é goleada tricolor na internet
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Publicada em 4 de julho de 2021 às 22:32 por Marcelo Barreto

Marcelo Barreto

Metáforas Marítimas

A mal dormida noite de quarta-feira passada, 30 de junho – após a derrota para o América-MG – foi a oportunidade para o aflorar de vários pensamentos. Ora, virava para um lado da cama e me lembrava da coluna “Fantasmas do Passado” (07/06/2021), repassando as inúmeras falhas do sistema defensivo do Bahia, Lucas Fonseca à frente. Na verdade, esses fantasmas começaram a se fazer presentes tão logo vi a escalação tricolor para aquela partida, que reproduzia a pior defesa do Brasileirão 2020 dentre os clubes que permaneceram na série A. Ora, buscava o outro lado do leito, revivendo os momentos em que nosso ataque funcionou, me agarrando nessa ponta de esperança e, sobretudo, na entrevista de nosso treinador após a partida, na qual, entrelinhas, reconhecia na escolha da escalação a responsabilidade pela má jornada, um quase-vexame histórico.

Não era muito, mas um alento diante da intensa frustração dos torcedores que, após a boa exibição contra o Palmeiras, imaginavam uma goleada tricolor sobre o “coelho mineiro”. No fundo, o desempenho da nossa transição ofensiva contra o “porco paulista” escondeu as deficiências de nosso sistema defensivo naquele jogo. Foram três gols sofridos e outros quatro contra o América-MG, prova inequívoca da falta que o clássico zagueiro Conti faz. Para piorar o sofrimento, do outro lado, no banco do time de Belo Horizonte, estava Vagner Mancini, treinador pouco admirado pela torcida tricolor, em razão de polêmicas passagens no comando do ex-rival.

A entrevista de Dado Cavalcanti fez entoar na minha cabeça, como um mantra, um velho dito popular, se não me engano, de origem inglesa: mares calmos não fazem bons marinheiros. O tsunami haveria de servir para alguma coisa. Após duas derrotas seguidas e sete gols sofridos, estava evidente a nossa fragilidade defensiva, a nossa incapacidade em recompor a defesa e conter os adversários, após perder a bola no ataque. Independente das falhas individuais de Luiz Otávio contra o Palmeiras e Lucas Fonseca contra o América-MG, o sistema defensivo estava exposto e exigia atitude de mudança, por parte de nosso comandante em campo.

E a partida de ontem, contra a Chapecoense, mostrou que Dado, teimosias à parte, conhece e tem na mão o elenco, além de que não lhe falta coragem para arriscar. A entrada de Jonas como primeiro volante trouxe mais solidez ao sistema defensivo, reduzindo nossa vulnerabilidade aos contra-ataques. Duvido que ele, ao ver os lançamentos longos de Luiz Otávio para Matheus Bahia continue a preferir os passes curtos de Lucas Fonseca. Outro acerto do técnico tricolor foi poupar Gilberto e fazê-lo entrar em campo, descansado, contra uma zaga já desgastada. Tenho a impressão que, futuramente, o meio de campo poderá ser formado por Jonas, Patrick, Thaciano e Daniel, com Gilberto e Rossi no ataque. Nessa formação, Rodriguinho seria utilizado no segundo tempo, minimizando seu esforço em campo e ampliando as opções de banco para “mudar um jogo”. Em havendo um bom reserva para Gilberto, mesmo nosso artilheiro poderia entrar no segundo tempo. A ver.

No nosso campeonato particular, em que a permanência na série A deve ser prioridade, já alcançamos pouco mais de 30% dos pontos necessários, embora tenhamos jogado menos de 25% do campeonato. Nesse oceano, cada gota conta. Mais que isso, temos alcançado bons resultados fora de casa. De quatro partidas disputadas, ganhamos duas e empatamos uma. Há muito tempo não víamos um aproveitamento de 58% jogando longe dos nossos domínios. Um bom começo, sem dúvidas. Claro, estamos apenas com nove rodadas e muita coisa pode acontecer. Porém, um fato nos traz mais tranquilidade para encarar a travessia: nosso timoneiro deu demonstrações de que sabe enfrentar mares calmos e revoltos. Uma novidade alvissareira quando olhamos o retrospecto de treinadores que passaram pelo Bahia nos últimos anos, alguns deles, verdadeiras âncoras a atrapalhar a evolução do time.

Que possamos continuar navegando nesse ritmo e que eventuais percalços no caminho sejam como as ondas do mar, onde os recuos servem de impulso para seguir mais adiante. BBMP!!

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