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Publicada em 23 de setembro de 2025 às 18:01 por Djalma Gomes

Djalma Gomes

Cauly e seu mundo íntimo

Sigmund Freud dizia que a mente humana é como um iceberg: apenas uma pequena parte está visível, enquanto a maior parte permanece submersa. Essa alusão à frase desse monstro sagrado pai da psicanálise me induz à reflexão sobre o que pode ter acontecido com a performance técnica do Cauly: um jogador inteligente; de fino trato com a bola; experiente; profissional responsável; porém introspectivo, fator que pode gerar uma série de atitudes comportamentais positivas e negativas. 

Ser introspectivo pode trazer consequências positivas como um autoconhecimento profundo, que facilita a tomada de decisões mais ponderadas e o desenvolvimento de uma maior empatia. Contudo, também pode levar a desafios como o isolamento social devido à preferência pela solitude e a tensões em relacionamentos pela dificuldade de expressar sentimentos. Além disso a introspecção excessiva pode resultar em preocupação e ansiedade, ou mesmo em dificuldade para se adaptar ao mundo exterior. 

Esse é o ser humano, em cada cabeça há um mundo diferente do outro. Os altos e baixos do jogador Cauly tem tudo a ver com o seu mundo íntimo, e tentar recuperar o jogador colocando-o para jogar é temeroso porque poderá desgastá-lo muito mais do que resgatá-lo. O Cauly que chegou ao Bahia e se destacou, de longe, como um dos melhores camisa 8 do Brasil, mas se recolheu quando a sua introspecção sentiu o peso de uma paixão que idolatra à altura das nuvens e depois faz desabar como uma tromba d’água. É oito ou oitenta, não há meio termo.    

Aos 30 anos de idade Cauly ainda tem muito para entregar, mas precisa de cuidados profissionais específicos e o carinho da torcida para que o grande craque, que comprovadamente o é, volte à normalidade com o despenho que fez dele um ídolo. Apesar de ser brasileiro e baiano, Cauly foi formado como pessoa, cidadão e jogador, na Europa. Provavelmente o choque com uma nova cultura, talvez, não tenha sido ainda assimilado. Pode ser que a ficha tenha caído depois, quando o peso da responsabilidade com a idolatria criou em Cauly o sentimento do dever de ser um perfeccionista enquanto jogador.  

Convenhamos que para as pessoas mais limitadas a si mesmas e, principalmente, quando se trata de jogador de futebol, as dificuldades surgem quando a fase não é boa para o indivíduo introspectivo com muito mais severidade. Nesse ponto, referindo-me ao problema do Cauly, entendo que o treinador Rogério Ceni deveria intervir com mais eficácia, o que não significa afastá-lo do ambiente, mas sim agir com sabedoria, poupando-o enquanto prepara-o psicologicamente – através dos profissionais da área, claro.  

Este colunista é leigo no que diz respeito à teoria que trata dos assuntos pertinentes à psicologia, mas tentar entender não custa mais do que exercitar o lado análogo da forma menos assimétrica possível. O que expresso nesta coluna nada mais é do que o desejo de ver Cauly voltando a ser o jogador que surpreendeu a todos nós com o seu futebol, simplesmente unânime aos olhos do Brasil. É nesse ponto que Ceni precisa desembarcar do conceito prático da recuperação e embarcar no conceito acadêmico para recomendar aos profissionais competentes a recuperação de Cauly, posto que ninguém esquece a habilidade inata que possui. 

Enfim, é importante que o torcedor entenda que Cauly é um ativo valioso do clube e não deve ser desvalorizado por uma fase ruim. A pressão excessiva vem afetando negativamente o desempenho do jogador e, consequentemente do time. Sim, do time também, pois quando um componente desse time é vaiado, os demais sentem na mesma proporção essa vaia. É hora de apoiar Cauly e dar-lhe a oportunidade de se recuperar e voltar a contribuir para o sucesso do Bahia. Com a bola ele sabe lidar, é diferenciado, mas quando vaiado, a mente se ausenta do corpo e fica só o espectro.  

 ROGÉRIO CENI

Precisa rever conceitos urgentemente. Não é possível o Bahia sofrer em campo com Acevedo jogando nada, Rezende defasado, e Ceni com medo ou agarrado a conceitos que só prejudicam o clube. Sidney deveria ser o substituto natural de Caio Alexandre, Dell tem de estar relacionado para jogar e Roger precisa ser usado como substituto de Everton Ribeiro quando este cansar em campo. O Barcelona lança Yamal ao 16 anos como titular, o Fluminense lança jovens promessas sem nenhuma cerimônia, o Santos teve os melhores times quando a Base de formação era sua fonte, e no Bahia isso é relativizado de forma negativa. Se é para ter medo de jogos grandes com os atuais jogadores, vamos ter a coragem então de lançar os novos. Furquim já estava sendo relacionado por Dorival Junior, o Bahia o contrata por 14 milhões para jogar no sub-20. Assim fica muito difícil, Rogério, entender o seu discurso .

 

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