O que anda acontecendo com os goleiros do Bahia é no mínimo algo curioso que merece uma reflexão da diretoria de futebol. Goleiros com pouca explosão, saídas precisas do gol inexistem, reflexos em baixa e homens possuídos de uma insegurança emocional a toda prova. O que fazer para corrigir essas deficiências só o departamento de futebol do Bahia pode responder.
Douglas Friedrich, um ótimo profissional e goleiro que atravessa uma má fase técnica desde o gol que sofreu num clássico Ba-Vi e entrou numa alternância de atuações ora positivas, ora negativas, agora saiu eventualmente da linha de tiro da impiedade crítica. É bom que Dado Cavalcante tenha-o afastado por algum tempo até que os treinamentos fundamentados em cima dos pontos críticos lhe devolva a confiança e traga-o de volta aos seus melhores dias, àqueles que justificaram sua contratação em 2018 e teve sequência até final de 2019.
Mas isso não depende somente do goalkeeper. A responsabilidade pela alta performance do goleiro é absolutamente dos seus treinadores. Anderson foi dispensado por deficiência técnica, Douglas perdeu a titularidade por insegurança e deficiência na performance técnica, Matheus Teixeira por problema muscular. Claus, que passou meses no departamento médico por problemas musculares, voltou recentemente mas esteve inseguro e claudicante no jogo contra o Santos e, contra o Bragantino, estava mal de reflexo e lento nas saídas de gol.
As maiores deficiências dos goleiros do Bahia ao longo do tempo são as saídas do gol nas bolas cruzadas além da pequena área, explosão, reflexo, e alguns vícios de postura com condições passiveis de aprimoramento através de treinos bem executados. E nem me pergunte sobre Matheus Teixeira porque a bem da verdade não foi exigido em sequência e não atuou ainda no Brasileirão. Mas no meu modo de analisar as deficiências dos seus colegas de clube, pode ser que apresente os mesmos problemas de fundamentos básicos e psicológicos. Mas sim, trata-se de um goleiro promissor.
— Quanto às contusões musculares, esses casos são recorrentes e podem estar atrelados aos métodos de treinamentos. Os goleiros do Bahia volta e meia estão com estiramentos musculares. Então é preciso não só culpar os goleiros, tem de buscar a causa da deficiência de cada um deles junto aos respectivos treinadores físico e técnico desses goleiros.
Falando especialmente de Douglas, é um grande profissional que jogou suas duas temporadas iniciais Bahia em alta performance. Não tivesse ele as qualidades que de fato tem, certamente que o Bahia não o teria contratado. Todos que convivem com ele falam bem do seu tamanho em caráter, dedicação ao clube, competência, companheirismo e comprometimento.
Douglas é um ser vencedor desde que superou um câncer e, se assim o fez, por que não superar uma difícil fase em campo? Entretanto não depende só dele, mas de um conjunto de fatores, dentre esses, os citados acima.
— Ratificando mais uma vez, reconheço em Dado um cara que sabe o que faz e que sabiamente está preservando o jogador Douglas, que além de um grande goleiro é também um patrimônio ativo do clube, para resgatá-lo mais à frente e no momento certo.
O goleiro falhar num ou noutro momento faz parte do jogo, mas se essas falhas se sucedem então é chegado o momento dos treinadores de goleiros entrarem em ação. Repito: a responsabilidade com a boa performance dos goleiros é dos seus treinadores. A partir disso as coisas passam a acontecer da melhor maneira possível dentro desse ambiente tão solitário e hostil que é último reduto de um time de futebol.
Quando um goleiro joga à vontade devido à autoconfiança adquirida com treinos e no apoio que recebe interna e externamente, ele atua também para dar espetáculo exibindo técnicas e isso é um sinal da autoconfiança adquirida. Afinal o que é o futebol senão um espetáculo que atrai o Mundo em todas as suas camadas sociais desde sempre, de geração para geração, não é mesmo?
— Às vezes, uma “ponte” é até desnecessária, mas quando executada é sinal de segurança e demonstração da confiança pela qual o goleiro está possuído e quer mostrar isto favorecendo o espetáculo.
O Bahia não precisa contratar goleiro mediano para disputar posição. Há quatro ótimos goleiros no Tricolor. Mesmo porque no Brasil os que estão acima da média não são disponíveis. Não conheço os treinadores de goleiros do Bahia, portanto nada é pessoal, mas talvez precisem se reciclar e atualizar métodos de treinamentos porque alguma coisa não vai bem com a atual metodologia. A palavra está com os senhores treneros del los porteros.
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