Na iminência de cair para a Segunda Divisão e com eleições previstas para dezembro, os possíveis candidatos à presidência do E.C. Bahia estão com os dois pés atrás. Exceto Antonio Tillemont, que já anunciou a sua candidatura, ninguém quer pisar em chapa quente, afinal, ser presidente com a cota da TV no nível crítico — a Portuguesa, quando caiu para a segundona, saiu de 18 para 2,5 milhões, não sei se esses critérios variam de clube para clube — é pra refletir muito. Então, melhor aguardar o desfecho — acho que pensam assim.
À parte Tillemont, não sei quais são esses que poderiam ser candidatos para enfrentar todas as dificuldades que estão de braços bem abertos na segundona à espera do Bahia. Fala-se em Rátis, o que seria um absurdo e nem acredito que ele aceite. O fato de um juiz o ter colocado como interventor não o qualifica ao ponto de se candidatar à presidência do clube. Matematicamente, ainda há chances de o Bahia não cair, mas pelo andar da carruagem puxada pela incompetência que administra o clube, o precipício está logo ali à frente e já se vislumbra a sua profundidade. É claro que os possíveis candidatos não querem se precipitar e vão aguardar em stand by os resultados dos três próximos jogos do clube.
Parabenizo Antonio Tillemont, que já saiu na frente e de coração aberto diz que é candidatíssimo. Se é o melhor, não sei, mas é tricolor de coração e está agindo independentemente do que possa acontecer nos três próximos jogos do Bahia e a torcida certamente se lembrará disso na hora do voto. Agora, se será eleito, aí são outros quinhentos. Para ser presidente do Bahia, o principal predicado é ser tricolor, baiano, competente e com vivência no futebol. Diferente disso é descaracterizar a tradição. Colocar um atleticano na presidência do E.C. Bahia é temerário, pois ter compromisso de amor com o clube é outro predicado importante e, convenhamos, Rátis não o tem.
Por outro lado, se o Bahia não cair, então as candidaturas aparecerão e os pulmões da prepotência dirão em voz alta que têm as melhores propostas e equipe de trabalho para fazer do Bahia em três anos um dos maiores clubes do mundo — isso já foi dito durante a Copa do Mundo, quando tentaram engabelar o torcedor fazendo crer que os alemães cantaram o hino do Bahia e vestiram camisas tricolores por ação do “marketing” tricolor.
— Digamos que as camisas até foram enviadas para os alemães, mas pararam naquela ação? E o resto do tempo, fizeram o quê? Olha… na Segunda Divisão nenhum time se tornará um dos maiores do mundo. A contribuição do marketing para o Bahia chegar a esse ponto foi não atuar, inexistir na prática, e existir na teoria da retórica.
Outra questão: Será que os donos do clube já o reabriu para o torcedor se associar? Tinham fechado dizendo que era para proteger o clube da ação capitalista, mas não é de dinheiro que o Bahia padece? Repugnante isso, pregar democracia e fazer do clube o que quiser. Competência para honrar o clube anda distante, mas para levar o sentimento de Segunda Divisão a todos os tricolores da arquibancada — esses que realmente dignificam o Bahia –, com certeza é o que não falta e ainda dá show de atitudes bizarras.
O Palmeiras será a próxima atração. Passando pelos paulistas continuará no páreo para não cair, diria que o empate não seria o fim da picada, mas a pressão seria intensa. Se perder, ainda joga por 18 pontos. Se empatar o próximo depois do Palmeiras, não será o fim, mas entrará no tal funil e daí é ganhar ou ganhar. Fora disso podem botar a viola no saco e ir cantar em outro lugar.
Faltam apenas sete rodadas e eu não gostaria de estar na pele de quem está à frente do destino do Bahia. Temo por mais sete anos nos porões do futebol. Se com a cota de TV em 35 milhões fizeram toda essa lambança com o clube, imagine com cota de Série B… será que vai ficar brigando para não cair para a Série C? Vai depender de quem seja o presidente e tomara que seja o Tillemont, pelo menos conhece o mercado da bola e o negócio futebol.
TALISCA
Jogando muito em Portugal, onde é artilheiro do campeonato nacional e o nome de maior evidência no Benfica. É também o melhor negócio dos últimos dez anos que o Benfica já fez. Com o dinheiro da venda do seu craque, o Tricolor não tirou nem um pé do atoleiro e os salários em atraso podem estar levando o Bahia à derrocada. Gabriel teria de ser o exemplo de um negócio mal feito para que outro igual não acontecesse, mas o atual presidente se superou em incompetência.
Aliás, antes que falem bobagens sobre este colunista, quando Gabriel foi vendido escrevi nesta mesma coluna, em 11 de janeiro de 2012, ” Addio Angelo Gabriel “… Confira, está lá, não aprenderam o exemplo de como se fazer um mau negócio porque não quiseram. Eu avisei.
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