O Conselho Deliberativo, em reunião no último sábado, decidiu que as novas associações estão suspensas até após as eleições da nova diretoria, em dezembro. A medida, segundo justificam, visa impedir associações em massa, para que o poderio econômico não interfira na eleição.
O novo Bahia, como a atual diretoria tem se autointitulado, adota uma medida retrógrada e antidemocrática, justamente um ano após as primeiras eleições democráticas do Bahia, tão comemoradas à época, e com participação massiva da torcida, que havia se associado dias antes daquela, com o ânimo de influir no destino do clube sem que o poderio econômico e do marketing fosse questionado.
Naquele momento histórico, a associação em massa era válida, pois o perfil dos novos sócios interessava a quem hoje comanda o clube, todavia, com a atual má-gestão, resultados pífios em campo (virtualmente rebaixado, apesar de ainda faltar um turno do Campeonato Brasileiro), nome manchado no caso Romagnoli, campanhas publicitárias fracas, incapacidade de atrair investidores e patrocinadores, a direção se sente ameaçada e, por isso, quer impedir que outro grupo assuma o destino do clube na próxima gestão.
A direção do Bahia tem o dever, moral e jurídico, de manter o que a torcida democraticamente votou há um ano: o novo estatuto. Neste não houve previsão de suspensão das inscrições, de prazo mínimo para se ter direito ao escrutínio. Assim, se querem modificar as regras do jogo, que seja para as próximas eleições, mas não para a atual, e com aprovação em assembleia.
O trágico-cômico nessa decisão é que o time de futebol não possui patrocínio máster (parabéns ao marketing), e tem jogado com sócio do Bahia. Continuará usando? Ou será que nos próximos jogos usarão: sócio do Bahia, mas só se votar em mim? A propaganda para atrair novos sócios, que é veiculada nos intervalos dos jogos no pay-per-view, continuará a ser exibida?
O novo Bahia deixará como seu maior legado que a democracia ainda não faz parte da realidade do clube, permitindo que outros grupos que surjam ou que retornem um dia possam se espelhar nele e se legitimem a proceder da mesma forma.
O jogo democrático tem (deve) seguir o seu fluxo normal, com as regras já pré-estabelecidas, em nome de tudo o que a torcida sempre almejou e daqueles que acreditaram que mudanças viriam.
Não é possível que apenas um ano após toda a revolução que se passou internamente no Bahia, pseudo democratas se utilizem de artifícios para se perpetuar no poder, fazendo-nos concluir que nada mudou.
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Aproveitando o tema: DIRETORIA, cadê a minha carteirinha de sócio? Há meses pago pontualmente as mensalidades, já recebi um cartão de crédito pré-pago que não pedi, mas a carteirinha de sócio que é bom, nada.
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Para que não restem dúvidas: não apoio este ou aquele grupo; não desejo a volta e nem a permanência de ninguém: só quero que respeitem o Estatuto.
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