é goleada tricolor na internet
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Publicada em 12 de setembro de 2013 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Não dá pra vacilar

Em 2011, num jogo contra o Vasco, em São Januário, ouvi uma conversa de bastidores entre dois membros da imprensa esportiva baiana. Eles comentavam como MGF tinha mandado uma ordem para o então técnico Joel Santana para que ele parasse de escalar Gabriel, ainda desconhecido, improvisado na lateral direita, fato corriqueiro naquela temporada. MGF temia uma desvalorização do jovem (e, hoje, claramente, sabemos que não significava um pensamento em prol do Bahia. Espero que esses dias tenham acabado).

Mas o fato é que, realmente, escalar um jogador da base fora de sua posição pode queimar o jogador. E acho que isso está acontecendo com Talisca. Cristóvão teima em escalá-lo aberto numa das pontas, revezando ora com Wallyson, ora com Marquinhos, ora com Barbio.

Pra mim, e já falei isso algumas outras vezes, Talisca é volante/apoiador e tem que jogar onde joga Hélder. Nesse esquema de Cristóvão, eu acho que é um ou outro. Talisca não tem velocidade nem compleição física pra atacar e defender junto ao lateral. Com essa exigência, fica a impressão que ele é um jogador leniente, preguiçoso, e nem acho que seja o caso.

Outro que está se queimando é Madson, mas aí a culpa é da torcida. Não entendo tanta impaciência com Madson. Angulo é muito pior que ele! Madson, em geral, marca direitinho e, volta e meia, consegue se apresentar no ataque tentando alguma coisa. Perdeu gols, é verdade, mas pelo menos criou as chances. Angulo não faz absolutamente nada, só cruza da intermediária e às vezes tenta uns chutes que nunca passam perto. Prefiro Madson. E acho que Cristovão também, pois tirar Angulo pra improvisar Fabrício Lusa indica isso.

Estamos mal de centroavantes. Mais que lateral direito ou atacante de beirada, seria a posição que eu buscaria alguém se fosse Schmidt. Fernandão chegou ao Bahia como se estivesse possuído pelo espírito de Charles. Fazia gol todo jogo, de todo jeito. Mas, desde a pausa da Copa das Confederações, que o seu futebol foi possuído pelo espírito de Selmir. E, contra o Criciúma, fez sem dúvida seu pior jogo. Errou todos os passes que tentou. Pelo menos acertou o pênalti.

E seu reserva, Obina, convenhamos, é péssimo. Joga mal sempre, mas uma vez ou outra acerta uma cabeçada, que parece ser seu único trunfo. Muito pouco, precisamos de um centroavante minimamente confiável, coisa que nenhum dos dois que Cristóvão tem à disposição é.

O resultado contra o Criciúma foi péssimo. Em casa, era pra ganhar, até porque a sequência de jogos é muito dura: Coritiba, Inter e Botafogo. Não tem essa de “diante das circunstâncias foi bom”. Se a gente tivesse entrado com vários desfalques ou o juiz tivesse roubado, aí sim eram circunstâncias a serem consideradas. Levar dois gols patéticos quanto os que levamos são fruto da nossa incompetência dentro de campo, e não de circunstâncias.

Só estamos a dois pontos da zona. A Lusa está melhorando, o São Paulo contratou Muricy e tende a subir de produção, ao menos na motivação. Nós somos a equipe decadente, em pior momento, e não podemos vacilar nada. Precisamos de sete vitórias em mais 18 jogos. Estou com essa contagem regressiva na cabeça.

Contudo, buscar o resultado contra o Criciúma, ao menos, foi indicador que o time não entrega os pontos. Isso é ótimo para uma nova era que se inicia, e iniciar sem perder, ao menos, não dá margem a superstições.

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