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Publicada em 24 de agosto de 2020 às 10:43 por Autor Genérico

Autor Genérico

Minha Análise – Ceará 2×0 Bahia

Meus Amigos,

Num típico jogo de domingo à noite, daqueles que irritam pelo horário e que ninguém sabe porque acontecem, o Bahia novamente foi derrotado e merecidamente pela equipe do Ceará por 2-0, em partida válida pela 5ª rodada do Brasileiro.

O Bahia repetiu a idéia de começar o jogo mais recuado, com duas linhas de 4 e deixando Rodriguinho e Gilberto apenas para incomodar a defesa adversária, num 4411. Entretanto, diferente do jogo contra o São Paulo, o Bahia foi vazado logo no início do confronto. Em nova jogada aérea, onde Juninho, assim como no gol contra o São Paulo, não estava marcando ninguém na cobrança, Cléber, o carrasco do Bahia, marcou. 1-0. Se no jogo do São Paulo foi Zeca que chegou atrasado, neste foi Gilberto, após Rodriguinho estar na marcação de Cleber no início da jogada de escanteio. Claramente o Bahia precisa rever essa idéia de marcação, pois Juninho não pode ficar sem marcar o jogador mais alto do time adversário. Essa idéia de deixar ele livre para cortar os cruzamentos não vem funcionando há muito tempo e o Bahia toma gols de escanteio com muita frequência.

Após o gol, o Bahia teve que subir suas linhas de criação e novamente ficou visível a incapacidade ofensiva do time contra equipes que jogam fechadas. Inoperante, o Bahia rodava a bola tentando encaixar uma jogada pelos lados, mas esbarrava na péssima partida de Élber, totalmente desinteressado e descompromissado, e na partida ruim de Rossi, que não demonstrou a força e velocidade, suas principais características. Além disso, Rodriguinho não teve em Gilberto a parceria que tanto se espera, apesar da boa movimentação do camisa 10 em buscar os espaços e até efetuar bons lances, com chutes a gol e bons cruzamentos. Já o camisa 9 foi de uma nulidade irritante. Uma das piores partidas com a camisa do Bahia.

Para piorar, o Bahia irritava o torcedor com uma esdrúxula saída com os 2 zagueiros dentro da grande área, facilitando a marcação do Ceará. Com isso, o time quase entregou em 2 oportunidades o segundo gol do Ceará. E, para piorar, novamente Gregore tomou um amarelo desnecessário, o que influenciou na sua substituição. Fim do primeiro tempo e mais uma derrota no confronto entre as equipes encaminhada.

Roger Machado voltou para a segunda etapa com Daniel no lugar de Gregore. Claramente o Bahia cresceu no jogo, pois finalmente Rodriguinho passou a ter alguém para dialogar no jogo e tentar alguma coisa mais produtiva. O chute de Zeca e a jogada que o camisa 10 tricolor bateu de fora da área, para boa defesa de Fernando Prass, foram fruto de jogadas trabalhadas entre ele, Daniel e Zeca, o que faltou durante toda a primeira parte. Se Élber, Gilberto e Rossi estivessem numa melhor jornada, talvez o Bahia tivesse melhor sorte no segundo tempo.

Só que o problema da falta de elenco do Bahia voltou à aparecer. Se com Gilberto, Elber e Rossi o time já não vinha bem, com Clayson, Fernandão e Alesson o time não fez praticamente nada. Só uma bola de cabeça do camisa 20, em jogada de escanteio, que levou perigo ao gol do alvinegro de Porangabuçú.

E para matar o confronto, o Ceará fez 2-0 numa linda jogada de contra-ataque. Fernandão perdeu a bola na entrada da grande área do Ceará, Fernando Sobral carregou, Roger pediu para não fazer a falta (ridículo) e o camisa 88 achou um lindo passe para Matheus Gonçalves nas costas de Nino (pra variar). O camisa 7 entrou na área, driblou Anderson com tranquilidade e marcou o 2-0, matando o confronto.

