Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia
Quem acompanha o Esporte Clube Bahia sabe que o time vem caminhando para instituir sua Sociedade Anônima do Futebol. O Tricolor é realmente um dos clubes nordestinos que mais progrediu rumo a essa mudança. A diretoria do Bahia já trata o projeto SAF e o investidor primário, o Grupo City, como essencialmente definidos. Há, no entanto, algumas questões que devem ser resolvidas. O Bahia, em outras palavras, pretende fazer uma faxina para dar início a uma nova era.
A diretoria do Bahia enfrenta um problema significativo nessa questão de arrumar as coisas. Isso se deve a um contrato com um banco parceiro que ainda não foi resolvido, além de algumas dívidas trabalhistas com jogadores que já jogaram pelo clube.
O Banco Opportunity, parceiro do Bahia de 1998 a 2006, ainda aguarda o acerto de questões financeiras com a equipe, e a antiga parceria vem gerando uma enxurrada de problemas.
O rompimento da parceria em 2006 é inicialmente o grande ponto de discórdia entre o Bahia e a instituição financeira. O Banco Opportunity alega que o clube não efetuou os pagamentos de indenizações necessários. Com isso, a empresa entrou com uma ação judicial para recuperar uma quantia de quase R$100 milhões; sem dúvida, o Tricolor teria enormes dificuldades para pagar essa quantia.
Enquanto o Grupo City e a SAF não chegam, o Tricolor segue na sua jornada pelo retorno à elite do futebol nacional. Apesar da eliminação na Copa do Brasil, o time vem bem na Série B, e permanece entre os favoritos ao acesso, segundo as odds em plataformas como a Midnite.
A turbulenta parceria
O clube estava passando por graves problemas financeiros em 1998, quando tentava sobreviver ao seu primeiro rebaixamento para a Série B, o que levou a incontáveis protestos de torcedores e à renúncia do presidente Antônio Pithon.
Além de formar um novo time para retornar à elite, a diretoria do Bahia também buscava uma solução financeira urgente. Para fazer investimentos adicionais, Marcelo Guimarães, sucessor de Pithon na presidência do Bahia, assinou um contrato de 25 anos com o Banco Opportunity.
Como resultado do investimento do banco no clube, a corporação passaria a deter 51% das ações do Bahia, criando uma espécie de sociedade. Mesmo controlando a maioria das ações do Bahia, o acordo previa que o presidente continuaria no comando dos assuntos relacionados ao futebol; Marcelo Magalhães ainda era o responsável pela contratação e demissão de comissão técnica e jogadores.
A primeira conquista da parceria foi um título estadual em 1999. No entanto, o desempenho do Bahia no campeonato nacional foi decepcionante, e o clube não conseguiu recuperar seu lugar na elite do futebol brasileiro. A volta à primeira divisão aconteceria somente em 2000, graças à Copa João Havelange, num movimento que também promoveu a volta de outros clubes, como o Fluminense.
O Bahia foi mais uma vez rebaixado para a Série B em 2003. A situação financeira piorou, e a tentativa desesperada do ano seguinte de voltar à Série A resultou em contratações que estavam fora dos recursos financeiros do clube. Pior ainda, uma vez que o time perdeu a promoção em 2004 e foi duramente rebaixado para a Série C em 2005, uma verdadeira era de turbulência se seguiu.
O Bahia foi obrigado a lidar com as consequências após o rebaixamento inesperado e embaraçoso para a Série C. Para se reconstruir, várias mudanças foram empreendidas.
Com isso, em 2006, a diretoria baiana tomou a decisão de encerrar a parceria com o Banco Opportunity, antecipando o início de uma nova temporada. O Bahia seria obrigado a fornecer um pagamento de compensação neste caso. Além disso, o banco teria direito a uma parte do valor de transferências futuras dos jogadores do clube. O Bahia foi obrigado a pagar sua dívida com o banco progressivamente ao longo do tempo, mas a situação acabou na justiça porque os acordos foram quebrados.
O atual presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, informou recentemente que apresentou uma proposta ao banco para tentar resolver essa batalha legal. Segundo informações, a diretoria do Bahia estaria disposta a pagar cerca de metade do valor que a instituição financeira pediu.
“Estamos em um empecilho formal que estamos perto de resolver. Após resolver isso, em dias a gente consegue formalizar a proposta. É a proposta que o parceiro e o Bahia construíram juntos, por isso demorou tanto. Tem um representante do nosso potencial investidor aqui no Brasil trabalhando”, disse Bellintani em entrevista recente.
Grupo City monitora a situação
Como vem sendo informado nos últimos meses, o principal parceiro do Bahia no projeto SAF será o Grupo City. Esta organização possui vários times de futebol em todo o mundo, com o Manchester City, um dos principais times da Premier League, sendo o maior.
Nesse sentido, se o clube tem pendências anteriores não resolvidas, os investimentos que o Grupo City precisará realizar em relação ao Bahia podem esbarrar em dificuldades. Na realidade, é imperativo resolver esses problemas o mais rápido possível.
O Grupo City antecipa um acordo entre o Bahia e o Banco Opportunity como resultado, principalmente porque torna-se mais seguro investir na instituição quanto mais questões judiciais o clube conseguir resolver.
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