“Memória muscular”: vencer.

O tempo de pausa serviu para deixar o torcedor com saudades, sem aquele “estresse” natural de todo e qualquer fã de futebol, mas também sem o êxtase de observar a progressão de seu time do coração… Ainda mais quando essa evolução é tão orgânica e nítida aos olhos, mesmo de quem não é apaixonado pelo Tricolor de Aço.

Ontem, mais um triunfo dentro de um contexto de alta competitividade, jogando com um Fortaleza extremamente pressionado, buscando com todas as forças pelo resultado positivo. Ainda assim, o Bahia se impôs, mostrando a sua qualidade como marca registrada, controlando e agredindo seus adversários. Podemos dizer que foi um primeiro tempo de superioridade Tricolor e um segundo tempo mais dividido, contra um adversário de qualidade, apesar do momento ruim.

O Esporte Clube Bahia mudou sua orientação, dentro de um recorte mais recente. Hoje, o próprio treinador, fala abertamente que – independente do adversário – só há um resultado possível: triunfo. E, cada vez mais, o Bahia incorpora esse ritmo, essa “memória muscular” que havia sido esquecida.

Sobre o sistema tático, o torcedor precisa compreender: jogar com três zagueiros não é sinônimo de “retranca”. Isso já foi desmistificado por muitos times ofensivos e extremamente técnicos, como o Sporting de Rubén Amorim (2020-2024), City de Guardiola, Palmeiras de Abel Ferreira e muitos outros exemplos históricos. O que precisa ser analisado – para além da formação tática – é a postura, domínio e agressividade do time em campo.

Apesar de entender a necessidade de manter o elenco saudável – na parte física e mental –, Ceni compreende perfeitamente que o torcedor do Bahia quer títulos. Nesse sentido, quem conhece um pouco da carreira de Rogério, sabe: ninguém deseja triunfar mais do que ele. Por isso, não há união melhor para restabelecer o DNA de competitividade e mentalidade vencedora do que essa, entre Rogério Ceni e o Esquadrão de Aço.