Fonte: Reprodução/Arquivo pessoal
Em 1993, poucos meses antes do Bahia conquistar seu 39º título estadual, um jovem japonês decidiu fazer uma viagem que seria responsável por mudar sua vida e a forma como se enxerga a música em uma pequena comunidade de Osaka, sua cidade natal.
Keniti Naniwano, como prefere ser chamado, conta ao ecbahia.com que decidiu vir sozinho ao Brasil para conhecer o famoso carnaval de Salvador e acabou desenvolvendo uma paixão pela música. “Admirei a música baiana quando era jovem e viajei sozinho para o Brasil em 1993. Vi o Trio Elétrico no Carnaval da Bahia e fiquei profundamente emocionado”, disse. Como forma de manter uma lembrança viva de uma viagem marcante, Keniti comprou vários discos da música baiana, entre eles Praga de Baiano (1977) dos Novos Baianos, que se transformou no disco mais importante de sua vida.
A influência dos ídolos pós-tropicalistas na vida de Keniti passou a ser tão grande que, assim que retornou ao Japão, decidiu formar uma banda em homenagem aos brasileiros; assim nasceu os Novos Naniwanos. O nome da então recém-formada banda japonesa fazia homenagem não somente aos Novos Baianos, mas também à cidade de Osaka, que também é conhecida pelo nome de “Naniwa”.
A ligação do grupo Japonês com o Bahia começou em 2006 quando eles decidiram regravar o álbum Praga de Baiano. Uma das músicas mais icônicas deste álbum é “Campeão dos Campeões”, que glorifica o Esporte Clube Bahia e o classifica como clube do povo, isto é, pertencente a todos os povos, inclusive aos que estão no outro lado do mundo. Apesar da língua portuguesa ser um grande desafio para os falantes de outros idiomas, os Novos Naniwanos fizeram questão de, ao menos tentar, cantar em português. Confira no vídeo abaixo:
Ex-membro dos Novos Naniwanos, Atsushi Hirata, também conhecido como “Hirata do Cavaco”, costuma tocar forró em bares de Osaka com sua atual banda, a Forró Sapa-Xo-Q. Amante declarado do futebol brasileiro, Hirata faz questão de vestir a camisa do Bahia durante apresentações que envolvem a cultura baiana, mas lamenta a dificuldade de assistir aos jogos do Esquadrão. “Eu amo o futebol brasileiro, mas a televisão japonesa não transmite as partidas dos clubes e eu também não falo português, então não consigo acompanhar muito o Bahia”, esclareceu Hirata.
Amante da guitarra baiana, Hirata tem como um de seus ídolos o guitarrista baiano Armandinho, que também é torcedor do Esquadrão.
Na manhã do último domingo (11), os Novos Naniwanos, através de seu perfil oficial no X (twitter), emitiram um comunicado anunciando o fim da banda após mais de 30 anos de formação. “Novos Naniwanos, que nasceu em 1993 como uma banda de rock alternativo inspirada na música da Bahia, Brasil, decidiu se separar a partir de hoje. Gostaríamos de expressar nossa sincera gratidão a todos os fãs que nos apoiaram até agora”.
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