Eu gostaria sempre de poder elogiar pessoas e dirigentes, porque essa é a melhor parte, até por ser fácil, mas os fatos são dinâmicos. E por isso surge também a vez da crítica construtiva, que nem sempre agrada porque o olhar com o qual a maioria dos criticados enxerga a critica é igualmente de forma crítica – salvo exceções.
Reconheço todo o trabalho bem elaborado e executado com competência do presidente à comissão técnica do Bahia. Porém, apesar desse ótimo desempenho, há coisas que precisam ser ditas, porque os fatos saltam na frente dos olhos do torcedor.
– Partindo desse ponto, chego à conclusão que a filosofia no Bahia não é de aproveitar o que o clube revela na sua Base de formação, analisando pelos fatos atuais. Tenho certeza que um clube formador e aproveitador das suas revelações não só pode trazer benefícios ao time, mas, principalmente, à condição de garantia confortável do orçamento anual do clube.
Becão, de tão “duvidoso” que era, saiu como mais um da Base sem grande futuro e com preço de passe beirando às bagatelas – como se dizendo; empresta aos russos e, se der certo, qualquer dinheiro é lucro. Vendido recentemente por cerca de 6 milhões para um clube italiano, se festeja isso como negócio excelente.
Agora chega Juninho e possivelmente Marllon – só para citar estes – que precisam de fato provar que são melhores que Éverson, Ignácio e Xandão. Se não ousar, testar a prata da casa consistentemente como – justiça se faça – está sendo feito com Ramires, jamais se desenvolverão no clube talentos potenciais – o caso de Ramires é muito pouco para o potencial da Base tricolor.
Gustavo Blanco, Becão e Éverson, a priori, são três casos de demonstração da pouca importância para com o jogador revelado na Base. Falo desses porque, apesar do potencial, não houve sequência de jogos para eles. Prova desse meu argumento é que, ao chegar na Rússia, Becão se tornou titular e virou cobiça na Europa. Blanco foi para o América e logo se revelou o melhor jogador da posição no campeonato mineiro – agora se recupera de lesão no Atlético e que bom se ele estivesse aqui, hein?! – e Éverson certamente será destaque em Portugal.
Nesse momento, não estou vendo em Roger disposição para contar com a prata da casa. Porém, ressalvo a falta da pré temporada no início do ano com a consequente chegada do treinador com dois certames em andamento e um outro batendo à porta – Brasileirão. Aí é apelar mesmo para jogadores mais cascudos e tentar chegar mais longe.
Espero que no próximo ano Roger faça da Base sua fonte de matéria prima, porque observador ele é e deve ter em sua mira já alguns garotos para 2020 – acho que esses vínculos de seis meses com recentes contratados indicam isso.
Não sei se esse projeto chamado de “time de transição” está dando certo. Dali o time A não tem tirado proveito, ainda. Tenho a impressão – e posso estar equivocado, já que alguns garotos estão no time do Dado – que a Base de Formação está eventualmente ofuscada e, sendo assim, os meninos perdem chances quando aparecem as oportunidades, porque o raciocínio lógico aponta para priorização do time B face ao custo e autoafirmação de um projeto idealizado como time mantenedor.
Daqui a cerca de dois anos, quanto estarão valendo no mercado da bola Becão, Éverson e Gustavo Blanco? Talisca é um exemplo à parte, porque saiu do time titular do Bahia para a Europa – muito mal negociado por outra gestão e num outro momento, diga-se.
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