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Publicada em 13 de novembro de 2025 às 13:30 por José Renato de Carvalho Gomes

José Renato de Carvalho Gomes

A Reconstrução de Um Gigante

De 2023 a 2025, o Esporte Clube Bahia viveu uma transformação silenciosa, porém radical, que redefine seu lugar na fotografia de âmbito nacional. A chegada do grupo City não significou apenas a injeção de recursos, mas a implantação de um projeto sem precedentes no cenário esportivo brasileiro, com planejamento, etapas claras e um objetivo: criar uma das operações de futebol mais modernas e sustentáveis do país. Abordarei, a seguir, os principais pontos dessa revolução.

A SEMENTE: CT EVARISTO DE MACEDO (2023-2024)

O primeiro movimento concreto veio com a reforma e modernização do Centro de Treinamento Evaristo de Macedo, em Dias d’Ávila. Mais do que uma simples pintura, foi a estruturação da espinha dorsal do projeto. O CT se tornou o ambiente controlado e de excelência, algo necessário para padronizar a metodologia de trabalho da base ao profissional. Campos de qualidade superior, centros de análise de desempenho e suporte educacional para os jovens atletas marcaram esta fase. Era o alicerce sendo firmado, a prova de que o grupo não buscava apenas resultados imediatos, mas a construção de um legado.

UMA NOVA LIDERANÇA: ESPORTE CLUBE BAHIA S.A.F

Se a reforma do CT Evaristo de Macedo foi o alicerce, o anúncio em outubro de 2025 do novo complexo em Camaçari foi uma declaração de ambição, profissionalismo e liderança nacional e continental. Um investimento de 300 milhões de reais em uma área de 560.000 metros quadrados, tornando-se um dos maiores do Brasil, não é apenas um número, trata-se de uma nova ordem qualitativa que nem mesmo Flamengo e Palmeiras podem ostentar.

Mais do que um centro de treinamento, o projeto em Camaçari representa a materialização da visão do grupo City para o Brasil. Enquanto muitos clubes ainda navegam em mares de incertezas financeiras e administrativas, o Bahia avança com a solidez de quem constrói não para os próximos campeonatos, mas para as próximas décadas.

Os números falam por si: 560 mil metros quadrados de pura engenharia esportiva, 8 campos de treinamento, um miniestádio (coberto) para mil pessoas e um hotel de padrão internacional, com cerca de 90 apartamentos. Contudo, os números não capturam a ambição por trás do concreto. O que se ergue em Camaçari é a resposta a uma pergunta que há muito assombra o futebol nordestino: é possível competir de igual para igual com o eixo Sul-Sudeste?

A resposta do City é categórica: não apenas é possível, como deve ser feito através de uma reestruturação na base. A meta de formar 2 a 4 jogadores por ano para o time principal não é um chute no escuro – é um cálculo baseado na infraestrutura que está sendo construída e na metodologia que já está em implementação.

Enquanto isso, o futebol brasileiro assiste, talvez ainda sem total compreensão, ao nascimento de um novo paradigma. O “modelo City”, tão discutido e por vezes questionado, ganha sua expressão mais ousada em solo nacional, não em São Paulo ou Rio de Janeiro, mas na Bahia (estado) e no Bahia (clube).

O que está em jogo aqui transcende o sucesso esportivo do Bahia. Trata-se de um teste sobre a viabilidade de se aplicar a mais avançada tecnologia do futebol global na realidade brasileira. Se bem-sucedido, o projeto baiano não apenas elevará o Tricolor a novos patamares, mas servirá de exemplo para todo o futebol nacional e continental. Em uma interpretação inicial, é possível dizer que o projeto já está dando certo e o Esquadrão de Aço já é exemplo para muitos.

Os 300 milhões de reais não compram títulos, mas compram o tempo e a estrutura necessários para construí-los de forma sustentável. É uma aposta ousada num mercado famoso por seu imediatismo, e é exatamente essa ousadia que faz do projeto algo tão revolucionário.

O anúncio de Camaçari não é sobre o que o Bahia será em 2026, mas sobre o que ele decidiu ser pelas próximas gerações. É a confirmação de que o clube não quer apenas participar do jogo, quer mudar suas regras.

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