Uma denúncia de assédio a um grupo de torcedoras do Bahia na Arena Fonte Nova levantou debates nas redes sociais e chamou atenção do clube, que promete agir em favor das mulheres.
Através do Twitter, a torcedora Maria Ribeiro, componente da torcida “Tricoloucas”, foi quem fez a denúncia. Ela relatou uma série de ações que partiram de homens dentro do estádio, no setor leste da Arena.
Após o desabafo da tricolor, o Bahia respondeu à torcedora e garantiu que irá agir em relação ao fato.
“Respeitem as mulheres! Prometemos agir em relação a isso, Maria. Podem nos cobrar depois”, escreveu o perfil oficial do Bahia no Twitter.
Em entrevista ao portal UOL, Maria relatou alguns dos atos de assédio que sofreu apenas na partida deste último domingo, ressaltando também que casos como estes são recorrentes, mas que teria ultrapassado ainda mais os limites.
“O simples subir e descer uma escada para ir ao banheiro ou comprar cerveja é uma desgraça, é passada de mão, é piadinha… Eu vou tanto aos jogos que já tava naturalizando isso, mas ontem com os ataques e xingamentos do cidadão bêbado, o jogo já não foi muita coisa para mim”, disse. “Aliás, uma correção: assédio nunca é normal. Ontem extrapolou a média de situações que acontecem conosco, na torcida”, relatou em sua conta pessoal no Twitter.
“Um rapaz pediu licença a uma integrante porque iria assistir ao jogo ‘no meio das mulheres lindas’. A integrante informou que ali era uma torcida exclusivamente feminina e que ele poderia passar, assistir ao lado, mas no meio da gente. Após isso começaram as ofensas e palavrões. Ele voltou para onde estava [a uns 5 metros] e começou a fazer gestos obscenos com seu órgão sexual, direcionado a nós. Começamos a rebater os xingamentos. O mesmo ameaçou verbalmente a agressão física. Um rapaz atrás de nós falou que se ele partisse para cima, iria nos defender. Os ânimos se acalmaram um pouco, mas um dos caras parou de assistir ao jogo e ficou encarando a gente. Quando o intervalo começou, eles saíram de onde estavam”, disse a torcedora, em contato com o UOL.
“As pessoas em volta falaram que se eles viessem a fazer algo, iriam partir para cima também. Mas vale muito a pena frisar que somos contra a violência em diversos níveis, e que nesse momento, nossa presidente Stefani Coutinho acalmou os ânimos, não estamos ali para isso, sabe? Queremos assistir nosso jogo, ocupar um lugar que é nosso, porque é um lugar de todos e todas. O futebol é um patrimônio do brasileiro e brasileira, e nós vamos ocupar esse lugar. Eu sou apaixonada pelo meu time assim como qualquer torcedor”, acrescentou.
Arena Fonte Nova repudia atos de assédio
Por meio de uma nota oficial, a Arena Fonte Nova afirmou não ter sido notificada sobre o caso e repudiou qualquer tipo de assédio, reiterando também a obrigação de ter respeito às mulheres.
“A Arena Fonte Nova enfatiza que repudia qualquer atitude de assédio e que, no caso especifico, não foi notificada. Ressalta ainda, que tem buscado constante alinhamento com o Esporte Clube Bahia, Secretaria de Política para as Mulheres do Estado da Bahia (SPM-BA) e a Polícia Militar no sentido de coibir esse comportamento durante os jogos, que é inaceitável. Além disso, a Arena vem implementando um trabalho de conscientização junto ao torcedor para o respeito à presença das mulheres no estádio que é cada vez maior”.
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