1) Marcelo SantAna foi eleito presidente do Bahia sob a égide do profissionalismo. 2) Marcelo SantAna é jornalista. 3) O Bahia anunciou em seu site oficial, no dia 6 de janeiro, a contratação do seu primeiro reforço com proeminente entusiasmo.
O fato é um só. O clube usou seus canais de comunicação para alardear a vinda de um jogador que, efetivamente, não veio. Para cada olhar supracitado, porém, há diferentes pesos de interpretação.
Respectivamente: 1) foi um exemplo de amadorismo não condizente com o discurso de campanha que elevou SantAna à presidência. 2) Foi uma barrigada digna de estrepitosa nota, ainda mais para um jornalista da envergadura de Marcelo. 3) Começou mal a relação com a torcida na montagem do elenco.
Sugiro um quarto aspecto mais psicológico. O fracasso da negociação com Jael evidencia uma diretoria que, embora tenha tentado minimizar os efeitos da pouca idade durante a campanha, ainda patina na própria inexperiência.
Com o perdão do trocadilho que batiza a alcunha do atacante pretendido, SantAna sentiu na pele o quanto Cruel um erro desta natureza pode representar. Lembro de um discurso do ainda candidato vaticinando que precisava “acabar com a cultura oral” no Bahia — se referia a registrar EM CONTRATO, como garantia para salvaguardar o clube, todas as ações que envolvessem o Bahia.
Pois bem. Foi esta mesma gestão que, com 28 dias empossada, acreditou (e publicizou) que tinha fechado com Jael apenas por ter “apalavrado” com o atleta. E, inocentemente, sem papel passado, passou recibo de desconhecer as manobras que regem estas transações.
Pior! Mais tarde, em nota oficial, lamentou “a falta de profissionalismo” de Jael (para depois mudar no site oficial para “falta de compromisso”).
Jael pode, em sua defesa, alegar que não foi anti-profissional em momento algum, uma vez que não quebrou qualquer contrato assinado. O mesmo não pode fazer o Bahia. Ao anunciar um jogador em suas fontes oficiais, o clube assinou um contrato de confiança com o torcedor — para depois quebrá-lo com indelével desleixo.
O erro, quando bem digerido, pode funcionar como um solavanco. A gestão é iniciante e ainda tem muito o que fazer. Por enquanto, SantAna descobre o quanto erros precisam ser minimizados sob a pena de viver um mundo excessivamente Cruel.
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