A goleada sofrida pelo Bahia diante do Mirassol, no interior de São Paulo, não foi apenas o reflexo de uma noite infeliz, mas sim um duro golpe partindo de uma série de decisões questionáveis, evidenciando que a situação física do elenco foi subestimada – mesmo sendo algo comentado pelo próprio treinador da equipe, constantemente. No último jogo, o time ficou completamente exposto pelos equívocos e decisões temerárias de seu técnico.
O que se viu em campo foi a materialização de um planejamento falho, que ignorou as fraquezas de um setor físico comprometido pela exaustão. Enfrentar um time consistente como o Mirassol, sabendo que se trata de uma equipe que só joga uma vez por semana, com todo tempo de preparação possível, beirou o amadorismo – com todo respeito. Muitos dos jogadores estavam visivelmente extenuados, sem resistência… O time ficou completamente atordoado com o ímpeto físico da equipe adversária.
Curiosamente, em entrevistas anteriores, Rogério Ceni mencionou a intenção de rotacionar o elenco em virtude do desgaste visível dos jogadores. No entanto, as palavras não se refletiram em ações práticas. A partir do momento em que ele decidiu não promover alterações significativas para o duelo contra o Mirassol, a incoerência se tornou insustentável. Ao ignorar a necessidade de mudanças, não apenas nos jogadores, mas na abordagem tática do time, Ceni falhou em proteger o seu grupo de um colapso que já era nitidamente previsível.
É importante destacar que nada justifica a magnitude humilhante da goleada sofrida. Goleadas desse tipo marcam não apenas a história do clube, mas também a moral da equipe e a confiança da torcida. Por outro lado, também é fundamental destacar que o Bahia permanece bem estabelecido na tabela, e ainda há espaço de sobra para acreditar em uma recuperação rápida nas próximas partidas, com jogos importantes se aproximando.
Entretanto, é essencial que Ceni tenha em mente que o “cobertor” ficou curto. A derrota contra o Mirassol não pode ser vista apenas como um revés isolado; ela deve ser encarada como um alerta. A pressão se intensifica, e a necessidade de vencer nos próximos confrontos exige decisões certeiras e uma leitura mais assertiva do estado do elenco – sem o medo de fazer alterações nos 11 que saem para o campo. Nesse âmbito, a torcida precisa abraçar as possíveis alterações que devem ocorrer nos próximos jogos… Principalmente quando as mudanças incluírem jogadores da base no time principal.
As lições dessa derrota inaceitável – pela elasticidade do placar – precisam ser urgentemente absorvidas. O futebol é um universo onde planejamento e adaptação andam de mãos dadas, e, no caso do Bahia, ficou claro que a má gestão do momento físico dos jogadores pode levar a resultados desastrosos. A expectativa é de que esse episódio seja algo isolado. A resposta para o revés de ontem precisa ser imediata… E nada melhor do que encaminhar mais um título, pela Copa do Nordeste, para aplacar os ânimos dos torcedores.
Dentro de toda dificuldade, surgem oportunidades. Oportunidades para jogadores da base mostrarem o seu valor, oportunidades para que o técnico tente novas abordagens e um título muito importante – simbolicamente falando – para ser disputado. O cansaço não pode ser desculpa, pois hoje temos elenco para enfrentar as dificuldades do calendário e, tão logo, o torcedor irá exigir respostas.





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