Futebol tem mesmo uma magia incrível que vai do romantismo à paixão e às críticas, estas, não raras, sem fundamentos. O fato de Preto Casagrande não ter treinado as categorias de base do Bahia não reflete incompetência para treinar o time profissional.
Do meu ponto de vista o que importa é o conhecimento de causa — foi jogador –, mais de um ano como auxiliar, estudos, estágios e a vontade de fazer carreira. A prática desde a Divisão de Base não quer dizer necessariamente um passe livre para a profissão de treinador.
Alguns profissionais da imprensa acham Preto despreparado para a função, embasados em que teoria? Depois criticam os dirigentes por não darem oportunidades aos potenciais valores da “terra”.
Recentemente a diretoria do Bahia foi duramente criticada por supostamente ter “consultado” o elenco sobre a efetivação de Preto Casagrande. Falaram até em inversão de valores, carro adiante dos bois e outras caixinhas de fósforos molhados.
Ora, qual o problema? Nem existe problema, aliás. Querem criar um problema. O mundo evolui e o futebol com suas gestões e tendências modernas faz parte dessa evolução. Tudo muda o tempo todo.
Estou certo de que Preto, inteligente e conhecedor da matéria futebol como de fato o é, terá todas as condições de triunfar como treinador no Esporte Clube Bahia, principalmente, por estar apoiado pelo elenco e pela maioria da torcida.
Achei democrática e sensata a suposta “consulta” porque nada funciona mais do que o grupo para ajudar a diretoria a encontrar o caminho mais reto sem precisar fazer as costumeiras e viciadas gincanas imediatistas que, à luz do Sol, estão ultrapassadas.
É preciso sim dividir responsabilidades porque o que se tenta agora é minimizar os equívocos do ano passado quando ao invés de montar um elenco com contratações que pudessem complementar o que já havia de bom em casa, o presidente apostou, à época, na maioria desse elenco e agora é justo que cobre apoio à efetivação de Casagrande.
O ideal para o Bahia nesta fase de incertezas é a superação através da união de todos os segmentos no contexto do clube, inclusive, a torcida.
A impressão que passam é que a efetivação de Preto deveria partir da torcida — Isto seria a contra-mão num sistema de eleição democrática que através do voto facultativo elege o presidente como legítimo representante da torcida.
Deixem para julgar Marcelo Sant’Ana e sua diretoria no final do ano. Agora não é o momento e necessariamente tem de ter essa consciência.
O motivo que trouxe o Bahia a esta situação, mais uma vez, de jogar apenas para não cair, foi a falta de planejamento adequado e prévio. Não é a questão treinador que está impondo dificuldades com a tabela de classificação.
O erro não é de agora, é do fim do ano passado quando fizeram a leitura da situação de forma equivocada e acharam que o time que terminou a Segunda Divisão na bacia das almas e conquistou a Copa do Nordeste seria ideal para este ano com pequenas correções.
Definitivamente, não dá para se disputar a série A com time de série B. De igual modo também não dá para deixar as contratações para serem feitas dentro da competição. É esse o ponto nevrálgico do imediatismo tão antigo no clube e que ninguém corrige.
Resta agora a torcida entender que o Presidente não tinha outra atitude a tomar senão efetivar Preto Casagrande, até pela falta de dinheiro e exiguidade de tempo para desenvolvimento de uma outra filosofia de trabalho.
Boa sorte, Preto Casagrande!
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