é goleada tricolor na internet

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Coluna

Marcos Rudá
Publicada em 16/09/2018 às 02h39

E naquele dia, pai?!

Senhoras e senhores tricolores de aço, hoje irei relembrar um dos piores episódios da história rica e às vezes desastrosa do nosso glorioso Esporte Clube Bahia, mas não fiquem com raiva de mim, pois para traçar um futuro promissor é preciso relembrar o passado inglório.

Exatamente no dia 08 de novembro de 1997, eu com os meus oito anos de idade gostava de brincar de desenhar, de lego, de bonecos do comando em ação, de assistir filmes e andar de bicicleta na rua. O meu melhor amigo era o meu primo, que gostava de tudo isso e ainda de futebol, algo que não despertava a minha atenção até então.

Como de costume, eu estava passando mais um sábado na casa do meu tio e brincando muito com o meu primo, quando o meu tio chegou em casa dizendo que iria para a Fonte Nova de qualquer forma, ele parecia estar bem agitado/alegre. A sua esposa (tia de consideração) se encontrava viajando e eu, pela pouca idade, não tinha como ficar sozinho em casa. Foi aí que o meu tio ligou para a minha mãe, pediu autorização e disse que me levaria para o estádio. Ela deu as recomendações devidas, aconselhou uma roupa mais quente, pois o jogo era à noite, mas não foi obedecida, pois eu lembro que o calor era forte naquele dia.

Tomei meu banho, coloquei a minha roupa comum, diferente do meu primo e do meu tio que estavam devidamente vestidos com o manto tricolor e entrei no Passat azul a caminho da Fonte Nova. Antes de entrar no estádio eu fiquei encantado com tanta gente passando, gritando e cantando na maior empolgação do mundo. Tudo aquilo era uma grande novidade para mim.

Ao entrar no estádio, vieram mais surpresas positivas. Fiquei extremamente deslumbrado com o tamanho daquilo ali, com aquele campo gigante e bem verdinho, com aquelas traves enormes e com aquelas redes amarelas. Porém, o que mais me chamou atenção foi um aglomerado de gente acima de mim que cantava sem parar e fazia a arquibancada tremer de fato! Perguntei e me falaram: “ali é a Bamor!”

O jogo foi rolando e dentro do campo me chamaram a atenção um goleiro com uma roupa bem chamativa e um atacante com cabelos longos e estranhos. Perguntei também e me informaram se tratar de Willian Andem (marcado inclusive pelo choro na saída de campo) e Guga, respectivamente. No adversário nada me atraiu, com exceção da cor verde, que é uma das minhas preferidas.

Não tinha a menor ideia da importância daquele jogo, pois como disse anteriormente, nem de futebol eu gostava. Contudo, aquela atmosfera foi tomando conta de mim e eu passei a gritar, berrar e imitar os cantos que ali entoavam.

Infelizmente nada disso surtiu efeito em termos de resultado, pois a partida terminou empatada em zero a zero, o Bahia conheceu o seu primeiro rebaixamento e eu pude presenciar muito choro e sofrimento, inclusive dos que me acompanhavam. Eu particularmente não sofri nada naquele dia, ao contrário, saí em êxtase total e fiz uma exigência para o meu tio: comprar meia, calção e camisa do Bahia com urgência!

O pedido foi atendido e a partir disso o Bahia se tornou uma das coisas mais importantes da minha vida e eu passei a frequentar a quase todos os jogos em Salvador e em muitos fora da capital baiana.

Foram muitos anos sofrendo, mas esse amor esteve longe de acabar. Hoje estamos vivendo talvez a nossa melhor fase administrativa da história. Pouquíssimas coisas dão errado e se der, temos gente competente para fiscalizar e coibir. Vivemos uma histórica democracia, principalmente se observarmos o momento atual do nosso país!

Por essas e outras, por tudo que vivemos e estamos vivendo, tenho plena certeza que seremos coroados com coisas grandiosas em um futuro próximo. Não vamos deixar os nossos filhos, sobrinhos, netos ou amigos próximos torcerem para os times de fora da região e até times internacionais. Não temos motivos para isso, pois aqui reside um grande, um gigante chamado Bahêa!

Se eu sofri tudo isso e encontrei alegria nesse time maravilhoso, você também pode.

Saudações tricolores!

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