Do portal GloboEsporte.com:
“A polêmica levantada pela escalação de Victor Ramos no triunfo do Vitória sobre o Flamengo de Guanambi, neste sábado, continua. Após o Bahia vencer o Bahia de Feira, na Fonte Nova, o presidente do Bahia, Marcelo Sant’Ana, concedeu uma entrevista coletiva e, ao ser questionado sobre o assunto, disse enxergar irregularidade no caso.
O dirigente afirmou que a negociação do Vitória com o Monterrey, do México, configurou uma transferência internacional, mesmo que o Certificado Internacional de Transferência (ITC, na sigla em inglês) não tenha saído do Brasil após a saída do zagueiro do Palmeiras. De acordo com ele, o caso é de interesse direto de todos os times participantes do Campeonato Baiano.
– Esse assunto influencia nas 12 equipes que disputam o campeonato, porque os 12 são submetidos ao mesmo regulamento, a gente assina e concorda. Acredito que, caso confirmada essa punição, é uma perda técnica, porque o Vitória é uma equipe de qualidade. Para mim, como integrante da Liga do Nordeste, também é uma perda, porque ficaria fora da Copa do Nordeste do próximo ano, e isso é ruim. Na nossa leitura, houve um descumprimento da regra, porque trata de uma transferência internacional. A transferência se dá entre o clube cedente e cessionário. O cedente é o Monterrey, e o cessionário é o Vitória. Para mim, é muito claro. O CTI é um registro de transferência internacional. Só existe quando a transferência é internacional, senão não teria essa discussão. Quando é transferência nacional, não tem esses trâmites. Regulamento diz que em caso de transferência internacional, o nome do atleta teria que constar no BID até o dia 16. Victor Ramos consta do dia 18. Para mim, é uma situação clara. Alguns clubes do interior entraram em contato comigo, para ver se eu tinha a mesma leitura. Por mais que possa prejudicar a competição, eu acredito que a gente tem que defender as leis, acredito na FBF e acredito também na Procuradoria – avaliou o dirigente.
Com a visão de uma escalação irregular, que poderia culminar com a eliminação do Vitória no Campeonato Baiano, o presidente o Bahia disse que o clube vai aguardar o desenrolar dos fatos nos próximos dias. Segundo ele, a Procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (TJD) deve tomar uma atitude.
– A própria Procuradoria pode entrar de ofício, porque é público e notório. Vamos aguardar. Flamengo é o interessado direto. Os outros, são terceiros interessados. Procuradoria pode se posicionar, porque é um assunto público. Vamos aguardar a posição desses órgãos para decidir o que vamos fazer – explicou Marcelo Sant’Ana.
ENTENDA O CASO
A polêmica foi levantada por causa da presença de Victor Ramos no jogo do Vitória contra o Flamengo de Guanambi, pelas quartas de final do Baiano. A escalação estaria em contradição com o parágrafo terceiro do artigo 20 do Campeonato Baiano. O texto diz que, em caso de transferência internacional, o atleta tem que ter o nome publicado no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) até o dia 16 de março. Victor Ramos, que pertence ao Monterrey, do México, teve o nome publicado no dia 18 de março.
O Vitória, por sua vez, nega qualquer irregularidade. De acordo com o clube, houve uma solicitação para a Fifa e para a CBF para que a transferência fosse considerada nacional. O argumento do Leão é de que, após o fim do empréstimo de Victor Ramos ao Palmeiras, em dezembro do ano passado, o ITC não saiu do Brasil, assim seria uma negociação nacional. Dirigentes do Rubro-Negro garantem ter uma autorização especial para tal ato.
O zagueiro, inclusive, demorou de ser apresentado e regularizado pelo Vitória por questões burocráticas. O Monterrey precisou pedir uma autorização especial da Fifa para reativar o contrato do atleta e, assim repassá-lo ao Vitória. No sistema de registros da CBF, inclusive, o vínculo do jogador com o Palmeiras se encerrou no dia 31 de dezembro de 2015. O clube mexicano, então, teria reativado o contrato com o zagueiro no dia 16 de março e, dois dias depois, o empréstimo ao Vitória foi publicado no BID.”
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