As últimas duas semanas do Tricolor de Aço foram muito, mas muito tensas. Depois de tomar mais um coco (merecido) do Siará Possível na terra de Iracema, o Bahia, já nas cordas em razão da porrada que levara no sudoeste baiano, recuperou-se de forma surpreendente, descontando no bode serrano todos os gols perdidos nos dois jogos contra o Vovô e no primeiro jogo disputado no interior baiano.
Os mais críticos poderiam dizer: “ganhou do aleijado”, porém não apenas o alviverde do sudoeste venceu bem o tricolor na primeira rodada do baiano como chegou à final invicto. O mundo conquistense caiu diante da máquina de golear (e de perder gols em escala exponencial) azul, vermelha e branca. Apenas no Estado do Paraná a zebra de Ponta Grossa (lá ele) passou rasgando em Campo Largo e chegou à Curitiba com um enema de pinhão esvaziado no orifício do alviverde das araucárias. Como de praxe, mais um interiorano amarela em decisões contra o Bahia, o que não costuma ocorrer quando ilheenses e feirenses disputam decisões contra o Vice-de-Tudo, aquele clube do depósito de lixo que deu férias coletivas ao seu elenco alguns dias atrás.
Conquistado o quadragésimo-sexto título, ampliando sobremaneira o domínio do Bahia frente aos demais concorrentes no âmbito local, o Esquadrão não precisa provar mais nada a ninguém no Estado. Não obstante o ganho político da administração tricolor com esse triunfo, mitigando (em boa parte) a desconfiança do torcedor após a triste perda do Nordeste, entendo que a conquista deste campeonato de modelo obsoleto, falido e anacrônico tenha a sua maior importância em recuperar a capacidade do clube para cooptar novos torcedores.
Sem sombra de dúvida, o primeiro passo para um clube crescer são os triunfos e conquistas de campeonatos. À medida que este clube amplia os seus horizontes e começa a ocupar espaços antes não ocupados, sua torcida cresce e a pressão por melhores desempenhos idem, o que é salutar. O primeiro semestre tricolor foi salvo de um retumbante fracasso com essa incontestável goleada de ontem, porém, espera-se que a direção tricolor saiba colher os frutos ao mesmo tempo em que continue a semear cada vez mais.
Em mantendo o desempenho no âmbito local e regional, o primeiro passo da nova era tricolor está dado, e a proporção de jovens torcedores do Bahia diante dos rivais (e não falo apenas do Rival de Canabrava) tende a se ampliar favoravelmente ao clube da Fazendávila. Que uma jovem e pujante massa de torcedores venha, fazendo do nosso querido Lião, eterno sparring, o velho clube simpático dos aposentados, pensionistas e moribundos do Estado da Bahia.
Finalmente, espero que esta conquista também seja, de fato e sem trocadilhos, o primeiro passo rumo ao acesso, sendo o acesso o primeiro passo para que o nosso tricolor saia do âmbito regional e comece a trilhar uma nova e promissora era na esfera nacional. Um passo de cada vez, e sigamos em frente porque, como diria um falecido prefeito do Recôncavo, sábado que vem tem mais.
PS: o mesmo Ceará que fez festa tão bonita na quarta-feira passada promoveu mais um triste espetáculo envolvendo torcedores que invadiram o campo na final estadual de ontem, vencida pelo Fortaleza EC. O fenômeno da violência associada ao futebol, combatida com certa eficácia na Bahia, tem se agravado em capitais como Fortaleza e Natal, envolvendo quadrilhas que se escondem dentro das torcidas organizadas, com o tráfico de drogas e delinquência juvenil a tiracolo. Isso também mancha a imagem do Nordeste e afasta o torcedor comum das praças esportivas. Um dia, o gerente de marketing tricolor qualificou a violência como inversamente proporcional ao preço do ingresso. Tal afirmativa, caolha e reducionista, é facilmente contestada quando o violento sabe que sua vida será muito difícil em dias de jogos diante do policiamento; sem falar que os atos violentos ocorrem muito além do entorno dos estádios, como nos terminais de ônibus e bairros periféricos, sendo mais uma questão de segurança pública do que propriamente de uma faxina social.
PS2: Se não contratar direito não sobe. Alertamos o headhunter tricolor que quantchô mais ele chama seus apaniguados sem a correspondente qualidade em campo, pior fica para a folha de pagamento do Esporte Clube Bahia, cujos torcedores, sócios ou não, sustentam a contragosto alguns elementos que mal conseguem dar um passe de três metros. Zagueiros, laterais e meias ofensivos que prestem, só pra começo de conversa, urgem de forma urgentíssima.
Saudações Tricolores!
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