é goleada tricolor na internet
veículo informativo independente sobre o esporte clube bahia
Publicada em 6 de abril de 2021 às 08:42 por Autor Genérico

Autor Genérico

A bipolaridade tricolor e o que vejo deste Bahia nesse início de temporada

Dentro da bipolaridade do Bahia algumas coisas vem chamando minha atenção há algum tempo. E de forma negativa. Hoje vou tratar de duas: a insistência na saída de bola com três jogadores e a participação (?) de Edson nesse time. Começarei pelo final, ou seja, pela (não) participação de Edson no time titular.

Das duas uma: ou sou muito burro e não consigo entender bem o que Edson faz por esse time ou, de fato, temos um jogador praticamente sem funções, principalmente na fase ofensiva do time. Me chama a atenção como Edson simplesmente não faz nada na fase ofensiva. Consigo entender que a sua entrada veio pra supostamente trazer mais pegada ao meio de campo, para compensar a falta de capacidade de Rodriguinho, principalmente, de participar na fase defensiva. Mas me parece muito claro como ele não participa dos movimentos de construção ofensiva, mesmo nas saídas de bola.

E aqui entra uma outra coisa que me chama a atenção: a saída com 03 jogadores desde a área defensiva. Há uma insistência em sair assim, sendo que, quando o time é pressionado desde a saída, como foi contra o (modesto) CSA, quase sempre redunda em um chutão, em errou ou em bola quebrada. Além disso, essa insistência mostra ainda mais a ausência de capacidade de Edson em contribuir com essa saída. Abaixo trago 03 momentos em que a saída foi mostrada inteiramente pela transmissão do Nordeste FC na derrota para o CSA.

Na primeira tentativa vemos Patrick recuando, recebendo a bola e buscando opções. Há os dois zagueiros e Daniel flutuando. Nada de Edson, por exemplo. Os laterais me parecem espetados adiante. Juntamente com o trio de atacantes (neste jogo, Novaes, Rodriguinho e Gilberto).

Pode ser uma imagem de praticando um esporte e grama

Patrick opta por sair com Lucas pela direita. Só agora há um avanço de Daniel e um recuo de Edson, que acaba sendo ignorado pelo zagueiro tricolor, que vai acabar forçando a bola com Nino Paraíba.

Nenhuma descrição de foto disponível.

Pode ser uma imagem de praticando um esporte e texto

Pode ser uma imagem de praticando um esporte

Há um erro de passe e, com a roubada de bola, o CSA terá uma situação que, se não gera vantagem numérica, há um mano a mano com uma defesa desarmada. Por sorte o ex-tricolor Gabriel acabou chutando pra fora.

É feita uma nova tentativa. Cenário idêntico. Patrick com os zagueiros como opção. Sem aproximação dos meio campistas em condições de receber a bola. Ele opta por sair pela esquerda, com Juninho.

Pode ser uma imagem de praticando um esporte e estádio

Pode ser uma imagem de praticando um esporte e grama

Sem opções de meio campistas e com marcação adversária encaixada no mano a mano, ele força o passe e apenas ganha o lateral.

Uma terceira tentativa, quando o placar já estava desfavorável, Patrick mais uma vez tenta a saída. Nenhum meio campista próximo, apenas os dois zagueiros e o goleiro Douglas atrás. Patrick tenta a saída com Lucas.

Pode ser uma imagem de praticando um esporte

Pode ser uma imagem de praticando um esporte

Vejam que quando o zagueiro recebe, está se iniciando uma aproximação dos volantes, mas as linhas de passe estão marcadas pelos atacantes adversários, o que obriga Lucas a retornar para Douglas, que vai quebrar a bola em Nino e devolver a posse para o CSA.

Pode ser uma imagem de praticando um esporte e estádio

Claro que a falta de qualidade dos zagueiros e do goleiro com os pés contribui, mas a falta de uma participação mais ativa de Edson, e até a falta de confiança dos seus companheiros em forçar uma bola mais complicada nele me parecem fatores que atrapalham muito essa saída de 03.

E no primeiro tempo desse jogo o time praticamente só tentava sair assim e essas foram as 03 vezes que mostraram por inteiro. Houve outras e não lembro de nenhuma ter sido bem sucedida, o que me faz pensar que falta repertório na saída de bola do time, principalmente quando pressionado. Isso acontecia no Brasileirão da última temporada e é algo que não evoluiu ainda.

No segundo tempo, logo na primeira tentativa, quando o time já tinha Ramon no lugar de Edson, dá pra notar a diferença. Ramon, apesar de ser um jogador que me decepcionou pela pouca gana, já se apresentou e deu opção. O mesmo aconteceu com Daniel. Vejam que  Patrick recebe abaixo e tem uma linha clara para o volante agora do America-MG.

