O Bahia durou até demais na Série A: vamos combinar, pessoal.
Na verdade, hoje três mitos caíram para a Série B nesta noite: o primeiro, que dizia que a Era do Jargão mudaria algo no Bahia. Outro, que dizia que clube grande não cai (não só cai, como também quase cai de novo para a C, de Cruzeiro). E o terceiro mito a cair é aquele que bom-mocismo ganha jogo no futebol brasileiro.
Hoje chegou o fim daquela galerinha do balanced scorecard e da matriz SWOT. De fato, uma administração gerencial é o mínimo a se fazer, porém ficou-se nisso daî.
Terà o Bahia pela frente a Série B mais acirrada de todos os tempos, com três integrantes do chamado G12 e títulos mundiais em campo. O Cruzeiro se prepara para o novo modelo de natureza jurídica, literalmente vendendo o clube a investidores, que deverá render frutos no médio prazo. Ou seja: se o Bahia não se reforçar, cairá, incontinenti, para a Série C, fazendo companhia ao seu coirmão moribundo.
E falando no zumbi da Aliomar Baleeiro, em janeiro começa tudo de novo, com o engana-besta, com o patético e cadavérico campeonato estadual, fonte de incontáveis prejuízos, ainda mais com o insosso “time de transição”
O Bahia não subiu de patamar. O Fortaleza, vencedor de hoje, terá que mostrar ainda que sua classificação não foi por acaso, antes que saiam por aí dizendo que o Leão do Pici é um modelo a ser seguido.
O presidente Belintani, por sua vez, a despeito de ter enfrentado todas as dificuldades decorrentes da pandemia, aprendeu, de uma vez por todas, que futebol não é a sua praia. Que saia dignamente, pelo voto, e não volte nunca mais.
O torcedor, por sua vez, deve abandonar a atitude pueril de queimar camisas e sair em prantos desbragados (inclusive de cancelar seus títulos de sócio), porque Série A é isso mesmo: vide o finalista da Copa do Brasil, o Paranaense, que quase foi junto do Tricolor pros quintos dos infernos. Os nordestinos melhoram pouco a pouco seu desempenho em âmbito nacional, mas os maiores da região, infelizmente, sucumbiram; e devem confirmar-se com a gangorra que fará parte de suas trajetórias por longo tempo.
O Bahia volta rápido? Difícil antever: o mais provável é que não, pelo menos enquanto não encontrar a fórmula para sair do círculo vicioso de mediocridade que se lhe abateu desde 2003.
O caminho que provavelmente será seguido por Belintani é assaz perigoso: muito provavelmente deverá manter a sua pseudopolitica de austeridade financeira, acalmando a torcida, quando de crises, com o discurso calçado no “paradigma DNOCS”: assim como vender o fim da seca no Nordeste com carros-pipa e açudes no meio do nada é solução fácil e simples (e muito precária e sem chance de sucesso), a Série B é aquele campeonato “que podemos vencer”, para emular um dos pobres argumentos dos defensores do mumificado Campeonato Baiano.
Ou investe, ou cai. O futebol pós-Covid não foi tão nivelado por baixo como se imaginava, e para competições longas como o Brasileirão, só o dinheiro salva, aliado a competência de quem, de fato, não apenas entende de futebol, porém que saiba apontar soluções para um nicho de mercado pobre e sem perspectiva como o nordestino.
Nao há outro caminho, torcedor. Ou pressiona por mudanças ou pode comprar seu ingresso para o jogo contra a Jacuipense no mês vindouro.
Finalmente, despeço-me do leitor deste site momentaneamente, sem previsão de retorno, porque não há mais o que se escrever e comentar sobre o Bahia. Gilberto não fica, metade deste elenco vai embora, vão contratar meia carreta de jogadores “destaque da série B 2021) e vai ficar por isto mesmo. Como já disse colunas atrás, falar do Bahia atual cansa… e a única alegria que tenho é de sair vestido em seu manto pelas ruas e quadras da Capital Federal como forma de afirmar e reafirmar minha cultura e raízes perante meus filhos e amigos.
A toda torcida tricolor, apesar dos pesares, meus votos de feliz Natal e um 2022 de paz e saúde. Sim, saúde! Algo tão em falta na mesa do cidadão brasileiro… que o futebol venha bem depois…
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