Tricolores do meu Brasil,
Hoje, 07 de outubro de 2018 é mais um dia histórico para a nossa democracia. Elegeremos na data de hoje representantes para o nosso congresso nacional, estadual, senado, governo e para o cargo maior, que é a presidência da república.
Em 07 de outubro de 2007, também em um domingo, a torcida tricolor vivia um dos dias mais angustiantes de sua história. Era dia de Bahia e Fast na Fonte Nova, jogo que valia a classificação para o octogonal final da série C, campeonato sombrio que disputávamos naquela época que o torcedor tricolor faz questão de esquecer.
Até aquela partida o Bahia vinha passando de fases sem muita dificuldade, porém as coisas começaram a se complicar e o Esquadrão foi para o jogo precisando de um verdadeiro milagre.
Era necessário ganhar do Fast e torcer para que o ABC vencesse o Rio Branco. O detalhe é que o ABC já estava classificado e anunciou que jogaria com o time reserva, enquanto o Rio Branco jogava por um simples triunfo para sacramentar sua classificação.
A sensação na torcida do Esquadrão era que o Bahia venceria facilmente o seu confronto e que o maior perigo da eliminação seria o suposto não comprometimento do ABC, que não demonstrou interesse em vencer o jogo, em que pese rumores de que a diretoria tricolor tinha oferecido cerca de 200 mil reais para o time potiguar arrancar ao menos um empate.
Lembro que eu andava meio intolerante com o Bahia, pois vinha de uma sequência de fracassos, inclusive com o não acesso para a série B no ano anterior, algo dado como certo na época.
Prometi que iria ao jogo ao menos para extravasar toda aquela decepção que reinava em mim. O que facilitou a minha ida ao estádio foi o fato do campeonato brasileiro da terceira divisão não ser transmitido na televisão naquela época. Como nunca gostei de radinho, estava convicto de que deveria ir sofrer lá no estádio.
Chamei todos os meus amigos que costumavam frequentar jogos comigo e apenas um aceitou o meu convite. Achei meio louca essa atitude dele, mas pegamos o nosso “buzu” e fomos.
Chegando lá o clima da pouca torcida presente era o mesmo que o nosso. Se classificasse, alegria. Se fosse eliminado, tristeza sem precedentes e medo do fim. Parecia que estávamos nos despedindo do nosso amado clube prestes a acabar.
O jogo começou e o Bahia muito nervoso, errando passes bobos e precipitado na hora de concluir as jogadas. Nonato, que era o nosso artilheiro e maior referência na época quase brocou de peixinho. Moré também quase abre o placar para o Bahia. No primeiro tempo essas foram as únicas oportunidades de gols que eu me recordo.
Já pelo lado adversário, uma chance clara de dentro da área, chutava pelo lado de fora da rede arrancou arrepios na torcida tricolor. A 4.500 km dali, o Rio Branco perdeu um pênalti para delírio dos presentes. Não foi, mas era um gol do Bahia, se é que vocês me entendem.
A partida disputada na Arena da Floresta começou 7 minutos após o horário. O Bahia por sua vez, atrasou em 10 minutos a sua volta do intervalo.
Aos 10 minutos da etapa final, o saudoso e injustiçado Artuzinho tirou o finado Cleber (que Deus o tenha) para colocar o xodó Inho Baiano. Charles também entrou para dar movimentação ao ataque, mas nada parecia dar certo naquela tarde.
Sentindo que tudo estava se encaminhando bem pelo lado da capital acreana, a torcida tricolor deixou o antigo anel superior da Fonte Nova e passou a ocupar o espaço atrás do gol adversário, mas precisamente no gol da Ladeira da Fonte.
Artuzinho ainda sacou o matador Nonato, para revolta da torcida e do próprio atacante. Nada dava certo, jogo amarrado, truncado. O Fast teve dois jogadores expulsos e passou a jogar bem fechadinho.
Foi aí que vivemos um verdadeiro terror. O Fast perdeu dois gols cara a cara com o goleiro do Bahia e ainda teve uma falta clara dentro da área que o juiz não assinalou a marca da cal.
Uma memória viva que tenho daquele jogo foi uma fala de um torcedor que no meio desse tremendo susto me disse: “hoje vai ser igual ao jogo de Raudinei”. Retruquei e perguntei como isso iria acontecer com aquele péssimo futebol jogado. O árbitro parecia se compadecer com a nossa situação dando inesperados 6 minutos de acréscimo.
O alto falante da Fonte Nova anunciava que o jogo do Rio Branco tinha terminado em zero a zero. Euforia da torcida, mas muita preocupação, pois o Bahia não estava fazendo o mais simples.
Poucos minutos depois, Moré lança o bom lateral Carlos Alberto, que vai até a linha de fundo e cruza. Segundos de angustia que mais pareciam horas, até que Charles meio de carrinho coloca para dentro do gol aos 50 minutos de jogo.
Loucura total! Muita correria, abraços, quedas, choros, gritos e todas as sensações mais loucas que o ser humano pode ter em um jogo de futebol. Fim de jogo, Bahia classificado e jogadores reunidos para uma reza na beira do campo com Artuzinho em profundo desabafo. Mais uma vez estávamos diante de um ídolo de um jogo só. Um dia depois, reportagens feitas no estádio eram exibidas e até hoje são bem visualizadas por toda torcida.
Esse jogo tem uma enorme representatividade, pois o nosso amado Esquadrão tinha muitas chances de acabar em caso de desclassificação. A reviravolta ainda demorou a acontecer, mas aquele jogo talvez tenha sido o início da boa fase que vivemos nos dias atuais, se compararmos ao que já sofremos em um passado não muito distante. Graças ao Deus dos acréscimos que acompanha o Tricolor de Aço, tudo deu certo.
11 anos de alívio!!!!!!!!
Saudações Tricolores! BBMP.
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