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Publicada em 21 de julho de 2022 às 11:57 por Marcelo Barreto

Marcelo Barreto

A coragem dos covardes é a certeza da impunidade

Albert Einstein, disse que o mais importante é não parar de questionar porque a curiosidade tem sua própria razão de ser – concordo. E quem sou eu para não concordar com a genialidade das frases que expressam a mais absoluta verdade da sensatez humana… É a qualidade das perguntas que determina a qualidade das respostas. Portanto, questionar ações contrárias à sensatez e ao bom senso é uma forma de obter respostas com a devida razão da verdade. 

O caso do atentado ao ônibus do Bahia precisa de uma verdade inteira e não da meia verdade estabelecida com o fim do processo desenvolvido e concluído pela delegacia de Polícia que investigava o atentado ocorrido contra jogadores e toda a comissão técnica do Bahia. O caso não deve ficar impune e sem a resposta que a sociedade ainda espera. Se mortes não aconteceram, não foi por falta de vontade dos delinquentes. Foi por sorte dos ocupantes do ônibus. 

Por que tocaiar e jogar uma bomba potente contra um ônibus, capaz como foi, de estilhaçar vidros e atingir pessoas dentro do veículo, sangrar vários dos seus ocupantes, sendo que um dos atingidos ficou internado por dias na iminência de ter um dos olhos inutilizado para sempre, danificar outro veículo que transitava por acaso no local do atentado colocando a motorista em risco iminente de vida, se não for com uma clara intenção de matar? Foi para assustar? Isto é o que sugere o fim do inquérito. 

Por que a demora excessiva de 4 meses e dias para a Polícia concluir um inquérito de alto apelo público, internacional inclusive, devido ao potencial da barbárie planejada, onde os criminosos já estavam identificados? Pior: por que o inquérito ao ser concluído atestou apenas crime de lesão leve, quando sabemos que tal conclusão não está de acordo, em nenhuma hipótese, com a violência da ação? Quando se pratica um ato terrorista de porte, não há a intenção de matar? Os terroristas estão presos? O próprio Governador do Estado pediu urgência no caso e punição adequada aos fatos, e isso não se verificou.  

A quem interessa que facínoras destrambelhados fiquem à solta para voltar a delinquir? É hora de o Ministério Público agir no rigor da Lei e determinar devidamente que esses terroristas paguem pelo que fizeram. Em caso contrário, eles voltarão a atacar porque já entendem que no Brasil o crime compensa. Prestem atenção, autoridades, porque essas investidas contra a Ordem Pública já estão se estendendo. No Barradão, o radialista Marinho Junior foi covardemente agredido com espancamento. Mais recentemente um torcedor também foi fortemente espancado no mesmo estádio. Por último, um cidadão que transitava em sua moto no domingo, 17, nas adjacências do Barradão, foi espancado numa cena dantesca e quase morto. Se alguém não interviesse, o desfecho seria sim, o óbito. 

 

A pergunta a se fazer é se àqueles indivíduos serão punidos. Francamente? Acho que não porque a coragem dos covardes é a certeza que têm da impunidade. Estamos vivendo numa sociedade amedrontada pela frouxidão das nossas leis e adoecida pelos excessos do Politicamente Correto e Direitos Humanos. Estamos no limite do gigantismo de um sistema e vivendo tacitamente uma guerra civil urbana. Culpo sim, essas lacrações ideológicas protegendo todos esses monstros criados para tirar a leveza da vida e o romantismo da convivência, impondo o medo à sociedade. 

– Só estou citando os casos deste ano, mas sabemos que outras ações desses marginais já causaram até mortes no passado e nada de efetivo aconteceu para coibir esse terror urbano, em Salvador. 

O esporte, especialmente, o futebol, é um importante meio de integração entre povos e não menos importante segmento para diminuição das diferenças sociais. Mas no Brasil ele tem servido como escala para a violência. Não basta somente ser um integrante de uma torcida organizada, é preciso que tenha uma índole ruim para ver quem manda mais em “seu território”? Isto precisa ser revisto pelos dirigentes das torcidas organizadas exigindo do pleiteante, no mínimo, um Atestado de Antecedentes Criminais.  

Às polícias e à Justiça, cabe respectivamente a rigorosidade pontual na conclusão dos inquéritos e na execução das penas.  O futebol não é exatamente o veículo para superar ausências, tristezas, feridas jamais cicatrizadas, dor e saudades – o futebol é um gerador de sonhos para uma imensidão de crianças, adolescentes e adultos. Para prevenir todos esses sentimentos negativos é necessário que elementos influenciadores estejam dissociados das autoridades que investigam, prendem e julgam. 

Este colunista ainda não está entre os que não acreditam mais na Segurança e na Justiça deste país. Acredito sim. Apenas acho que, devido às nossas leis serem frouxas, permitem muitas interpretações. Então, essas nem sempre fazem jus aos princípios do símbolo que idealiza a própria Justiça vendada, representando a ética e o fiel da balança. Há mais culpa no conceito do que na execução. 

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