Aberta a temporada de trabalhos visando a temporada 2017, de primeira divisão e responsabilidades aumentadas, segue o Bahia na contratação de, até o presente momento, nada menos que oito jogadores: quase um time inteiro.
E ainda pode ter mais, muito mais. Celulares vibrando e novidades chegando.
Dos oito, apenas um craque – parafraseando Eternos de outrora – de seleção, mesmo que colombiana. O dançarino Armero, que já brilhou por grandes do Brasil, tem a chance de mostrar que pode recuperar seu bom futebol na terra de cego depois de uma ou duas temporadas obscuras.
No mais, o Edson do Fluminense, volante que marcou 11 gols em 96 jogos pelo Tricolor das Laranjeiras, não é o que se pode chamar de “refugo de time do sul”. Dos outros atletas, nenhuma notícia de que são bichados nem desagregadores tampouco estejam mais na academia e DM do que em campo. Ótimo. Parece que a intenção da diretoria tricolor é formar uma equipe de operários, jovem, aguerrida e em forma, com certo destaque em seus clubes de origem.
Beleza. E ainda vem, segundo consta, um gringo com aquele espírito sul-americano bem conhecido: a cereja do bolo.
Enquanto isso, em Canabrava, o rival não fica atrás, contratando, numa só tacada, dois famosões argentinos, ambos trintões, sendo um com um histórico médico que preocupa. Além dos citados, outros contratados do Vice-de-Tudo mostram que tem perfil semelhante ou no mínimo equivalente ao do nosso Tricolor.
O que dirá o futuro? Sabemos que o campeonato baiano promete fortes emoções, com duas equipes mais ou menos bem reforçadas em campo, dentro desse parâmetro. Idem o Campeonato do Nordeste. Para o Brasileiro, sabemos que o segredo do sucesso não prescinde de planejamento, poder econômico e boas peças de reposição á vontade. Bahia e o rival não devem, em termos nacionais, almejar mais do que uma primeira página no Brasileiro ou uma quarta-de-final na copa do Brasil, devendo ater-se mais às taças regionais.
Para um clube cujo mote do presidente, quando em campanha, era “a vez do futebol”; e cujo submote foi “a vez da base”, notamos que a base tem sido cada vez menos acionada no time principal. Podemos montar um time arrumado, mas não sabemos o que será depois de cartões, contusões e suspensões. A base, a qual pode render frutos em médio e longo prazo, até agora não aparenta força para revelar novos candidatos a talento em curto prazo. A Série A é muito difícil, e manter-se nela, questão de sobrevivência principalmente econômica. Para 2017, a incerteza grassa no que diz respeito à manutenção na principal competição do país.
A fórmula do “monta uma grande equipe que a torcida paga”, como tem funcionado de certa forma na Ilha do Retiro, poderia ser aplicada no Tricolor logo de cara? Parece que o presidente Apóstrofo prefere ajustar daqui e dali para tentar montar uma equipe de respeito. Toda filosofia de contratações tem seu risco, mas eu creio que a diretoria tricolor está optando pela menos arriscada em longo prazo, porquanto em caso de fracasso dentro de campo (o que pode ocorrer a despeito do extracampo ter sido bem feito), a conta não seria tão grande.
Ao contratar essa carreta de jogadores, quando antes dizia que as contratações deveriam ser pontuais, o presidente Apóstrofo escorrega no próprio discurso do passado, aprendendo que a banda toca diferente do que ele imaginava. À parte os esforços em não contratar ex-jogador em atividade, e de garantir a continuidade da filosofia de trabalho que nos levou do meio da tabela para o acesso à Série A, o torcedor do Bahia precisa estar ciente de que ainda é pouco, muito pouco para sonhar com alguma coisa. Que o time dê liga, que nos preocupemos apenas com o Bahia e não com a cor da grama do vizinho, e, especialmente, que em dezembro terminemos o ano com orgulho de ser Bahia, sem gols de último minuto para escapar disso ou daquilo, tampouco dependendo do plantão esportivo do rádio…
Saudações Tricolores!
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