Guto chegou num momento que não era o mais propício para a sua volta, mas agora também não é o momento adequado para sua saída. Não porque o Conquista pagou o pato numa possível recuperação do Bahia, sim porque o “problema” está no seu trabalho, que é de médio a longo prazo, e num clube de massa como é o Bahia fica difícil e complicado realizá-lo sem ser cobrado por resultados imediatos. O orçamento tricolor em relação aos clubes interioranos dista da Terra à Lua. Também por isso o treinador é cobrado.
Imagino que Bellintani, no uso de suas atribuições, deve ter se reunido recentemente com os seus subalternos no Departamento de Futebol e mostrado que os métodos têm de ser os de casa, uma cartilha com metas definidas. Cumpra-se à risca a filosofia do clube, e isso não quer dizer submissão de um lado e nem intromissão do outro lado, mas sim um melhor esclarecimento sobre uma regra normal da Instituição, que deve ser seguida ao pé da letra.
O Bahia sempre foi um time vencedor, esta é a filosofia. “Nasceu para vencer” é um grito de ordem, um princípio tricolor. Com todo respeito aos demais clubes, mas ter dificuldades absurdas num campeonato doméstico é para refletir e rever tudo de novo! Alguma coisa errada precisa ser corrigida imediatamente, porque senão vêm as outras competições e o Bahia continuará sendo procurado dentro dele mesmo com explicações teóricas que não justificam junto à torcida o fracasso do time em campo.
As contratações feitas até agora foram boas tanto em qualidade como em quantidade. Há um bom elenco e isto é inegável, agora há uma possibilidade – remota, é oportuno dizer – de estar havendo dificuldades para lidar com a qualidade em quantidade, e aí já seriam outros quinhentos. Fato é que o Bahia não conseguia se achar em campo e muito menos dentro do Campeonato Baiano. Tomara que após a goleada sobre o Conquista as coisas se revertam definitivamente, porque elenco tem para isso.
HERNANE
O mais otimista dos torcedores já não acreditava muito em Hernane… mas eis que ele ressurge em alto estilo e cala de felicidade a torcida. O torcedor é capaz de odiar e amar ao mesmo tempo porque o pilar principal que sustenta o edifício do futebol é a paixão explosiva que acelera e desacelera corações. Até antes do próximo jogo Hernane poderá se expor à vontade em shoppings e ruas, porque em sua direção nenhum insulto passional do torcedor o “Brocador” ouvirá. Pelo contrário, só receberá declarações de amor e olhares respeitosos. Tomara que assim continue.
Exemplos como o de Hernane levam-nos à reflexão na hora de criticar jogadores e treinadores porque os bastidores são repletos de minúcias que não podem saltar muros e ganhar as ruas. Muito se falou que no Bahia não havia mais ambiente para Hernane. Parece que não é assim como se especulou. As evidências indicam que o “Brocador” estava sob uma pressão psicológica e precisava ser adequadamente preparado para uma volta por cima no momento oportuno, e ninguém melhor que seu treinador para convencer o jogador a esperar a hora certa.
O GALÍCIA ESTÁ ACABANDO?
É muito triste ver o E. C. Galícia, clube com raízes profundas na Espanha, mais precisamente na região da Galícia, numa situação tão caótica que não lhe permite sequer pagar a folha ínfima de quatro funcionários, atrasada há quatro meses, segundo informação passada a este colunista pelo ex-presidente galiciano Roberto Serret, que juntamente com Roberto Nonato e Dario Rego tentam resgatar a união no clube para salvá-lo. O Parque Santiago está completamente maltratado, numa flagrante sensação de abandono total.
A Colônia Espanhola precisa acordar e resgatar o Galícia, honra e glória do futebol da Bahia. A própria região Galega na Espanha, que empresta seu nome ao clube da Cruz de Santiago não merece essa desonra, e isso precisa ser revisto pelos autênticos espanhóis aqui na Bahia. Se esses galegos quisessem, o Galícia ressurgiria forte para se tornar a terceira força do nosso futebol. Tomara que os homens se entendam para que oportunistas não se aproveitem do clube para outros fins pessoais, porque o desenho é esse.
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