Uma análise do momento do Bahia após o triunfo sobre o Vasco em casa

Antes do confronto contra o Vasco em Pituaçu, pela 14ª rodada do Brasileirão, o Bahia se via na incômoda situação de ocupar a 16ª posição na tabela, com os mesmos 12 pontos de três dos quatro clubes que, até então, faziam parte da zona de rebaixamento. Tão preocupante quanto isso era constatar que o Tricolor vinha de uma inusitada sequência de quatro derrotas seguidas em casa, sendo que a mais recente delas havia sido contra o Sport, por 2 x 1, apenas três dias antes do jogo contra os cariocas.

 

 

 

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Postagem compartilhada pelo Esporte Clube Bahia (@ecbahia) le 4 Oct. 2020 à 4 :12 PDT

Ainda assim, uma visita a algum bom site de apostas esportivas no dia do confronto contra o Vasco mostrava um claro favoritismo do Tricolor de Aço. Isso se explica principalmente porque a equipe carioca, depois de um ótimo início de campeonato, vinha de cinco jogos seguidos sem vitórias – três pelo Brasileirão e dois pela Copa do Brasil. Além disso, o Almirante viajou a Salvador sem poder contar com dois de seus jogadores mais importantes: Martín Benítez – que vem sendo considerado por muitos como o melhor do time atualmente – e Andrey.

O favoritismo apontado pelos sites de apostas, por sua vez, era compartilhado pela análise dos “numerólogos” do portal Globo Esporte. No entanto, uma matéria desse mesmo site fez questão de lembrar que até aquele momento o Bahia era não só a equipe que mais havia perdido como mandante, mas também a que tinha a pior defesa da competição, com 22 gols sofridos no total. Para tornar a situação ainda mais delicada, deve-se ressaltar que o Vasco tinha a melhor média de gols marcados fora de casa, graças aos seus dez gols nas seis partidas que havia feito enquanto visitante até então.

Por tudo isso, a vitória por 3 x 0 do último dia 7 de outubro foi uma grata surpresa até mesmo para os mais otimistas torcedores do Bahia. Nos 12 jogos anteriores a equipe sofreu pelo menos um gol, e Mano Menezes, que já havia treinado o time por cinco partidas, vinha encontrando sérias dificuldades para ajustar o sistema defensivo. Tanto é assim que os primeiros reforços desde a sua chegada foram dois experientes jogadores defensivos de inquestionável qualidade técnica: o zagueiro Anderson Martins, de 33 anos, e o volante Elias, de 35 anos.

A outra razão pela qual o placar de 3 x 0 foi surpreendente é que, antes do jogo contra o Vasco, o Bahia tinha marcado apenas 15 gols em 13 jogos. Como se isso não fosse o bastante, contra o clube carioca a equipe não contaria novamente com um de seus jogadores mais talentosos, o meia Rodriguinho. No entanto, essa foi uma daquelas noites em que tudo deu certo: os muito contestados Gilberto e Clayson foram bem e marcaram gols, e Mano Menezes foi muito feliz na sua decisão de escalar Daniel – que mesmo na derrota contra o Sport em Pituaçu já havia ajudado a dar mais volume de jogo para a equipe – desde o início.

Assim foi a segunda vitória de Mano Menezes como treinador do Bahia, a qual lhe ajudou ainda mais no processo de definir aquele que seria o seu time ideal. Mesmo para o gaúcho ainda não está claro se alguns dos atletas que já estão há algum tempo no clube devem continuar fazendo parte do elenco ou ser dispensando à medida que outros reforços cheguem. O certo é que a cada partida não só Mano se familiariza mais com os seus jogadores, como a própria diretoria vem aprendendo o que é trabalhar com um técnico de primeiro escalão do futebol brasileiro. E, como qualquer aprendizado, esse é um processo que requer confiança e paciência de ambas as partes.