— É bom lembrar que o projeto idealizado e executado por Manoel Serapião foi discutido amplamente no Conselho do IFAB –International Football Association Board – que é o órgão mundial responsável pelas regras.
Serapião idealizou o projeto e executou-o. Como diretor técnico que é da Escola Nacional de Arbitragem da CBF, foi ao IFAB representando a Confederação Sul americana de Futebol – CSF – e, também, como membro do TAP – Painel Técnico Consultivo do IFAB – colocou o projeto em discussão e meses depois foi aprovado.
O problema maior é que estão achando que o AV vigiará todo o campo, lance por lance, e não é essa a concepção. Pelo menos a ideia original foi fundamentada apenas em cima dos lances capitais como gol marcado ou não marcado – impedimento -, pênalti e expulsão.
Escrevi na íntegra sobre este assunto em 28/10/2015, e agora estou apenas compactando aquela coluna para melhor esclarecer.
O Árbitro Auxiliar de Vídeo, que contém regras acompanhadas de tecnologia, consiste em facilitar as arbitragens e o futebol como um todo, evitando assim polêmicas que tendem a deixá-lo confuso, menos romântico e intolerante.
Entre alguns projetos apresentados à época, o do baiano Manoel Serapião foi o que mais agradou aos integrantes do International Football Association Board – IFAB — órgão mundial responsável pelas regras, e, do qual Serapião faz parte.
Vale salientar que a FIFA não tem autonomia para alterar as regras do futebol, só o IFAB pode alterar essas regras.
De acordo com o projeto, o AV corrige erro claro e indiscutível do árbitro de campo em lances decisivos, como gols em situação de impedimento, pênaltis marcados ou não marcados, e expulsões — o AV, pela clareza do lance, decidirá e o árbitro apenas confirmará.
Agora, se querem complicar alterando a essência do projeto expandindo o AV para todos os lances da partida, simplesmente estarão tirando o futebol do interesse do torcedor porque a partida será paralisada a todo instante.
O projeto simplifica dando autonomia absoluta ao Arbitro de Vídeo que ficaria em uma cabine fechada e dinamizaria mais a partida de futebol porque a comunicação seria imediata – tipo sim ou não – e as paralisações seriam raras, ao contrário do que se fala por aí sem o devido conhecimento da matéria.
Repito: tal projeto objetiva tão somente corrigir erros claros e inequívocos de arbitragens em lances de gols e pênaltis marcados e não marcados e de ações disciplinares graves, pois são esses erros que podem alterar os resultados de jogos, como tem acontecido.
Manoel Serapião Filho é Instrutor da FIFA, diretor técnico da ENAF – Escola Nacional de Arbitragem da CBF — e o responsável da CBF pela implantação de tecnologia.
Vale ainda acrescentar que Serapião é membro efetivo do TAP — Painel técnico consultivo do IFAB, que é um colegiado composto por 6 membros em todo o mundo, cada um representando uma Confederação.
É também o legítimo representante da CSF – Confederação Sul-Americana de Futebol – nas reuniões do IFAB. Neste mês passou 15 dias no Paraguai ministrando palestras e treinamentos de árbitros.
Caso a CBF deseje alterar a regra original, terá dores de cabeça porque as constantes paralisações serão inevitáveis e fatalmente irá descaracterizar o projeto cuja finalidade é dar clareza e conservar o futebol no radar do torcedor.
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