é goleada tricolor na internet
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Publicada em 15 de abril de 2017 às 17:29 por Autor Genérico

Autor Genérico

Deformação das Organizadas

NÃO PENSEI que tivesse de voltar ao assunto torcida para lamentar mais um assassinato praticado por um desses  facínoras que se criam aos montes e rapidamente no ventre das torcidas organizadas. 
 
— Não generalizo dentro dessas torcidas porque sei, há exceções. Refiro-me a fórmula atual encontrada no meio do caminho pelas organizadas mais poderosas, numericamente, onde a heterogeneidade do caráter não é pesquisada.  
 
O conceito de torcida organizada seria digno de elogio se não tivessem mudado seu princípio, que era seletivo. Preferiram adotar o terror como um critério para medir forças abandonando assim a essência e desviando para a transgressão.

Uma vez mais é ceifada uma vida covardemente, e quem é o assassino? Isso mesmo, um membro de uma dessas torcidas violentas que está criando cada vez mais bandidos. É o uso de um conceito pertinente à paixão pelo futebol para potencializar monstros e assassinar pessoas.

Na coluna anterior elogiei a iniciativa dos dirigentes e continuo achando a tentativa de reativar a torcida mista acertada porque o problema não está dentro dos estádios, sim, nas imediações  onde a delinquência tenta dominar as redondezas para satisfazer seus instintos perversos e estabelecer territórios para materializar intentos transgressores, sei lá quais. 

Outrora eu achava as organizadas uma festa. E era. Mas esse tempo passou e a essência cedeu à deformação moral que se infiltrou nessas instituições para corromper jovens e conduzi-los ao crime. Não sou eu que digo. São eles que mostram isso na prática Brasil adentro. 

Felizmente os dirigentes dos dois maiores clubes da Bahia e a FBF decidiram em conjunto fazer campanhas para educar e incentivar a ida do torcedor ao estádio, coisa que até sugeri nesta coluna semana passada, e, coincidentemente, os dirigentes entraram em ação. 

Agora falta as autoridades competentes excluir os malfeitores e fazer uma devassa dentro dessas organizações criminosas travestidas de torcidas organizadas, identificar os delinquentes e definitivamente afastar esses bárbaros do futebol e do convívio social. Não é mais possível a convivência forçada do futebol com a delinquência.

Tudo tem limites, chegamos ao ponto do medo, e o cidadão torcedor vai contar até dez para sair de casa em direção ao estádio. Por isso acho as campanhas pela paz no futebol de utilidade pública indispensável. Ou isso, ou a morte do futebol lazer no Brasil.   

O Ministério Público deve intervir de forma enérgica, porém sensata, sem ter de proibir direitos porque a famigerada “torcida única” não resolve a insegurança. Aqui na Bahia o problema está fora dos estádios, no seu entorno, mas se bem policiado elimina a ação dos bandidos. 

Torcida única aventada pelo MP é o mesmo que dizer aos criminosos que a Segurança do Estado não é capaz. O que deixaria os chefões do crime desse estado bandido à vontade para estabelecer territórios. Nesse caso a ida para o estádio se transformaria num corredor da morte, bem como a volta pra casa. 

O futebol é lazer do cidadão, paixão das torcidas, e, um estado cívico do espírito conciliador. Infelizmente, no Brasil o futebol está sendo transformado num meio de delinquência iniciada no desajuste da má educação doméstica e lapidada pelo mau caráter dos aproveitadores de ocasião.

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