O Bahia não tem identidade alguma com a nova Fonte Nova e isto é ponto pacífico. Qualquer time bonzinho chega na Fonte Nova e ignora o Bahia como mandante e com a vantagem que este tiver. Não cito jogos porque nem precisa, é só consultar os resultados de um passado recente — sem incluir campeonato baiano porque este nem é parâmetro — e ver onde de fato o outrora “Esquadrão de Aço” perdeu jogos que decidiam presença na Primeira Divisão do futebol brasileiro, bem como jogos que decidiriam campeonatos da Liga Nordeste.
Há dois anos, possivelmente três, o Bahia está na incômoda situação de time coadjuvante da Segunda Divisão e com a pecha de time medroso por não ganhar, também há dois anos, uma partida do sue maior rival… A torcida vai suportar perder uma decisão com características de “vingança”?
— Já conto passando pelo Flu de Feira pela vantagem que tem.
Desde que a Fonte Nova foi reinaugurada o Bahia perdeu a confiança em si e a sua camisa já não pesa mais diante dos rivais, sejam lá quais forem esses. Não é admissível e muito menos aceitável um clube com a força inquestionável que tem por sua tradição jogar em casa precisando de um mero empate para ir à final e, contrariando o mais pessimista entre os mortais, levar um gude preso e ficar fora de uma disputa tão importante para o clube como é a Liga Nordeste…
Eu disse antes aqui nesta coluna, logo após o desastre na Flórida – EUA, que Doriva precisa ganhar tudo que disputar antes do campeonato brasileiro se quiser sobreviver como técnico do Bahia até lá. Na verdade o técnico nem tem muita culpa porque do que dispõe não tem muito a melhorar, mas ainda assim entrará no hall das cartas marcadas pela torcida se não ganhar o campeonato baiano.
— O futebol brasileiro está na sua pior fase técnica e perde a graça a cada rodada realizada dos seus vários certames anuais. Jamais imaginei o campeonato carioca sendo disputado em Brasília, Manaus, Mato Grosso, Vitória do Espírito Santo e em outras praças que apareçam e paguem por pífias exibições dos tradicionais times do Rio de Janeiro — forçados absurdamente pelo fechamento dos estádios devido às Olimpíadas, é verdade, mas também pela falta de estrutura fruto das péssimas e arcaicas administrações.
Não sei se é uma pluralização natural do futebol brasileiro pelo excesso de jogadores comuns, se é sanha dos empresários do ramo, se é o efeito da Lei Pelé, ou simplesmente ilusão e todos se tornaram forças iguais por falta de gestões qualificadas. Fato é que times desconhecidos surgem de um momento para outro do nada e, corajosos diante da fragilidade saem assombrando os zumbis do nosso futebol impondo-lhes goleadas v e r g o n h o s a s!
Imaginar que um dia pudesse o Lurverdense — com o devido respeito — chegar à Fonte Nova e submeter o Bahia à vexames, realmente é dose cavalar para uma torcida tão mal acostumada com as conquistas históricas que deram ao Bahia a tradição natural de uma camisa que fazia tremer qualquer time que viesse à Fonte Nova — a antiga, por favor.
Nossos dirigentes deixaram nosso futebol lá na década de 80 e a renovação das torcidas, da forma como estão os nossos clubes nesse futebol de mortos-vivos, impossível. A TV está aí em HD trazendo os times da Europa para dentro da nossa casa sugestionando nossos filhos e netos aprenderem a gostar, respectivamente, do Real Madrid, Barcelona, Bayer, United City, Manchester, Chelsea, Atlético, PSG, Juventus e outros…
Há entretanto, no Bahia, uma diretoria que prometeu fazer a gestão dos sonhos tricolores devolvendo o Bahia à Primeira Divisão e deixando-o organizado, capaz das suas mais belas proezas, tal qual aquele Bahia dono da maior torcida do Norte e Nordeste, bi-campeão brasileiro… Mas será que isto ainda vai acontecer? O medo maior será o Bahia ficar sem lugar para treinar porque até então nem Fazendão e nem novo CT o Bahia tem como seu, pior; não vejo avanço sobre o assunto.
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