é goleada tricolor na internet
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Publicada em 17 de abril de 2013 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

“Não dava pra trazer Mourinho”

O Atlético-MG tomou 6×1 do Cruzeiro na última rodada do Brasileiro de 2011. O presidente do Atlético manteve o treinador e se livrou dos jogadores considerados perniciosos (um deles, inclusive, acabou vindo adivinha pra onde?). Hoje, esse mesmo Atlético-MG, treinado pelo mesmo Cuca dessa derrota de 6×1 de 2011, foi campeão mineiro em 2012, terminou o Brasileiro em 2º lugar e hoje faz uma campanha histórica na Libertadores.

O Corinthians foi eliminado na pré-libertadores em 2011 pelo Tolima. O mundo caiu em cima do time, mas a direção manteve o treinador Tite. Assim como o Galo, livrou-se dos jogadores que considerava prejudiciais ao time (nada mais nada menos que um gordo Ronaldo e um envelhecido Roberto Carlos, por exemplo) e deu a segurança que Tite precisava para montar o elenco e treiná-lo. E assim o Corinthians foi campeão Brasileiro nesse mesmo 2011, e da Libertadores e do Mundial Interclubes em 2012.

Não estou dizendo que técnicos são inquestionáveis. Mas se em Janeiro a renovação de um técnico é comemorada como nosso maior reforço (afinal, não foi ele quem levou o time ao 5º lugar do segundo turno? – um campeonato que só existe na cabeça de MGF e Cia..), como pode em 3 meses ele não servir mais? Onde está o planejamento, a aposta num trabalho e a confiança?

Falcão, quando foi demitido, era necessário. Já estava fazendo e falando merda, sempre enchendo a bola dos rivais em detrimento do Bahia. Já Jorginho foi claramente vítima de complô. No BA-Vi isso foi visível. E, quanto a isso, a direção do Bahia lavou as mãos. Tirou o treinador, trouxe um boa praça que agradasse a todas as correntes do elenco, e seja o que Deus quiser. Porque, pior que demitir Jorginho foi trazer de volta Joel Santana (que veio porque, segundo MGF, conhece 18 jogadores do elenco e – pasmem – não dava pra trazer Mourinho. Ah tá!).

Mas, pra mim, o pior de Joel Santana não é ele ter estagnado, ter chamado o Bahia de Sardinha ou ter abandonado o barco quando o Flamengo chamou ano passado. É ele ignorar a divisão de base.

Nosso melhor jogador do ano passado era prata da casa. Hoje, está sendo incensado pela imprensa carioca jogando com a 10 do Flamengo. Longe daqui, mal vendido.

Nosso melhor jogador na Série B, no ano do acesso, era prata da casa. Orgulhou a toda a nação por estar no time desde o calvário da Série C. Nem sempre se entendendo com a torcida, mas sempre com muita vontade em campo. Hoje, amarga uma série de contusões porque, aparentemente, houve barbeiragem em suas cirurgias e processos pós-operatórios.

O clube conseguiu abortar precocemente os dois projetos de grandes ídolos genuínos que poderíamos ter tido nesses anos 2000.

A atual safra de jogadores oriundos da base é muito boa. Fez grandes campanhas nos torneios da categoria. Desde o injusto vice-campeonato da Copa SP de 2011, o time está sempre nas cabeças dos campeonatos. E quem está sendo utilizado hoje em dia no time profissional? Ninguém.

Dessa leva de bons jogadores da base, já perdemos, além de Gabriel, Maranhão, Paulinho e Filipe, todos vendidos em transações pouco explicadas e sempre com valores questionáveis.

Bons nomes que seguem no elenco, como Anderson, Talisca e Ítalo Melo, que poderiam tranquilamente brigar por uma vaga de titular (sobretudo Talisca, que jogaria fácil no lugar de Hélder) são deixados de lado pelo novo treinador, sob pretexto de preservá-los.

A lógica é não usar os meninos enquanto o time está em crise. E aí coloca-se os experientes, cascudos. Mas que são ruins ou estão em péssima fase. E o time continua mal. E a crise persiste. E, assim, os moleques nunca vão jogar.

E esquece-se que os melhores jogadores do time nos últimos anos eram jovens crias do Fazendão. E algum desses anos não foi de crise?

Mas a lógica do Bahia é justamente desfazer-se ou menosprezar quem tem sentimentos reais pelo clube, quem tem laços genuínos com o Bahia, para valorizar nomes passageiros e sem noção da importância desse emblema, dessa história e das tradições dessas três cores.

É por isso que, no Bahia, prefere-se demitir um treinador que não goza mais da simpatia de parte do elenco, do que livrar-se desta parte do elenco que sente-se maior que a instituição, que pensa que manda mais que o treinador, que o diretor de futebol, que o presidente.

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