No início do novo Bahia, sob uma administração que tem demonstrado ouvir o seu torcedor e o bom senso, é bastante salutar que as ações e decisões tomadas pela diretoria sejam pautadas pelo espírito da tolerância zero. Desde já, pequenos erros ou más decisões devem ser rapidamente apontados, combatidos e corrigidos tempestivamente, a bem da conservação da transparência, democracia e profissionalismo e ressurgimento do Bahia como um gigante com toda a credibilidade que merece.
Em Nova York, durante a primeira metade da década de noventa, a lei da tolerância zero foi promulgada a fim de mudar a qualidade de vida e a imagem da cidade, que estava imersa em problemas relacionados à violência urbana. Após alguns anos de sua implantação, a cidade tornou-se reconhecida como a mais segura dos Estados Unidos.[1]
A lei da tolerância zero baseia-se na teoria das Janelas Quebradas[2] e prega que o combate à delinquência deve iniciar com a repressão aos pequenos delitos, considerados insignificantes pela maioria da população, como pular a catraca do ônibus ou cuspir na calçada, por exemplo.
O combate a essas infrações mínimas tem o efeito de demonstrar a presença da autoridade e do zelo do Estado, fazendo esmaecer a sensação de ausência e abandono e fomentando o apego à legalidade, ao império da lei e da ordem, finalmente refletindo na redução de crimes maiores, como homicídios e estupros. Como resultado de sua implantação, o número de homicídios caiu de 1.672 em 1987 para 414 em 2012![3]
A teoria das Janelas Quebradas se baseia no fato de que uma edificação com algumas janelas quebradas sem imediata reparação logo se torna alvo de vândalos, que passam a quebrar mais janelas até invadem o imóvel para ocupá-lo. O mesmo se dá com calçadas onde se deixa que sujeira se acumule sem a devida higienização. Logo, essa calçada passa ser usada como ponto de acumulação de lixo pela vizinhança. Quem já não viu isso?
Houve um estudo sobre a teoria das janelas quebradas, onde um carro foi propositalmente abandonado em uma rua por semanas. Nas primeiras semanas, nenhum ato de vandalismo foi realizado. Mas, um dia, um dos vidros foi quebrado e não foi reparado. Nas semana- ou semanas, não sei o certo- seguinte o carro foi totalmente vandalizado. [4]
Essa experiência provou que os pequenos reparos realizado tempestivamente mostram à comunidade que o bem não está em estado de abandono e evitam sua depredação por vândalos ou por rapineiros de ocasião.
Finalmente, a mensagem que quero deixar é a de que o Bahia precisa, mais que nunca, demonstrar ao mundo que já não mais está em estado de abandono, que agora é cuidado, zelado, tem administradores, diretoria, conselho deliberativo, conselho fiscal e sócios atuantes e zelosos com os mínimos detalhes.
Então, é por isso que estaremos (nós, da torcida tricolor) aqui de prontidão no zelo pela liberdade conquistada, como verdadeiros sentinelas intolerantes com qualquer indício de manutenção de velhas práticas, que não terão complacência de nossa parte, nem mesmo ao sabermos que a gestão mal se iniciou.
Tenho certeza que a diretoria agradecerá a todos que adotarem essa postura quando os bons resultados se evidenciarem. Bora Bahêa, Minha P… rumo ao sucesso!
[1] http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2003/10/031029_nycas.shtml
[2] http://www.manhattan-institute.org/pdf/_atlantic_monthly-broken_windows.pdf
[3] http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,tolerancia-zero-politica-de-ny-e-sempre-lembrada-,988657,0.htm
[4] http://webnota10.blogspot.com.br/2013/08/teoria-das-janelas-quebradas.html
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