No Bahia existiram presidentes que não deixaram saudades, sabemos disso. Outros deixaram muitas saudades por tudo que conquistaram. Outros apenas passaram pelo Bahia. Todos foram cobrados, produzindo bons resultados ou não, porque no Bahia as cobranças sempre foram intensas. Porém, o dinheiro escasso sempre foi o elemento limitador no passado. Era muito difícil se fazer futebol só com bilheterias, mas nem sempre dinheiro foi mais importante que a inteligência, o conhecimento de causa, a sapiência, a sabedoria enfim.
- Fico pensando nos dois maiores presidentes do clube de todos os tempos lidando com um orçamento acima de 150 milhões… o Bahia seria hoje realmente um gigante.
Uma diretoria que lida com orçamento de 200 milhões não deveria fracassar como vem fracassando a atual. O que mais impressiona é que a quase-queda em 2020 fez Bellintani ser reeleito, pasme, após eloquentes promessas durante a campanha, capaz de convencer até o mais cético entre os mortais radicais, de que faria uma gestão de excelência em futebol porque houvera aprendido muito com seus próprios erros.
O resultado das promessas aí está e não é só Guilherme Bellintani o culpado. Os malditos grupos – que são metástases de um câncer avançado que infecta o clube — que renunciaram ao direito da suposta democracia de lançar suas respectivas candidaturas, ajudaram direta e decisivamente no segundo fracasso da gestão atual com a consequente queda à Segunda Divisão. Que isto fique bem claro para o leitor/torcedor.
Mas já que a Inês está morta e a incompetência personificada não admite renúncia, mas reconhece o óbvio que é ter fracassado, logo é preciso arregaçar as mangas se tiver realmente a vontade determinante como prega o Presidente de dar a volta por cima. Neste contexto otimista o pré-requisito mais importante para a compreensão do próprio insucesso é ter uma atitude de humildade intelectual, o que pressupõe ser capaz de admitir a ignorância quando não entende algo, porque a capacidade de admitir seus próprios erros é libertadora.
A caminhada para a liberdade requer desapegar-se do medo que gera orgulho e arrogância, admitir a ignorância e abraçar o fracasso para perceber melhor a realidade e acelerar o desenvolvimento pessoal e até espiritual. A Neurolinguística ensina que é preciso modelar os processos de excelência, as boas práticas das pessoas eficazes e torná-las conscientes e ensináveis.
Na verdade, o que vimos acontecer até então foi Bellintani e sua “sombra” esperarem para os fatos se tornarem irrefutáveis até o ponto de paralisação numa viela sem condições de manobra. Porém, com discursos filosóficos que só enganam a si próprio, pregados na última coletiva no dia 05/01, é melhor a torcida começar a se acostumar com o Bahia por pelo menos 2 anos sem poder manobrar e retornar ao ponto de partida para recomeçar. Acontece que eles mudam de discurso, mas não de atitude.
O cartaz motivacional para os atletas afixados à época no vestiário do Bahia no estádio de Pituaçu, advertia; “chegou a hora da virada! A reação começa hoje, faltam 6 pontos em 5 jogos para a nossa meta!”, deu no que deu quando o campeonato de 2021 chegou ao seu final.
Lembrando do poeta Fernando Pessoa, que imortalizou a frase “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, fico a imaginar que alma pequena foi capaz de colocar numa cartolina uma frase tão desconexa, de efeito retrógrado, anti-tradição do Bahia e, portanto, completamente estúpida! A tal frase deu a chancela aos jogadores e esses não decepcionaram a diretoria Tricolor.
E quando concluo que não pode existir algo ainda pior, eis que os “homúnculos” que comandam o Esquadrão me lembram que o “Circo dos horrores” não existe só na macabra película hollywoodiana estrelada por Kirk Douglas; aqui o “circo dos horrores” foi materializado com a queda do Tricolor da série A para a série B. Quer pior? Isto aconteceu num clube que recebeu mais de 200 milhões em 2021. Maior orçamento verificado em toda a sua história.
A gestão no todo é um fracasso, e não apenas no futebol. Aliás, Nestor Mendes – jornalista e Conselheiro no clube — cobra uma explicação em artigo publicado pelo bahianoticias.com.br sobre como foram gastos 156 dos 216 milhões contabilizados pelo Bahia, já que somente algo em torno de 60 mi com a folha salarial do elenco profissional está declarada segundo dá a entender Nestor.
- É bom salientar que a cobrança é devida ao modo incompetente – e nem pode ser outra coisa — como vem sendo gasto até aqui, pela atual gestão, o dinheiro do clube. O que não é pouca coisa e servirá para reflexão de todos.
Para finalizar o filme de terror; num vídeo lançado no dia do aniversário do clube, alguém teve a “humilde” desfaçatez de dizer “neste aniversário não estamos merecendo presente” e em seguida, no mesmo vídeo, colocam torcedores para falar. Nesse momento o torcedor é ouvido e respeitado, é isso? Apesar desse marketing de generosa lacração dando voz ao sócio na hora do desespero, a torcida, esta sim, merece um grande presente que poderá salvar o Esporte Clube Bahia, o único por sinal; o pedido de renúncia da atual diretoria, e, como dito na coluna anterior, por ato de amor explícito da cúpula mais incompetente da história do E.C. Bahia.
“AMAR É PEDIR PERDÃO”. Discordo. Amar é jamais ter que pedir perdão.
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