O primeiro grande teste foi a contratação do treinador – que não agradou muito ao torcedor. Sei que o presidente do Bahia se esforçou para manter Carpegiani, mas por motivos outros, que não dependeram da nova diretoria do clube, Carpegiani não ficou e o Bahia não poderia parar de braços cruzados para pensar outros nomes dentro do orçamento do clube, com possibilidades remotas de vir a ser um campeão. Então pintou novamente Guto Ferreira…
Agora, o tempo e o trabalho dirá se Guto foi a escolha certa ou não. Por motivos óbvios, não seria o treinador ideal. Ainda mais depois do sucesso de Carpegiani. Mas foi coerente a sua contratação olhando pelo lado do conhecimento que ele tem do Bahia, já que as adaptações também são fatores decisivos em tempo de planejamento. Esperamos que uma outra proposta não balance Guto no lá pelo meio do ano.
– Brilhava na Chapecoense e a trocou pelo Bahia. Brilhava no Bahia e o trocou sem nenhuma cerimônia pelo Inter de Porto Alegre. Não trocaria de novo? O tempo e o seu próprio desempenho dirão. Oxalá o amadurecimento com a dispensa por parte do Inter – injusta e deselegante no meu modo de ver – o tenha feito refletir de forma bem clara no zelo pelo seu próprio nome.
– Na verdade, o que mais mexeu com o sentimento do torcedor tricolor foi uma entrevista que Guto concedeu ao Jornal do Comércio, em Porto Alegre, já como técnico do Internacional, onde ele questionava algum setor da imprensa baiana dizendo:
“Não fiz nada de errado, nem o Inter, na medida que tudo que estava em contrato foi honrado. Ética para quem? Para quem questiona aí do lado? Quem vai pagar as minhas contas? É muito fácil pegar o microfone e tecer comentários, mas se colocar na condição de (alguém)…”
– Quanto ao lado financeiro, a gente entende, porque é assim o profissionalismo. Mas fica claro deduzir que à época Guto se contradisse na mesma entrevista quando afirmou que não estava no Inter por dinheiro. Eis o que realmente mexeu com o sentimento do orgulho tricolor:
“Sem dizer que é uma situação que eu estava buscando há muito tempo. Eu não estou vindo aqui pelo dinheiro. Estou vindo aqui pela oportunidade de dirigir um gigante”. (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/06/esportes/566104-no-inter-guto-ferreira-rebate-criticas-por-abandonar-o-bahia–etica-para-quem.html)
São águas passadas, mas temos que pensar antes no que vamos dizer, porque as palavras uma vez soltas não retornam à boca. Fica no ar uma sensação da perda de confiança total por parte da torcida em relação ao Guto Ferreira, posto que, no quesito confiança, não há meio termo: ou é 100% ou nenhuma.
Por isso que a missão de Guto será bem espinhosa perante a torcida, devido ao próprio passado do treinador. Foram duas trocas no mesmo padrão – sempre buscando “oportunidade em gigante”. Agora, tem de dar certo no todo para conseguir chegar ao fim do seu novo contrato de bem com a Nação Tricolor e com sua própria consciência.
JUNINHO CAPIXABA
Bahia fechou um excelente negócio com o Corinthians: vai Capixaba e vem Douglas, goleiro revelação do Campeonato Brasileiro, que andou fechando o gol do Avaí. Além disso, tem uma compensação financeira de 6 milhões e o Bahia ainda continua dono de 30% do passe de Juninho. Se somarmos tudo isso à juventude de Douglas e o futuro que ele tem como goleiro, no final das contas o Bahia ganhará muito.
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