Para efeito de comparação, trarei alguns exemplos, começando pelo Palmeiras, um dos maiores formadores de jovens jogadores do país. Na temporada atual, o Alviverde utilizou com consistência 6 jogadores abaixo jovens, sendo eles: Luiz Benedetti (Defensor de19 anos), Riquelme Fillipi (Atacante de 19 anos), Luighi Hanri (Atacante de 19 anos), Agustín Giay (Defensor de 21 anos), Jefté (Defensor de 21 anos) e Allan Andrade (Atacante de 21 anos). Allan, inclusive, já atuou em 15 partidas pelo Palmeiras, em 2025.
Em outros cenários, com o mesmo ritmo de formação e utilização de atletas de base, aparecem Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, São Paulo e outros. No caso do Tricolor Paulista, já foram utilizados consistentemente, 7 jogadores abaixo dos 21 anos, sendo dois deles com apenas 18 anos. O Cruzeiro utilizou 8 jogadores abaixo dos 21 anos, incluindo um de apenas 17 anos, chamado Kauã Prates (Defensor).
É importante notar que dentro dos cenários mencionados, não há nenhum jogador fora de série, nenhuma estrela. Trata-se de jovens jogadores, úteis, sendo inseridos numa realidade de necessidade, seja por lesões ou mesmo por planejamento, desenvolvimento de atletas. Algo que, no Bahia, ocorre muito menos do que deveria.
No Tricolor de Aço, costumeiramente, observamos Rezende sendo improvisado na zaga. Por que não Fredi Lipert (Defensor de 20 anos)? Por que não o Luiz Gustavo (Defensor de 19 anos, adquirido junto ao Vasco)? No meio de campo, em muitas situações, Sidney (Meio-campista de 19 anos) deveria ser a escolha, mas é preterido pelo próprio Rezende. Na ponta direita, por que não o Kauê Furquim (Atacante de 16 anos) que já atuou profissionalmente, no Brasileirão, pelo Corinthians? No Corinthians há menor pressão do que no Bahia?
O próprio Tiago (Atacante de 20 anos), neste momento, deveria ser o titular, como centroavante móvel; Willian josé está pedindo para ser reserva. Roger Gabriel (Meio-campista de de 18 anos), Vitinho (Meio-campista de 19 anos), David Martins (Defensor de 20 anos), Ruan Pablo (Atacante de 17 anos), Dell (Atacante de 17 anos), são outros exemplos de jogadores que poderiam e deveriam ser mais bem aproveitados, no elenco profissional. Esses jogadores, quando tiveram alguma pequena oportunidade no time profissional, não comprometeram e até mesmo prestaram bons serviços, mostrando utilidade e qualidade.
No caso do meio-campista Sidney, trata-se de um jogador semelhante ao Caio Alexandre, possuindo uma boa saída de bola, além de um excelente posicionamento em campo. Ainda assim, contra o Botafogo, Ceni decidiu insistir em Rezende e, realmente, essa teimosia começa a irritar o torcedor, pois é nítido que se trata de um jogador limitado para o atual estágio técnico do Esporte Clube Bahia. Selecioná-lo em detrimento de um jovem com potencial, começa a ser incompreensível.
Zé Guilherme, após uma entrada um pouco desconectada durante o primeiro tempo, voltou para os 45 minutos finais com excelentes participações no jogo. Esse tipo de situação apenas demonstra que os jovens podem e devem ser mais aproveitados, evitando desgastar à exaustão os onze titulares de sempre. Inclusive, atualmente, sofremos o inimaginável, com um quadro de lesões muito extenso.
Nesse sentido, Rogério Ceni precisa demonstrar mais coragem e mais confiança nos atletas jovens do Tricolor de Aço. O Bahia vem fazendo a sua parte, investindo em estrutura e contratando joias para as divisões inferiores. Cabe ao treinador, agora, utilizar as peças, desenvolvendo-as. Cabe a ele, também, servir de escudo para eventuais atuações ruins, pois a oscilação é natural para todo jovem jogador. O Esquadrão está se tornando, aos poucos, um celeiro de absoluta qualidade… E é preciso dar objetivo a isso, tornando a instituição autossuficiente com revelações úteis para utilização e também para venda de atletas.
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