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Coluna

Djalma Gomes
Publicada em 28/04/2021 às 18h35

Deixemos Dado fazer o Bahia acontecer

Quando o seu trabalho vai bem é sinal de que o foco no objetivo está ótimo. Este preâmbulo é pertinente ao bom trabalho de Dado Cavalcante no Bahia. Não obstante a  impaciência de parte da torcida, incluindo também uma parte da imprensa, porém, nem tão intensa assim, o fato é que há uma pressão desse lado de fora sobre uma desejada substituição do treinador Tricolor -- que não acontecerá tão cedo assim.

Essa fração impaciente deseja ver outro  treinador no comando simplesmente por achar que Dado ainda não está preparado para a Primeira Divisão do campeonato brasileiro -- coisas do unilateralismo incapaz de enxergar virtudes.

O trabalho que está sendo realizado no Bahia requer convicção por parte da diretoria e compreensão por parte do torcedor, bem como uma análise mais fria da imprensa. Discordar da continuidade desse trabalho -- que é respaldado na experiência adquirida com os erros do passado recente -- acaba por transformar uma situação, que por si só já sofre a pressão natural, em algo polêmico e desnecessário.

-- O clube procura e acha uma solução caseira, renova o ambiente, melhora resultados em campo e ainda alivia sua folha salarial... mas o torcedor acha que o dinheiro jorra fácil no Bahia. É bom não esquecer que o clube está no epicentro de uma pandemia com metade dos sócios inadimplentes e sem bilheteria.

Diferentemente da temporada passada a diretoria Tricolor vem mantendo o foco de acordo com a nova filosofia estabelecida no clube. O exemplo disso é a aposta firme num treinador emergente e engajado na essência de um projeto onde ele participa ativamente com conhecimento de causa de uma nova filosofia implementada pelo clube de desenvolver valores e não contratar jogador pela fama, sim pelo seu potencial, oportunidade e pelo que na prática ele pode entregar.

Já questionei  até se o time de transição não deveria ser repensado, mas em seguida cheguei à conclusão que o projeto Transição não foca num timaço. Não necessariamente. Transição é para preparar jogadores como Matheus Teixeira que ninguém julgava capaz, ainda. É para promover Patrick de Luca de tal forma que o torcedor e a imprensa não lamente a ausência de Grégore. É para revelar o injustiçado Alesson, 20, que goza da confiança de Dado e certamente brilhará.

Embora o time de transição deixe a desejar como conjunto, lá estão jogadores de qualidade individuais como Raniere, Camilo, Marcelo, Ronaldo, Gustavo Henrique, Ignácio e outros que possam em alguma emergência, como aconteceu nesta semana contra o Guabirá boliviano, mesclar com segurança o time principal -- palmas para Dado pela coragem de acreditar no seu trabalho e pelo conhecimento sobre o adversário.

A única medida real para o sucesso é a distância entre o que queremos ser e o que somos. Ou se segue uma cartilha organizada e espera o resultado, ou nada feito. A partir dessa consciência é que acontece o passo a passo da teoria à prática porque somente quando os objetivos finais são mantidos na mente com convicção é que  os meios podem ser adequados. E essa adequação vem acontecendo pontualmente.

É só o torcedor procurar entender o tamanho do projeto do clube para esta temporada, porque, normalmente ele não quer saber do trabalho de parto, quer que lhe mostre o bebê. Há um planejamento que está sendo posto em prática com eficiência e responsabilidade, e não com os devaneios da grandeza irreal de quem acha que o futebol é feito de sonhos e mágicas em seus bastidores -- um dia talvez tenha sido.

Portanto deixemos Dado Cavalcante fazer o Bahia acontecer em paz, afinal o time Tricolor vem numa crescente sob seu comando, quer queiram ou não, desde a temporada passada quando Mano Menezes saiu. Falam em oscilação do time e eu falo de adequação. Se em algum momento houve alguma instabilidade -- e houve --, isso foi equacionado e situa-se no pretérito.

Nesse caso percebe-se dois níveis mentais que operam, simultaneamente, em  comunicação e relacionamento: consciente e o inconsciente. O primeiro opera pelo trabalho planejado com objetivo definido sabendo onde chegará. O segundo ignora a gestação de um projeto em sua essência e distorce a visão. É salutar que observemos mais com os olhos da razão e deixemos os olhos da paixão para as comemorações.

"Nunca critique um homem enquanto não tiver andado uma milha com seus mocassins"

MATHEUS TEIXEIRA

Se analisado como pegador de pênalti dever ser titular absoluto. Porém terá de ter oportunidade para mostrar eficiência nas duas ou três próximas partidas porque de fato não foi exigido nos 90 minutos dos dois jogos em que atuou. Uma coisa é diferente da outra. Goleiro é uma posição em que reflexo e concentração é o que dá o norte ao goleiro e isso deu para perceber que Matheus tem. Os demais fundamentos aperfeiçoa o goleiro.

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