Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia
A queda do Bahia no segundo turno causou decepção aos torcedores e não passou despercebidas dos olhares da mídia nacional.
Nesta semana, o jornalista Ricardo Gonzalez, do Grupo Globo, escreveu um texto avaliando o declínio do trabalho de Roger Machado à frente do Esquadrão de Aço.
Na opinião do comentarista, a queda de rendimento do Bahia é algo visto com frequência nos clubes por onde Roger Machado passou nos últimos anos.
Por Ricardo Gonzalez
Comentarista dos canais SporTV e autor do blog ‘Entre as Canetas’
“Por que Roger sempre vai esvaziando?
Ouvi esta semana que o balanço de Roger Machado no Bahia é positivo, porque ninguém esperava nada do clube este ano. Houve ainda quem achasse que o time “apenas” oscilou. Discordo de ambas as versões. Minha visão é de “copo meio vazio”, porque o time, de fato, chegou a ir bem mais longe do que se previa, mas poderia ter ido muito mais longe – a vaga na Libertadores esteve por várias rodadas ao alcance. E o Bahia não oscilou, o time descreveu uma verdadeira parábola – subiu reto no início do Brasileiro, quando chegou a golear o Flamengo com Jesus e tudo, e na reta final embicou rumo ao solo de uma só vez.
O jogo com o Vasco, em casa, foi o retrato da campanha do time. Começa na frente do placar, jogando bem, até que começa a ceder espaço, ceder espaço… e toma o empate. Nos últimos 15 jogos – portanto 45 pontos disputados, o time de Roger venceu apenas 2!! Ainda empatou 6 e perdeu 7!!, o que significa apenas 12 pontos conquistados daqueles 45. Não é oscilação, é queda livre. Em algumas derrotas, a responsabilidade foi claramente do treinador, por escalação equivocada, como contra o Goiás no Serra Dourada.
É algo semelhante ao que ocorreu com seu trabalho no Grêmio. Que chegou a ser elogiado pelo sucessor, Renato Gaúcho, quanto à consistência defensiva. Mas que ficou exposto com o salto de qualidade que Portaluppi conseguiu imprimir ao time. Ou no Palmeiras, em que começou fazendo a melhor campanha da Libertadores, mas tendo perdido o Estadual e despencando no Brasileiro.
Roger não tem mais que provar a ninguém seu conhecimento sobre futebol. Ou sua capacidade de montar um time a partir da defesa. O que se discute é se seu jeito de transmitir funciona a longo prazo. Por que seus trabalhos perdem fôlego? Se eu ou ele soubéssemos, certamente ele já teria reformulado, porque é inteligente e trabalhador. Só que eu não preciso descobrir, mas ele depende de disso para viabilizar de novo sua carreira.
Mesmo sendo uma avaliação que é polêmica e não unânime, o balanço do ano com relação a Roger Machado é, para mim, muito negativa”.
Reproduzido de GloboEsporte.com
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