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Coluna

Cássio Nascimento
Publicada em 08/12/2017 às 11h29

Tópicos sobre o processo eleitoral - Parte 4 (Abílio, Binha e outros)

Abílio Freire de Miranda Neto (AF) tem 46 anos, é advogado, e já cursou, sem concluir, outras faculdades, além de ser ex-funcionário público do Poder Judiciário. Segundo o currículo estampado na página da sua campanha na Web, é um estudioso em gestão esportiva, um aprendiz assim como o presidente Sant'Ana.

 
Por sinal, o interesse em Abílio divulgar suas propostas esbarrou na própria página da campanha, onde sobra currículo e história de vida e falta justamente o Plano de Gestão, o seu PG.
 
Para analisar as propostas, tive que recorrer a postagens de redes sociais e reportagens googoleadas na internet. Posso, assim, ter omitido algum detalhe importante, no que peço desculpas ao candidato se fizer algum comentário impertinente.
 
Perfil Pessoal: Abílio é advogado especializado em direito do consumidor e responsabilidade civil, dando continuidade a Era da OAB no clube, se eleito. Recentemente, esteve envolvido em um escândalo de corrupção, com venda de sentenças judiciais, donde, até o momento, nada foi provado de fato contra a sua pessoa. Partindo do pressuposto constitucional de que ninguém é culpado até sentença transitada em julgado, abster-me-ei de tecer maiores comentários a respeito deste fato, porém, é claro, o torcedor fica desconfiado diante de uma informação como esta.
 
Além disso, Abílio conta com apoio da maior torcida organizada do Bahia, o que pode lhe conferir votos em massa. Seu substituto, ninguém menos que o baluarte Virgílio Elísio da Costa Neto, conhecido cartola baiano da CBF, um cavalheiro no agir, e um importante nome a despeito de rumores sobre sua saúde, supostamente debilitada em virtude de um câncer no passado.
 
Propostas para o futebol: assim como os outros candidatos já analisados, AF concorda com a necessidade de estruturar o departamento, mediante um DADE forte (com análise de mercado), reforma do Fazendão (para uso do profissional e eventualmente treinamentos da base) e uso da Cidade Tricolor mais para a base, fazendo do longínquo centro uma excelência em formação de jogadores.
 
Destaque para a proposta de formar atletas olímpicos, o que nunca foi abordado pelos outros dois candidatos. Para quem acha isso importante, ou seja, o Bahia não é só futebol, e sim, um Esporte Clube, uma proposta interessante. 
 
Para o time em campo, pretende manter o que há de bom e realizar "contratações pontuais", repetindo o mantra de "profissionalizar a gestão" e "otimizar o critério de contratação", naturalmente usando o DADE.
 
Para diretoria de futebol, propõe chamar o ex jogador do Clube Atlético Mineiro Eder Aleixo. Ok, por que o Eder? Estranha a preferência por um profissional que pouco fez de relevante fora de campo além de ter sido um ponta-esquerda com potente chute e ídolo do Galo Mineiro.
 
Quanto ao patrimônio, além do que já foi citado em relação aos dois CTs, pretende viabilizar o uso de Pituaçu, mas não especifica como.
 
Na parte administrativa-financeira, especifica a necessidade de responsabilidade no uso de recursos financeiros, "mantendo-se a linha atual". Contradiz-se, de certa forma, pois a atual gestão, a despeito dos avanços financeiros, ficou marcada pelo excesso de contratações de jogadores sem aproveitamento suficiente.
 
Fala da captação de receitas no ProFut e outras fontes, do mesmo modo que os dois maiores adversários.
 
Quanto à interatividade com o sócio e o torcedor, pretende criar plataforma digital, igual os maiores rivais, e pretende criar um portal da transparência nos gastos com o clube, esta uma proposta louvável. Ainda fala em melhorar a relação e as condições de contrato com a Arena Fonte Nova, entendendo que nesta Arena o torcedor não é bem tratado - um consenso, também, entre os candidatos. Fala em parcerias de programas de descontos para o sócio.
 
Encontrei, também, proposta de planos de associação populares (ao meu ver, uma demanda urgente considerando o apelo de massa do Clube), porém, chama atenção proposta de Comitê Institucional, onde, inclusive, membros de Organizadas teriam assento. Ao meu ver uma boa proposta, desde que consultiva e não deliberativa, pois entendo que pode atravancar o processo de tomada de decisão da Diretoria Executiva.

Resumindo: Abílio tem propostas, na maioria, parecidas com as de Bellintani e Fernando Jorge, mas demonstra maior preocupação com participação popular e vê o Bahia como um clube multiesportivo. Não deverá vencer o atual pleito, inclusive por ser pouco conhecido da maioria do público e ter um histórico criminal que gera certa desconfiança, mesmo tendo como substituto um conhecido ex-cartola em nível nacional, com bom relacionamento no meio. Poderá ser um nome importante para pleitos futuros, se souber costurar bem alianças, e desde que consiga se livrar das graves acusações que pairam sobre a sua pessoa.
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Sobre o outro candidato, o Sr. Flávio Alexandre (vulgo Binha de São Caetano - notório "torcedor símbolo, com todas as aspas que meu bom senso permite apor neste texto"), poderia analisar mais detalhadamente suas propostas, mas quando dei uma pesquisada, encontrei falas como "montar uma grande equipe e ser campeão baiano, da Copa do Brasil, do Brasileiro, do Nordeste, da Sulamericana" etc. Investir o montante de 50 milhões de reais para a divisão de base, ou metade do orçamento do clube para a base, acredito que nem o campeão brasileiro Corinthians faz isso...
 
Que me perdoe o histriônico e loquaz candidato, mas o mesmo, no meu entender, pode ser bem definido como o lado lúdico do sufrágio que há de ocorrer, ou humorístico mesmo... serve, também, como voto de protesto àqueles que estão fartos de baluartes ou de aspirantes a político no nosso tricolor. Mas como a casuística eleitoral do Bahia não é tão grande, e a eleição se decide por maioria simples, não devemos ter um Tiririca II na presidência do clube. Deve angariar o próprio voto, os dos familiares e de mais uns 5 ou 6 amigos.
 
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O candidato Nelsival, recentemente, teve seu nome indeferido por irregularidades documentais. Este militar possui formação acadêmica em educação física, mormente em futebol, e seria uma boa alternativa para quem possui foco apenas no lado esportivo. Que seja mais atencioso em 2020.
 
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Finda a análise dos prós e contras dos candidatos, despeço-me dos leitores e desejo boa sorte a todos. Que os vencedores respeitem o Bahia, ponham-no como prioridade zero, e tirem-no dessa sina maldita de rebaixa-não-rebaixa-perde-do-vice-não-perde-do-vice... tudo o que o torcedor quer é recuperar, acima de tudo, o orgulho de ser tricolor.
 
Após as eleições, farei a última coluna do ano, com balanço de 2017.
 
Saudações Tricolores e Democráticas!
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