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Publicada em 20 de junho de 2025 às 12:45 por Djalma Gomes

Djalma Gomes

O Fair Play Financeiro no futebol brasileiro

O Fair Play Financeiro no futebol brasileiro vem sendo cada vez mais discutido e isso é ótimo porque mexe profunda e definitivamente com a forma do dirigente fazer o futebol sem a devida decência e respeito pelo clube que dirige e pela dignidade do torcedor. Mexe também com o fator responsabilidade e evita essa loucura inflacionária atual no futebol, impondo limites à irresponsabilidade desastrosa que se verifica nos clubes do Brasil, salvo honrosas exceções. Portanto, a busca pela melhor das soluções passa pela equação do mais grave problema – senão o maior deles – no nosso futebol, que é a irresponsabilidade dos dirigentes de clubes. 

– Em essência, o Fair Play visa evitar que os clubes gastem mais do que arrecadam, o que tem gerado um endividamento alarmante no esporte nacional que já ultrapassa R$10 bilhões, e pasme, só o Corinthians, é responsável por aproximadamente 24% desse montante. Isto é muito sério e precisa que a Justiça Comum participe do processo atribuindo responsabilidades a quem de direito.  

Historicamente, muitos clubes brasileiros operam com gestões financeiras desorganizadas, acumulando dívidas com compras de jogadores, salários, impostos, bancos e fornecedores etc. etc. Isso gera um cenário de instabilidade onde a competitividade é desequilibrada, clubes menores sofrem com a falta de recursos e até mesmo a credibilidade do esporte é profundamente afetada.  

Devido à essa plêiade de fatores negativos, o Fair Play busca mudar essa realidade promovendo:  sustentabilidade financeira, reduzir a disparidade do poder aquisitivo entre os clubes e obrigá-los a viverem de acordo com suas receitas – arrecadação anual –, promovendo a competência administrativa nos clubes para criar meios de receitas evitando assim as crises financeiras e falências – o FPF permite que equipes menores possam também competir de forma justa. 

Instituir a Transparência e Governança para estimular a prestação de contas e a publicação de relatórios financeiros, aumentando a confiança de investidores e patrocinadores, será vital. Nas transferências, haverá um freio natural sobre a inflação e salários dos jogadores, criando um ambiente de negociação mais saudável para todo o contexto. 

A Confederação Brasileira de Futebol lidera o movimento para a implementação do regulamento Sistema de Sustentabilidade Financeira – SSF. Embora as regras ainda estejam em processo de elaboração pelo Grupo de Trabalho instituído especificamente para esse estudo, que reúne clubes, federações e consultores, as discussões apontam para um modelo que, embora inspirados em experiências europeias como a da UEFA e da Bundesliga, será adaptado à realidade brasileira.  

– Adaptação à realidade brasileira causa-me estranha sensação, então usando outras palavras, é ajustar o modelo à bagunça criada no nosso futebol por clubes mal administrados e comtemplados pela histórica falta de regras severas contra esse estado de desmandos nos clubes, da própria CBF.  

Clubes como Bahia, Palmeiras, Flamengo, Cruzeiro (…) e Fortaleza, na prática já estão bem à frente dos demais porque se organizaram para não gastar mais do que arrecadam. Cada um desses gasta dentro do seu patamar orçamentário e é isto que determinará a performance de grandeza dos clubes. O Bahia, por exemplo, arrecadará neste ano aproximadamente R$400 milhões, ou mais, e a dívida passiva que há refere-se às compras parceladas de alguns atletas, ou seja, compromisso financeiro futuro não gerador de juros – muito importante esse detalhe

Alguns dos pilares e propostas que vêm sendo discutidos incluem Controle Rígido de Déficits cuja ideia é limitar o déficit dos clubes em até R$20 milhões por dois anos, com o objetivo de buscar um déficit zero a médio e longo prazo. Isto significa que os clubes precisarão respeitar seus orçamentos pré-estabelecidos – se o Fair Play vier de fato nesses moldes, quero ver como John Textor se explicará para o torcedor botafoguense, já que ele disse que sem Fair Play o futebol brasileiro perderia tudo para o Petróleo, em clara referência ao Bahia do Grupo City. 

O sucesso do Fair Play Financeiro-FPF dependerá da capacidade das autoridades em implementar e fiscalizar as regras de forma consistente, justa e com um período de transição adequado para que os clubes possam se ajustar às novas exigências. O GTGrupo de Trabalho – terá 90 dias a partir da sua primeira reunião – que ocorrerá logo após o Mundial de Clubes em julho – para apresentar a proposta do regulamento do Sistema de Sustentabilidade Financeira.  

E você, caro leitor, acha que o Fair Play Financeiro pode realmente transformar o cenário do futebol brasileiro e torná-lo mais equilibrado? Este colunista torce muito para que o FPF aconteça logo, pois, os clubes causadores dessa alarmante dívida que já invadiu a casa de R$10 bilhões, fazem muito mal à saúde do futebol brasileiro e promovem uma injustiça ímpar contra clubes de menor poder aquisitivo e com os que buscam fazer futebol com responsabilidade.

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