Uma vez mais é ceifada uma vida covardemente, e quem é o assassino? Isso mesmo, um membro de uma dessas torcidas violentas que está criando cada vez mais bandidos. É o uso de um conceito pertinente à paixão pelo futebol para potencializar monstros e assassinar pessoas.
Na coluna anterior elogiei a iniciativa dos dirigentes e continuo achando a tentativa de reativar a torcida mista acertada porque o problema não está dentro dos estádios, sim, nas imediações onde a delinquência tenta dominar as redondezas para satisfazer seus instintos perversos e estabelecer territórios para materializar intentos transgressores, sei lá quais.
Outrora eu achava as organizadas uma festa. E era. Mas esse tempo passou e a essência cedeu à deformação moral que se infiltrou nessas instituições para corromper jovens e conduzi-los ao crime. Não sou eu que digo. São eles que mostram isso na prática Brasil adentro.
Felizmente os dirigentes dos dois maiores clubes da Bahia e a FBF decidiram em conjunto fazer campanhas para educar e incentivar a ida do torcedor ao estádio, coisa que até sugeri nesta coluna semana passada, e, coincidentemente, os dirigentes entraram em ação.
Agora falta as autoridades competentes excluir os malfeitores e fazer uma devassa dentro dessas organizações criminosas travestidas de torcidas organizadas, identificar os delinquentes e definitivamente afastar esses bárbaros do futebol e do convívio social. Não é mais possível a convivência forçada do futebol com a delinquência.
Tudo tem limites, chegamos ao ponto do medo, e o cidadão torcedor vai contar até dez para sair de casa em direção ao estádio. Por isso acho as campanhas pela paz no futebol de utilidade pública indispensável. Ou isso, ou a morte do futebol lazer no Brasil.
O Ministério Público deve intervir de forma enérgica, porém sensata, sem ter de proibir direitos porque a famigerada “torcida única” não resolve a insegurança. Aqui na Bahia o problema está fora dos estádios, no seu entorno, mas se bem policiado elimina a ação dos bandidos.
Torcida única aventada pelo MP é o mesmo que dizer aos criminosos que a Segurança do Estado não é capaz. O que deixaria os chefões do crime desse estado bandido à vontade para estabelecer territórios. Nesse caso a ida para o estádio se transformaria num corredor da morte, bem como a volta pra casa.
O futebol é lazer do cidadão, paixão das torcidas, e, um estado cívico do espírito conciliador. Infelizmente, no Brasil o futebol está sendo transformado num meio de delinquência iniciada no desajuste da má educação doméstica e lapidada pelo mau caráter dos aproveitadores de ocasião.
comentários
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.