Tá na hora de virar esse jogo

Não quis entrar no mérito da derrota tricolor para o Vitória, foi chato, indesejado, mas em futebol é assim mesmo quando se perde a confiança, para recuperá-la é preciso um trabalho longo e muito profissional no aspecto psicológico. Não sei se o Bahia tem esses profissionais, se não os têm é melhor providenciar porque do jeito que está vai jogar dez vezes e perder dez vezes para o rival de Canabrava.

Nunca o Bahia foi tão submisso ao rival quanto tem sido nos últimos anos, perde tudo! Até fora de campo. Começou na revoada do meu amigo Newton Mota com os garotos da Base, num golpe espetacular dado na boa fé do não menos querido amigo Paulo Virgílio Maracajá Pereira, digno baluarte e vitorioso presidente do E.C. Bahia – para o bem da verdade devo ressaltar que Osório e Maracajá são indiscutivelmente os dois maiores ícones da história tricolor, sem nenhum demérito aos demais.

Até hoje não entendi a saída de Vander do Bahia sob alegação de deficiência técnica. Por vacilos saíram Mansur e Maracás, mais recentemente saiu Caíque, jovem promissor e de envergadura ideal para goleiros. Aliás, num passado mais remoto cederam à pressão da torcida e deixaram Cícero ir embora por míseros R$ 60.000,00.

Agora perderam Kieza numa ponte espetacular, via São Paulo, para o rival que deu um autêntico golpe de mestre na diretoria tricolor, que quer trazer Kanu (…). Já haviam dado mancada quando deixaram Thiago Real cair nos braços do adversário, mas como no Bahia a regra é não tirar proveito dos erros…

Também não vamos entrar no mérito da escanteada que estão dando em Maxi Biancucchi, mas que há insensatez na condução do caso há sim. Maxi é um dos maiores salários do clube, senão o maior, e simplesmente o encostam sem antes procurar colocar o jogador em algum clube para respirar novos ares e depois, quem sabe, voltar. Bom jogador ele é, se cometeu algum desatino venham à público e esclareçam.

Esta diretoria que está à frente do tricolor é muito imberbe e dá demonstrações a todo instante que é revanchista. Tem de ser profissional, o clube paga para seus diretores conduzirem-no com isenção de sentimentos pessoais. Não gostar do jogador é uma coisa, agora, prejudicar o clube pensando estar fazendo mal ao jogador é burrice! Excluo Hernane e digo que nenhuma contratação neste ano foi tecnicamente superior ao Maxi, e olha que ele nem é essa “Brastemp” toda.

Mas é isso que preocupa, dispensar bons jogadores e fazer apostas em outros. Um exemplo é Thiago Ribeiro… este jogador começou no Rio Branco de Americana-SP e foi de imediato direto para o Bordeaux da França. Não deu certo e voltou à São Paulo, mais precisamente para o S. Paulo F.C., depois esteve no Rentistas do Uruguai e dali para o Al Ryyan do Qatar, retornou mais uma vez ao Brasil e desta feita foi para o Cruzeiro — onde fez 140 jogos –, depois Cagliari, depois Santos, Atlético Mineiro e agora Bahia. Tem 482 jogos na carreira e marcou 130 gols numa média de 0,27 gol por jogo.

Não digo que Thiago Ribeiro é um jogador inferior aos que o Bahia tem, na média pode até ser destaque, mas pelo histórico da sua carreira não é nada excepcional. Pode ser que no Bahia ele encontre o seu melhor futebol e seja  aquele mesmo que fez algum sucesso no Cruzeiro, de onde partiu para o Cagliari da Itália.

Enfim, a torcida quer ver muito mais do que tem visto até aqui, porque chega de tentativas inócuas, chega de lugar comum, chega de tanta incompetência. Tá hora de virar esse jogo e colocar o Bahia no lugar que ele merece.