Quarta-feira, 17 de julho de 2019
O clima de nervosismo atingiu todo torcedor do Bahia, não dá pra negar. Como anda sendo dito pela mídia nacional, é um dos melhores times que o Bahia colocou nos últimos anos. Dá pra concordar, esses últimos 3 anos o time realmente está bem armado, com bons jogadores, apesar de um início desse ano não tão bacana, é notório que o time tem seu valor. Não gosto de usar minha escrita para falar “tecnicamente” sobre futebol, gosto de reações das pessoas e avaliações sobre a torcida, então vamos pular essa parte.
Da maneira como vinha o time pré-Copa América, como o time se comportou no Sul, tava muito acessível a classificação. E cá estou em São Paulo, como diria um bom baiano: “comendo um frio retado”, e na expectativa para o jogo. Eis que descubro um detalhe que vai mudar toda o caminhar da narrativa, o jogo é no mesmo horário que o clássico Cruzeiro x Atlético. Pô, o quê que tem a ver? Estou em São Paulo na casa da minha tia que é casada com um mineiro, o André (que eu carinhosamente chamo de tio), apaixonado pelo Cruzeiro, logo não terei exclusividade para ver o jogo!
Se aproximando o horário do jogo, meu tio fala: “Assistir esse pré-jogo é pior deixa ainda mais nervoso”, e o pior que é verdade, concentrar as energias, ficar vendo o aquecimento, últimas notícias, é pior mesmo, sábias palavras. Eis então que começa o jogo… do Cruzeiro. Eram duas ocasiões um pouco parecidas, mas não para o torcedor, o Cruzeiro ganhou as duas últimas Copas do Brasil (dá pra incrementar uma pitada de nervosismo por ser um clássico, coisa que não dá mais para nós por que não temos rival, rs), enquanto nós buscávamos a inédita vaga na semi. Fizemos um acordo de cavalheiros para alternar entre os jogos (quanta humildade tio, se fosse na minha casa não sei se faria o mesmo, talvez por ser o senhor, daria uma colher de chá).
O jogo seguia um ritmo em que tanto Bahia quanto Cruzeiro se postavam na defesa, pra nós por uma questão de estratégia de jogo, para eles por segurar uma vantagem bastante sólida. E eu ligado na tv e no celular para acompanhar o tempo real, ou seja, toda aquela preservação dos batimentos cardíacos antes do jogo, já não valiam mais de nada. Gol do Atlético, o clima já deu uma baixada (literalmente, em SP fazia exatos 12°C) vantagem ainda mantida, mas esse time do Atlético-MG é conhecido por viradas históricas. Em Salvador, aquela sina de contra-ataques com Artur e uma verdadeira passeada do tal Jean Pyerre, que dificuldade pra neutralizar esse moleque!
Chegando no segundo tempo, o Atlético em cima, contra-ataque do Cruzeiro e o gol do Pedro Rocha… e do Grêmio também. Uma fração de segundos comemoração dele e frustração minha, minha tristeza engoliu o clima da sala, de repente, o VAR anula o gol do Cruzeiro. O silêncio toma conta. Deixa um pouco no jogo do Bahia, pênalti pro Grêmio, ai o sentimento que a “vaca tinha ido pro brejo” da minha parte, até tiraram a decisão mas expulsaram o Moisés. Aquela cabeçada do Fernandão ainda me dá um pouco de calafrio. Em BH, gol do Atlético, vixe! Será que os dois vão cair fora? Não. Ao menos isso, dei aquele sorriso amarelo e uma mini-comemorada com ele, mas não dava pra conter a frustração, um olho na tela do celular e outro na TV. Fim de jogo e do sonho para nós, vida que segue, pra meu querido tio uma semana longa de zoação, pra nós uma verdadeira reencarnação de galinhas, piada né?
Nessa reta final, vou apoiar o Cruzeiro para ganharem de novo, em homenagem a meu tio, a atitude cortês dele para comigo no momento, me fez dar esse apoio. Mas aquele sentimento de “dava pra nós” fica, talvez por não ter visto o jogo, que segundo meu pai o Bahia deu “uma acovardada e faltou qualidade”, ele sempre analisa corretamente os jogos então pra mim fica essa impressão, mas no meu coração, fica aquela exibição em Porto Alegre, ao menos na lembrança. Até o ano que vem Copa do Brasil!
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