no Sport) estamos vendo um cara extremamente dedicado, com ótima noção tática. Seja jogando mais aberto, seja atuando mais centralizado, este tem sido um cara bastante importante neste elenco.

Além deles, cabem menções honrosas a Rodallega (acabou tomando mais a iniciativa de construir e buscar o jogo, deixando Gilberto e Rodriguinho na cara, nas melhores chances do jogo), ao zagueiro Conti (aqui é meio que chover no molhado) e aos invariavelmente criticados (muitas das vezes com razão) laterais Nino e Capixaba. No desenho do último jogo, ambos tiveram um papel defensivo mais claro, até pela existência de atacantes nas beiradas da segunda linha de quatro jogadores, e foram muito bem. Chama a atenção a evolução de Capixaba, que neste jogo muitas vezes ajudou na construção por dentro, já que tinha Isnaldo aberto à sua frente. Muitas vezes escrevi que achava ele superior tecnicamente a Matheus Bahia, ainda que reconhecesse a justiça em perder a vaga. Espero que continue crescendo.

Destaques negativos

Negativamente, não poderia deixar de citar Gilberto e Rodriguinho, que perderam ótimas chances, ainda que o primeiro ainda tenha mostrado um pouco mais (até porque jogou por mais tempo). Mas chama a atenção como o camisa 10 tricolor voltou a trazer atuações fracas, próximas às do pior Rodriguinho da temporada passada. A ver se consegue voltar a entregar um pouco mais.

Além deles, querendo deixar claro que não se trata de uma perseguição, até porque o cara é esforçado, chama a atenção mais uma atuação fraca de Óscar Ruiz. Desta vez teve a chance de sair jogando, numa posição que lhe é familiar, mas não entregou. Torço para que consiga entregar mais, mas, confesso, não acredito nisso, além de achar que perderá espaço com a volta de Índio Ramirez ao elenco e, tomara, ao time.

 

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