O Bahia anunciou na semana passada o técnico Diego Dabove como novo comandante da equipe. A contratação do argentino, apenas dois dias após a saída de Dado Cavalcanti, se, por um lado, rompeu com a já tradicional lentidão da diretoria tricolor em situações semelhantes, por outro, manteve a escrita iniciada com Mano Menezes, de se buscar treinadores que funcionem como “escudo protetor” contra os questionamentos às erráticas decisões da diretoria, dando fôlego à atuação de Guilherme Bellintani e companhia limitada (no caso, bastante limitada…).
O desafio que se impõe ao jovem treinador não é pequeno. O tricolor vem em queda livre há sete rodadas: um ponto em vinte e um disputados. Saímos da 6ª. posição para a 15ª, com apenas dois pontos nos separando da maldita zona do rebaixamento. Sequer conseguimos fazer prevalecer o mando de campo, já que das 17 partidas disputadas até agora, 9 foram “em casa”, conseguimos apenas 10 pontos.
Olhando a tabela pelos pontos ganhos, nossa média é desesperadora com pouco mais de 1 ponto por jogo disputado. Média de rebaixamento, infelizmente. Todavia, uma das peculiaridades do nosso campeonato é a desigualdade no número de partidas realizadas por cada time, em razão do calendário caótico. Sendo assim, olhar para os pontos perdidos diz mais sobre a real situação do nosso time porque já ajustado pelo efetivo número de vezes que cada time entrou em campo. E a notícia não é nada boa: com 33 pontos perdidos em 51 jogados, já nos encontramos na zona de rebaixamento, na 17ª. posição. Esse é o tamanho do desafio que Diego Dabove enfrentará a partir da próxima segunda-feira, quando estrear no comando de campo diante do Fluminense-RJ.
Seguramente, para o treinador será de pouca valia tentar entender as razões que nos levaram até aqui. Mas, não o é para a diretoria, em especial para o presidente e vice, que vivem este mesmo tipo de situação desde o primeiro ano de suas gestões. Curiosamente, o período menos crítico se deu em 2019, sob o comando dos contestados Roger Machado e Diego Cerri. Nesses momentos, é recomendável, em especial para quem se considera bom gestor, olhar para o que se passa e tentar entender os erros, a fim de evitá-los no futuro. Aliás, esse é o princípio do planejamento: cotejar realidade e metas previstas para corrigir o próprio planejamento. Só assim poderemos ter esperança de que situações como essa, que tem sido uma constante na vida do torcedor tricolor, não se repitam.
A julgar pelo que vimos na semana passada, podemos colocar as barbas de molho e esperar sentado. Veio a público fotos de uma placa “motivadora” nos vestiários de Pituaçu, em que se preconizava a obtenção de 6 pontos em 5 partidas ou 40% de aproveitamento. Isso para um time que já estava próximo da Z-4. Soubemos, após apuração deste site, que a placa foi esquecida após o jogo em que perdemos para o Atlético-GO. Naquele momento já estávamos há cinco partidas sem vencer, com um único mísero ponto conquistado nestes jogos. Se a “motivação” era aquela, resta bem compreendidas as derrotas naquela partida e na seguinte, contra o Grêmio. Esse tipo de situação exala a falta de liderança e comando que persegue nosso clube há algum tempo. Dabove vai suprir essa lacuna? Só o tempo dirá. Mas, não podemos esconder que já nos agarramos a Mano Menezes com a mesma esperança. Deu no que deu.
De esperança em esperança, segue o torcedor, na expectativa de que mudanças aconteçam em campo e fora dele. Primeiramente, que o técnico consiga fazer o time ser competitivo e os jogadores renderem aquilo que já demonstraram em outros clubes ou mesmo no Bahia, em outros momentos. Por fim, mas não menos importante, que a diretoria consiga exercer uma liderança firme, dando rumo ascendente ao tricolor, compreendendo seu papel de protagonista de uma virada no campeonato e, sobretudo, na rotina de altos e baixos da equipe. É hora dos diretores contratados, deixarem de lado as ironias, e também entregarem aquilo que se esperava deles. Não custa lembrar que essa reviravolta na postura tricolor foi prometida na última campanha eleitoral do clube. É preciso entregar o prometido, sob pena de tudo acabar numa enorme frustração, porta-aberta para os aventureiros de plantão.
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