Pode ser uma imagem de praticando um esporte

Pode ser uma imagem de praticando um esporte

Sem opções, Matheus Bahia terá que retornar para o zagueiro Juninho. Com o balanço gerado pelo passe e movimentação de Ramon, se abrirá uma nova linha de passe, desta vez para Daniel, que também se apresenta para receber. O meia tricolor contará com o avanço de Patrick, que desmontará a linha de 3 zagueiros, e conseguirá achar Nino livre na direita, queimando os 05 jogadores mais adiantados do CSA.

Pode ser uma imagem de praticando um esporte

Pode ser uma imagem de praticando um esporte

Pode ser uma imagem de praticando um esporte

É bem verdade que as circunstâncias do jogo eram outras e que o CSA não mostrou o mesmo ímpeto em impedir a saída de bola da equipe tricolor, mas bastou um jogador um pouco mais qualificado e participativo na fase ofensiva que o time foi capaz de superar a primeira linha de marcação.

O que me chama a atenção é que, com ou sem Edson, o time não apresentava repertório para sair de uma marcação mais agressiva e insistia nessa tal de saída de 03, com o time todo espalhado pelo campo, sem meio campistas dando opções reais, sem laterais dando opções reais.

O interessante é que costumam dizer que o Bahia tem dificuldades contra defesas mais recuadas. Ele tem. Mas a verdade é que o Bahia tem dificuldades contra qualquer time competitivo.

Vejam que, no Nordestão deste ano, enfrentamos 07 equipes. Destas 07, 02 de Série A (1 triunfo contra o combalido e bagunçado Popoti e 1 derrota para o Fortaleza), 02 de Série B (2 derrotas, contra os frágeis mas minimamente arrumados CSA e Vitória da Bahia) e os demais inexpressivos, já que não sei ao certo as divisões (ainda assim empatamos contra o Botafogo/PB e vencemos os fraquíssimos Altos e Salgueiro, este ainda com o time de transição). O time principal ainda goleou o fragilíssimo Campinense.

Em suma, o retrospecto do time principal, sem contar as atuações nos jogos mais importantes, é LITERALMENTE negativo (02 triunfos, 01 empate e 03 derrotas), sem grandes evoluções.

É início de temporada e sei que há a dificuldade da falta de intervalo entre as temporadas. Mas me preocupa a lentidão da diretoria em renovar o elenco, em trazer peças ofensivas, em mexer na lateral esquerda, a não enxergar que o time não consegue evoluir com Dado Cavalcanti.

Nestes 06 jogos continuamos a ver um Bahia sem conseguir mostrar intensidade e competitividade contra times minimamente mais organizados (o retrospecto que trouxe no parágrafo anterior mostra isso). E isso passa muito pela insistência do treinador em manter o time do ano passado, já que apenas Conti passou a ser utilizado e isso aconteceu apenas nos 02 últimos jogos. Pra ter uma idéia do absurdo que é a formação do elenco tricolor para essa temporada, Alesson entrou no segundo tempo de TODOS os jogos do time principal.

Hoje temos à disposição Conti, Luis Otávio, Galdezani, Pablo (que só foi usado no transição) e Thaciano. Para o jogo contra o Fortaleza eles estavam à disposição.

Por que não começamos com pelo menos Conti, Otávio e Galdezani/Pablo ou Thaciano, por exemplo? Seriam 03 mudanças. Só por que o time goleou o inexpressivo Altos?

No inicio da temporada escrevi que, idealmente tiraria Dado do principal e o colocaria no Transição, mas que, pela falta de opções e mercado complicado, entendia sua manutenção. Aquilo foi no dia 24/02/2021. Alguém diz que apenas quem não é inteligente não muda de opinião. Pois vou me considerar minimamente inteligente e dizer que, pouco mais de um mês depois, me convenci que não dá mais pra esperar.

Até mesmo pelo PÉSSIMO desempenho de Claudio Prates no transição, e até pela chegada de uma diretoria de futebol, como presidente determinaria que eles iniciassem essa mudança e encontrassem um novo treinador, com mais repertório, para assumir o time tricolor. Aproveitar o primeiro semestre para ver se alguém consegue tornar esse time mais competitivo.

Como duvido que vá acontecer algo assim, só resta torcer e esperar por reforços. E aí? Vamos trocar ideias. Discordem ou concordem nos comentários!

comentários

Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.

enquete

Qual a posição que o Bahia mais precisa de reforços para 2025?
todas as enquetes