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Coluna

Cássio Nascimento
Publicada em 17/12/2020 às 16h03

A eterna construção de um clube eternamente nas mãos de eternos inaptos

Não é nenhuma novidade perder do time da OAB, mais conhecido como PPP - Penugem de Papagaio Portenha, afinal, o que é perder do Defensa & Justicia, sin embargo, quando já perdemos do poderoso Liverpool da Cisplatina?

Deixa o Bahia de ganhar uma bolada em dinheiro, deixa o Bahia de buscar mais um patamar acima em sua carreira, no caso, uma competição internacional.

Como já previsto, era muito pouco provável a conquista do título, mas ontem o que se viu, fora os pitis do urgentemente demissionável Rossi, foi uma equipe se não incapaz, certamente sem nenhuma vontade dentro de campo.

Ressalte-se que não temos um elenco daqueles de doze, treze anos atrás: nesse aspecto houve uma evolução significativa! Contudo, para subir de patamar no futebol atual é muito pouco, insuficiente.

O que falta? Dinheiro, competência ou os dois?

Orçamento do tricolor sobe a olhos vistos, em cifras jamais vistas no Nordeste. Pelo simplório critério de comparatividade financeira, jamais deveríamos perder quatro do Ceará em um ano (inclusive o título do Nordeste). Jamais deveríamos estar atrás de cearenses e do Sport na tabela. Ok, orçamento não explica o futebol e jamais explicará, ainda mais quando vemos Vasco e Botafogo lutando para não cair. Por falar nisso, o moribundo futebol carioca resiste graças ao midiático Flamengo; e em grau menor, ao Fluminense que tenta se estruturar.

Estrutura, patrimônio, salários em dia são meios e não fins em si mesmos. Jamais devemos justificar atrasos de salários para motivar atleta. Contudo, as cobranças devem ser a altura do que se paga.

O fato é que desde que me entendo por gente o discurso dos dirigentes é o mesmo. Inclusive Paulo Maracajá, o comandante do título de 1988, desacreditou o próprio elenco na época, alegando problemas de caixa. No entanto, Evaristo e um elenco de jogadores comprometidos desafiaram a lógica, levantando a taça no Beira-Rio, com o mesmo "time de merda" que supostamente Evaristo chamou a própria equipe, em um dos seus muitos arroubos de sincericídio.

Decerto, não estou embriagado ou drogado a ponto de exigir Tóquio a um clube mediano de uma região mediana. O que chamo atenção por aqui é para uma situação que se repete e perpetua: ano após ano, parece que vai, mas não vai. Criam-se teorias, inventam-se métodos, mas no final o resultado é sempre o mesmo: equipe sem força, jogadores fora de forma técnica e/ou física, lampejos de bons resultados seguidos de fracassos iluminados. 

Às vezes eu fico na dúvida se sonhamos demais ou se a Geração Fast tem razão: os gols no último minuto, triunfos surpreendentes de tempos em tempos e a gangorra de acessos e descensos - fora o Bonfim de todo final de campeonato por mais uma não-queda - é o melhor que o Bahia e sua torcida desejam a si.

Entra dirigente, sai dirigente, e os resultados não vem. Pedem-nos paciência, mas isso temos de sobra há algumas décadas. A única forma de o Bahia sair de onde está é não apenas planejar e executar, e sim acreditar, estabelecer metas e superá-las.

Enquanto isso não mudar, seremos sempre o clube de meio de tabela.

O foco agora é escapar da Série B, o que eu, particularmente, duvido muito, face a inépcia deste elenco.

Mas enfim: pro dirigente cair pra B é um puta prejuízo em vários aspectos, mas por outro lado é o "paradigma DNOCS": é interessante os efeitos da seca não se acabarem por completo, porque assim como sonhos, vendem-se carros-pipa e obras que se perdem no meio do nada. E assim o foco nos incompetentes se dissipa.

"Cássio, você está de cabeça quente com a derrota, e está falando coisas que pode se arrepender". Será mesmo? Como já disse há muitos anos aqui neste site: "O Bahia interessa a ninguém". Ninguém torceu ontem como nunca, e se decepcionou como sempre. Ninguém elegeu, ou melhor reelegeu, mais um daqueles que giram em torno do próprio rabo e não saem do lugar. Acho que eu estou velho, nos meus quase 43 anos de vida, não tenho mais paciência para determinadas coisas. Por isso, na hora dos jogos, pego a patroa e meus filhos e saio pra dar uma volta. Torcer pelo Bahia cansa. E daqui de longe, você vê o quanto Raudinei é tão pequeno perto do que precisamos buscar em termos esportivos. Mas enfim, Viva Charles! Ninguém te esquece! Ninguém sonha com mais e mais. E dale daleeeee!

PS: se algum dia algum dirigente queimar minha língua no futuro, gentileza não me procurar para jogar na cara. Vá perturbar outro que não Ninguém, assim como eu. Saudações Tricolores!

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