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Coluna

Djalma Gomes
Publicada em 25/10/2020 às 10h39

De herói para vilão

Não mais que de repente e Guilherme Bellintani passou de herói para vilão nessa história torta na maneira de interpretá-la fora dos bastidores do Bahia. Se já é efeito da pré temporada eleitoral no clube, não dá para saber, mas é notório e compreensível que o Bahia depois de organizado passou a interessar mais a muitos candidatos, ainda na incubadeira. Possivelmente as eminências pardas da oposição já se articulam usando o torcedor no sentido de desestabilizar a administração de Bellintani – não é inoportuno lembrar do ônibus do clube sendo apedrejado na porta do estádio  –  e isso faz parte do jogo sutil e deselegante da democracia. 

O Presidente Tricolor tem defeitos, inclusive o de misturar ideologias progressistas com o futebol. Cometeu equívocos desnecessários como por exemplo quando se deixou tentar pelos acenos de partidos que o queriam como pré-candidato à Prefeitura de Salvador, em detrimento do Bahia. Também se equivocou quando  teve atitude crítica que sugeria um apartheid  político ao ignorar a diversidade ideológica inerente à massa torcedora Tricolor.  

– Mas quem não aprende quando se tem a humildade para reconhecer seus próprios equívocos? Atualmente as próprias falas de Bellintani têm apontado para um vetor mais futebol e menos envolvimento com as ideologias. 

Mas daí a se dizer que o Presidente Tricolor está sendo omisso e incompetente porque não faz as contratações clamadas por centenas de “técnicos” e economistas torcedores, há uma distância abissal e parece missa encomendada. Qualquer torcedor tem o direito de sonhar, mas também deve ter leveza e clareza para entender que o Bahia tem limites orçamentários e um presidente responsável. Dinheiro não nasce do nada, mas quem está de fora acha que o caixa do clube é encantado e surge grana no momento que desejar.  

O cenário de agora é de extrema dificuldade por tudo que vem acontecendo com a Economia do país e do Mundo, e isso tem efeito direto no futebol, mas parece que as especulações "plantadas" com nomes como Pato, só para exemplificar, tem um direcionamento político e, se o fato não acontece, creditam na conta da “incapacidade” gerencial de Bellintani com objetivos montados em cima das próximas eleições que acontecerão em Dezembro. Pode até não ser isso, todavia este colunista tem o dever de também fazer analogias em cima de lógicas do atual momento político no Bahia, que neste ano promete ser muito concorrido. 

O fato de o time não vir correspondendo dentro de campo como desejado ardentemente pela torcida não quer dizer que o trabalho do Presidente está sendo algo à parte do futebol  e nem que o barco esteja  à deriva. Não é assim. Mas preconizam. A pergunta a ser feita é, quem de sã consciência, à frente do clube, não contrataria Rodriguinho, Zeca, Capixaba, Rossi, Clayson, Daniel, Elias e Anderson Fernandes etc. etc. Cito estes porque chegaram recentemente, mas no elenco há muitos jogadores capazes e um treinador de ponta. E isso é competência e tem o feeling do dirigente. 

– Quando aconteceu Mano no Bahia senti que a antecipação de um projeto planejado para obter resultados efetivos mais à frente tornara-se real desde já. Porém, ao meu ver, lá para o próximo ano haverá a necessidade de Bellintani contratar um diretor de futebol que de fato chame a responsabilidade para si e tire essa carga de cobrança que há em cima do Presidente. Só não deve é trocar seis por meia dúzia, posto que, Diego Cerri – que tem seus méritos –, apenas aparece como uma figura decorativa -- que às vezes até fala -- no contexto. 

Quando os resultados não acontecem dentro do esperado o torcedor fica inteiramente transtornado e dele se apossa a cegueira causada pela paixão que o faz ignorar quaisquer dificuldades e logo explodem os clamores por contratações, se possível, de um time inteiro. E aí quem aparece como um verdadeiro marechal de vitórias e derrotas é Guilherme Bellintani. É ele quem põe a cara a prêmio e os atores de quando Dezembro vier tentam aproveitar a “crise” como cabedal eleitoreiro.  

Ora, se estamos dentro de uma pandemia – enfermidade amplamente disseminada e fora de controle que atinge todo o Planeta –, com nosso próprio poder aquisitivo limitado, imaginemos um clube de futebol  que não faz parte do pacote dos gêneros de primeira necessidade das famílias, e, nesse caso, consumi-lo fica em segundo plano, há que se ter sensatez e paciência para esperar que as recentes providência dêem o resultado esperado.  

É em cima dessa realidade que o torcedor precisa refletir. Não é o caso de achar que este colunista está tentando blindar o Presidente do Bahia, mas sim, uma ordem natural da sensatez em recomendar ao torcedor uma reflexão mais acurada em cima de fatos reais. 

O Bahia estava com mais ou menos  40 mil sócios adimplentes antes da pandemia. Hoje, talvez, nem 20 mil sócios estejam adimplentes. Bilheteria não existe nesse momento e o  Pay-per-view  sofreu uma perda de quase 400 mil assinaturas, e, isso reflete não só no Bahia, mas em todos os clubes.  Dos 30 milhões que o clube previra com vendas de jogadores para um equilíbrio orçamentário sustentável, aconteceu a metade... Mas o torcedor acha que há caixa para contratações  de alto nível e esse é o ônus que qualquer presidente paga por dirigir um clube de massa onde cada cabeça tem uma solução diferente.

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