é goleada tricolor na internet
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Publicada em 19 de setembro de 2019 às 12:03 por Autor Genérico

Autor Genérico

Modelo a ser seguido ou alerta a ser ouvido?

Um clube que teve coragem e ousadia: é assim que podemos definir o Atlético (sem essa de H, por favor) Paranaense, o atual campeão da Copa do Brasil. Com o título, conquistado em cima do Internacional no outrora inexpugnável Beira Rio, o rubro-negro das Araucárias consolida-se como o maior clube brasileiro de fora do G12, e membro – por quê não?! – da elite futebolística brasileira.

O sucesso do CAP não foi por acaso: foi fruto de um trabalho de longo prazo e da implantação de uma filosofia empresarial no clube, somado à icônica Arena da Baixada, hoje um estádio padrão-FIFA localizado em bairro residencial de classe média. Nos anos 90, o clube reativou o centenário estádio da Baixada, de sua propriedade e então em desuso, passando a mandar lá os seus jogos. Investiu em benfeitorias que melhoraram a qualidade do seu campo de jogo e foi beneficiado com a escolha de Curitiba como cidade-sede da Copa 2014. Além disso, a construção de um moderno CT, ainda nos anos 90, ajudou o clube a revelar talentos na base.

O “furacão”, desde os anos 90, tem aparecido na mídia como uma força emergente, desde a época da dupla Oséas e Paulo Rink. Caiu para série B, desde 1995, apenas uma vez, em 2012. Na Série A, desde 1996, esteve entre os dez primeiros onze vezes; e entre os cinco primeiros cinco vezes, título de 2001 incluso. Na era pontos corridos (desde 2003), ficou entre os cinco primeiros em quatro ocasiões.

O futebol paranaense cresce a olhos vistos. O maior rival do CAP, o Coritiba, foi “bi-vice” campeão da Copa do Brasil, e o CAP foi vice da mesma competição em seguência ao rival. Tal sucesso não acontece por acaso. Em coluna minha de agosto de 2012 já apontávamos esta ascensão, e que a mesma, muito provavelmente, estaria associada a fatores como a condição sócio econômica do Estado do Paraná, inclusive em PIB total e per capita. Tudo isso num cenário onde os clubes locais dividem, acirradamente, a preferência dos moradores interioranos com clubes paulistas e gaúchos.

O sucesso do CAP pode e deve servir como alerta aos clubes baianos, e não exatamente como fórmula a ser copiada. O planejamento em longo prazo, a estruturação do clube em patrimônio, um bom programa de sócios e, acima de tudo, coragem e ousadia, são os ingredientes, na minha opinião, que devem ser emulados pelo Bahia se quiser, um dia, chegar ao mesmo patamar dos sulistas.

Nestes aspectos, observa-se que o Bahia ainda engatinha, depois de longo e tenebroso inverno na mediocridade, e aos poucos toma um rumo neste sentido, cujos efeitos ainda demorarão um pouco a serem percebidos. Alguns aspectos da economia baiana não podem servir de comparador frente à economia do Paraná, mas o Atlético, diante da pouca mídia e pouca tradição em âmbito nacional, soube encontrar o seu próprio caminho, e teve coragem para arriscar e mudar.

Os títulos do Brasileiro de 2001, da Sul Americana de 2018 e da Copa do Brasil 2019 foram fruto da coragem de mudar: inclusive da coragem de mexer em certas tradições e modificar nome, escudo e uniforme (apenas algo icônico porém contextualmente interessante). O Atlético Paranaense pensou grande, não se importou em quebrar paradigmas e hoje está onde está. Que nossos dirigentes entendam isso e procurem, ao seu modo, chegar um pouco mais adiante a cada ano.

Saudações Tricolores e parabéns aos atleticanos!

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