De resto, só quando Saldanha entrou que o time novamente levou perigo, muito pelas suas jogadas individuais, mostrando que não pode ser uma opção de ataque para entrar no jogo depois de Fernandão ou Clayson. Mas aí o resto do time já estava entregue, sem alma, sem brio, sem sangue. A cara do Bahia de Roger Machado e, principalmente de Diego Cerri. O filme se repete ano após ano e nada acontece no departamento de futebol. 102 contratações sem cobrança de resultado. Até quando?

Anderson – Não teve culpa nos gols, apesar de não ter saído para cortar o cruzamento, confiando na defesa frágil que temos.
Nino – Surpresa na escalação, fez uma partida ruim. É voluntarioso mas ofensivamente tem produzido muito pouco. E tomou nas costas no segundo gol, de forma ridícula.
Ernando – Fez uma partida regular. Sofre com um companheiro que acha ser o novo Beckenbauer.
Juninho – Uma partida boa e 3 ruins. Essa tem sido a média de Juninho no Bahia. Se destaca mais pelas chegadas ao ataque do que pela marcação e desarmes. O Bahia passou a tomar muitos gols de cabeça desde a entrada dele no time. Isso foi visível. E quase todos do seu lado esquerdo.
Zeca – Fez uma partida razoável. Um dos poucos que não comprometeu e que ainda tentou alguma coisa diferente, com um chute a gol perigoso.
Ronaldo – Novamente o mais lúcido durante 90 minutos. Marcou bem, fez desarmes interessantes e com poucas faltas. Titular absoluto.
Gregore – Mais um cartão desnecessário. Mais uma partida irregular. Mais uma vez precisou ser substituído. 
Élber – O pior em campo. Preguiçoso, desinteressado, sem qualquer virtude digna de elogios. Talvez por não ter renovado contrato, cada dia parece mais distante do Bahia.
Rossi – Fez uma partida ruim, apesar de não faltar entrega e luta. Não conseguiu levar vantagem em praticamente nenhuma jogada individual.
Rodriguinho – O jogador mais lúcido do time. Quando Daniel joga, seu futebol sobe de produção, pois não precisa recuar tanto para achar os companheiros. E enquanto teve pernas foi o mais perigoso ao adversário.
Gilberto – Muito mal no jogo. Errou tudo, inclusive posicionamento, Talvez sua pior partida pelo Bahia.Clayson – Entrou e pouco produziu. Pelo que ganha e pelo que custou, já deveríamos estar buscando uma equipe para negociá-lo em definitivo. Sua desvalorização é gritante.
Daniel – Quando está em suas melhores condições físicas, ajuda muito ao time ofensivamente. Não pode ser reserva nesta equipe.
Alesson – Apesar de esforçado, entrou e pouco produziu.
Saldanha – Entrou e brigou bastante. Merece ser testado de início, ao lado de Gilberto e Rodriguinho. O Bahia carece de força ofensiva.
Fernandão – A melhor notícia desde a sua chegada será a sua saída. Infelizmente seu tempo já passou no Bahia e a cada mês o custo fica ainda maior para os cofres combalidos do clube.
Roger Machado – A estratégia para o jogo foi por água abaixo com 16 minutos de jogo. Depois o que se viu foi o time “propositivo” de 2020, onde tem o domínio estéril da partida, sem praticamente incomodar o adversário. Diferente dos principais treinadores do mundo, que mandam matar a jogada ainda no campo de ataque, visto que o risco de cartão é menor, “orientou’ os jogadores à não cometer a falta no segundo gol do Ceará, o que demonstra bem sua leitura equivocada das partidas. A hora de sacudir o time e dar oportunidade à outros jogadores é agora, visto que somente Ernando, Ronaldo, Daniel e Rodriguinho estão merecendo ser titulares. Sua hierarquia foi para o saco e agora precisará botar alguns medalhões no banco, senão seu posto ficará mais ameaçado ainda.

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