A Segunda Fase

Tricolores de todo o planeta, estamos prestes a entrar na “segunda fase” do campeonato brasileiro . Não me refiro às quartas-de-final. Estou me referindo ao fato, já explícito para quase todos, de que a tabela da fase classificatória foi preconceituosamente dividida em “Grandes” x “Pequenos”.

Na minha opinião uma tabela como esta deveria ser sorteada, tendo como critérios restritivos apenas a quantidade de jogos em casa e fora que deveria ser a mesma para todos. Poderia até ser levado em consideração para agendamento das datas, o fato de se disputar jogos em casa e fora de maneira alternada ou até de jogar na quinta e no domingo numa mesma cidade ou em cidades próximas. Mas não faz qualquer sentido criar dois grupos “imaginários” que enfrentam-se entre si, onde num grupo estão os times que os “cartolas” consideram como favoritos (que o digam as torcidas do Flamengo, Vasco, Cruzeiro, Corinthians, etc) e no outro aqueles considerados pelos mesmos “cartolas” como “zebras” (não é mesmo torcedores do Bahia, Paraná, Atlético-PR e Ponte Preta?).

Embora discorde deste plano sórdido da cartolagem, devemos observar que “o tiro está saindo pela culatra”. O grande objetivo destes senhores, era fazer com que os times “grandes” ganhassem ritmo de jogo enquanto massacravam os “pequenos” e depois, quando já estivessem no ritmo da competição disputariam os “clássicos”. Entretanto, muitos times considerados pequenos têm feito bonito e estão no topo da tabela disputando a classificação. Dentre estes, está o Bahia – talvez o único dos “pequenos” a possuir o Bi-Campeonato Brasileiro – que inicia a tal segunda “etapa imaginária” da competição nesta quarta-feira. Segundo os organizadores da mesma, agora nós deveríamos enfrentar os outros “pequenos” para tentar fugir do rebaixamento ou conquistar uma cômoda posição intermediária, longe da zona de classificação.

Frustrando os planos dos cartolas, vencemos a “primeira fase” em que jogamos com todos os ditos “grandes” (incluído-se aí alguns clubes que nunca sequer ganharam títulos nacionais) e podemos considerar que obtivemos um bom rendimento. Ganhamos 21 pontos de 42 disputados – 50% de aproveitamento numa fase em que enfrentamos “teoricamente” os adversários mais difíceis, segundo os senhores do futebol brasileiro. Mas não devemos cair nesta arapuca de acreditar que agora vamos jogar contra adversários mais fáceis. Devemos nos lembrar que enfrentaremos o “pequeno” Paraná, atual quinto colocado, o “pequenos” Atlético-PR, atual sétimo colocado, dentre outros “pequenos” difíceis de digerir. É claro que não podemos ignorar alguns fatos importantes: dos 10 times que estão à nossa frente, já enfrentamos 7 deles. Isto quer dizer que apenas 3 dos próximos adversários são adversários diretos na briga pela classificação. Se somarmos a estes o Goiás, adversário desta quarta, teremos 4 concorrentes diretos. Enfrentaremos equipes lutando desesperadamente para fugir do rebaixamento. Se por um lado isto significa jogar contra adversários que não se encontraram na competição, também significa jogar contra times desesperados para obter pontos.

Com os pontos obtidos nesta primeira etapa, estamos em boas condições para conseguir a tão sonhada classificação. Não será fácil. Perderemos jogos, arrancaremos empates suados e também ganharemos jogos com alguma facilidade. Mas com garra, disciplina tática e muito trabalho esta equipe do Bahia tem totais condições de se classificar e disputar a “verdadeira segunda fase” do campeonato.

* * *

A primeira partida que deveria ser “teoricamente” mais fácil é justamente contra o Goiás no Serra Dourada. Não temos boas recordações deste estádio nem deste adversário. A equipe goiana não vem tendo boas apresentações em casa, mas isto não é motivo para festa. É motivo para jogar com o mesmo empenho apresentado no Morumbi e em São Januário e buscar arrancar 3 pontos dos goianos.

Do nosso lado, se apresentarmos a mesma humildade dos jogos anteriores poderemos confirmar mais um triunfo. Se vier um empate ainda será positivo, não devemos é perder a partida pois cada derrota agora nos será cobrada mais tarde na hora de fechar a conta da classificação. Creio que este seja o jogo ideal para o retorno de Alex Oliveira. Considerando que Preto não joga e que alguns passarinhos que sobrevoam o Fazendão me contaram que Alex está jogando muito nos treinos, esta seria uma boa chance para vê-lo jogar novamente. Marcus Vinicius pode substituir Nonato e Denilson pode fazer o papel de contenção no meio-campo no lugar de Ramos deixando a lateral direita para Mantena. Com esta equipe, creio que poderemos sair vitoriosos. Mas o que espero mesmo é que possamos vencer com qualquer equipe que nosso técnico resolva colocar em campo.

Por sinal, soube que um jornal goiano divulgou a notícia de que a equipe do Goiás iria abandonar o esquema mais defensivo que vinha utilizando porque agora só terá jogos mais fáceis. Espero que eles caiam realmente nesta arapuca para facilitar a nossa vida em conquistar mais 3 pontos fora de casa.