O futebol brasileiro segue paralisado e ainda sem nenhuma estimativa para o retorno das atividades nesse ou no próximo mês. No entanto, os protocolos para quando a bola puder voltar a rolar já existem e são restritivos no aspecto de público nos estádios e cuidados contra o vírus.
Coordenador do protocolo nacional da CBF, Jorge Pagura explicou, durante uma entrevista no Instagram, os detalhes sobre como o futebol deverá acontecer quando houver a flexibilização da quarentena.
“Quando liberarem as atividades não vai haver lugar mais seguro do que treino de futebol, jogo de futebol. As medidas que preparamos são altamente restritivas do ponto benéfico para a saúde de todos”, explicou o médico.
O médico também explica que o silêncio das arquibancadas sem torcida e a distância nas comemorações marcarão a nova ‘era do futebol pós-pandemia’.
“O barulho do silêncio é a nova tônica que a gente vai ver no futebol. O abraço, a comemoração, “hoje tem gol do Gabigol, dancinha… isso não vai existir”.
Sem previsão de volta
Pagura explica que o protocolo para a volta das atividades e dos jogos oficiais já está sendo feito há mais de 45 dias. Porém, também diz que não existe previsão para a volta, uma vez que a CBF deseja evitar riscos.
“Não tem. A CBF, na figura do presidente Rogério Caboclo, respeita totalmente as decisões que vêm dos órgãos federal, estadual e municipal. Não vai mexer uma palha para forçar nada. Há um mês e meio que estou trabalhando nesse projeto. Junto com médicos, epidemiologistas. Estamos totalmente prontos para voltar com a maior segurança dentro da sua atividade aqui no país. Quando o futebol fala todo mundo escuta. Nossa responsabilidade na execução do plano é muito grande”.
Jogos sem torcida por um longo período
“As aglomerações vão ser as últimas a serem liberadas. Provavelmente (público) quando tiver grande percentual da população que ou teve contato e produziu anticorpos IgG ou quando surgir vacina ou tratamento muito eficaz”.
Retorno do futebol na Alemanha e testagem nos jogadores contra a Covid-19
“Alemanha resolveu os problemas deles, mas não podemos nos comparar com eles, tem a diferença econômica. Mas vamos ter testagem sim, não podemos fazer teste de RT-PCR em cada um porque pode demorar, tem que esperar entre o 3º e o 7º dia, então teria que testar e isolar. Então vamos ter grande questionário clínico, testes rápidos e série de coisas. Dentro desse plano, qualquer sintoma vamos tratar como doente e daí vai para o RT-PCR. Mas uma coisa é analisar para 80 jogos. Outro, fazer em 380 jogos, que é só da Série A. E mais de mil em outras séries. É inviável RT-PCR para todos”.
Recomendação para não cuspir no gramado
“No plano tem isso (não cuspir), mas não tem multa. Vão ter opções, vai ter totens para se ele precisar assoar o nariz. No toten, tem álcool gel para esterilizar a mão. Apesar de que essa gotícula permanece pouco no ar em ar livre”.
Jogadores durante a quarentena
“É difícil, pois estamos falando de uma população muito jovem. Os casados têm maior possibilidade de ficar isolado. O jogador é boleiro, gosta de churrasco, de samba, mas são responsáveis. Mas como vai segurar mais de 10 mil atletas em casa? Médicos têm passado treinamento para eles, têm olhado, mas não é algo muito fácil. Todos nós estamos tentando ficar em casa”.
Jorge Pagura é médico neurocirurgião e também é o presidente da Comissão Nacional de Médicos da CBF. É dele a responsabilidade de coordenar, junto a mais de 120 médicos da CBF e de clubes brasileiros, a criação do protocolo de segurança para a volta do futebol.
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