é goleada tricolor na internet
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Publicada em 6 de agosto de 2020 às 18:27 por Marcelo Barreto

Marcelo Barreto

As aventuras de Sir Roger Ferguson no país de Fernandão

É inegável que o Bahia está crescendo fora de campo. Não há dúvida que existe um trabalho sério, da parte da atual diretoria, no sentido de estruturar e organizar o clube. Eleito por uma chapa composta de alguns ativistas pró-democracia do passado, a grande maioria da torcida associada do Bahia depositou sua confiança em Guilherme Belintani e Vitor Ferrraz, em razão de suas propostas (na maioria) factíveis; com um poderoso marketing como pano de fundo, além da própria figura pessoal do hoje presidente, já reputado neste espaço como bastante inteligente e articulado.

 
Contudo, apesar dos pontos positivos, o Bahia, até agora, não disse a que veio dentro de campo. Não se trata de “uma fase”, porque liverpools genéricos, semáforos correas e o velho Ceará de guerra (aquele mesmo de Bechara no distante 1998 e das Granjas Reunidas Jean Fernandes Ltda em passado recente) comprovam que, dentro de campo, podemos não ter um clube de série C, mas certamente, um clube de alcance apenas local – e que mal consegue mostrar sua força no âmbito regional – quiçá nacional e internacional!
 
Não é necessário ser um especialista em futebol para compreender que há algo que “não bate” no futebol tricolor. Não há, necessariamente, culpados ou vilões (deixo esses termos para o devido uso político de quem possa se interessar); porém, há diversos elos de uma cadeia que explicam um fracasso reiterado e persistente na “hora H” – eu já falei sobre isso aqui na seção de Colunas. A saber, os tais elos compreendem presidente, diretor de futebol e treinador.
 
Primeiramente, Belintani teme repetir a cultura de demite-demite do futebol brasileiro, valorizando o treinador até o último suspiro, Talvez tenha se inspirado em Sir Alex Ferguson do britânico Manchester United, treinador da equipe vermelha por décadas a fio. No entanto, Roger é apenas Roger mesmo; e o Bahia continua, em campo, um clube do segundo escalão do atual futebol brasileiro. Teimoso, nada tempestivo em suas atitudes e muito falastrão, o treinador porto-alegrense vai mostrando, de forma muito clara, porque não foi muito longe em Grêmio e Palmeiras por exemplo. Em segundo lugar, o longevo Diego Cerri tem até acertado em algumas contratações, mas numa proporção de vários erros para cada acerto. Finalmente, por trás do prestígio de Belintani em relação a Roger, cremos haver, de forma subliminar, a velha justificativa de “Quem vocês querem que eu contrate para o lugar dele?” ou “Quanto vocês acham que custa um treinador de ponta?”.
 
Roger não está no Bahia “por cota racial”, como maldosamente alguns insistem em qualificar. Ele demonstrou qualidades e é, por ora, um dos grandes emergentes do futebol brasileiro. No entanto, Roger não consegue alavancar o Bahia ao padrão que desejamos, ou seja: elevar o padrão do Bahia como um importante player nacional dentro de campo; e não apenas corroborar o imenso cartel de títulos de um anacrônico campeonato estadual – no qual empata de forma insossa com o “grande” Atlético de Alagoinhas em uma final.
 
A gestão de Belintani deixará legados positivos – isso é fato. Contudo, dentro de campo, não traz ao torcedor a sensação de melhoria nas quatro linhas, a despeito do grande orçamento e dos talentos vigentes. O Ceará, algoz na Copa do Nordeste, é um alento para a região, com mais um clube nordestino na Série A, e não é nenhuma galinha morta – inclusive treinado pelo nada saudoso Guto Ferreira. Perdemos para um adversário à altura; e quando o Bahia enfrenta uma equipe assim, é certo que nossas coronárias tremem de pavor. Enfim, todos sabem onde estão os fatores concorrentes desta situação; e o voto é a maior arma para quem quiser mudar de filosofia de trabalho e de direcionamento das políticas intracampo.
 
Saudações tricolores!
 

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